Não foi confirmado oficialmente, mas é um segredo mal guardado. João Pereira será o treinador do Sporting a partir de dia 11 de novembro até, pelo menos, ao final da época. Se tudo correr bem, ficará além disso.

Depois de se iniciar no DDS, clube de Campo de Ourique por onde passaram outros craques, como Quaresma, João foi para a Luz, para os sub-11, onde conheceu Ruben Amorim. Fez carreira nas camadas jovens do Benfica. Em 2003-2004 foi aposta de Camacho e estreou-se pela equipa principal. Usando a camisola 47, era então extremo. Rápido, apresentou desde logo o feitio irrascível que o acompanharia em quase toda a carreira. Foi vice-campeão e viu do banco, o Benfica vencer o FCP, no Jamor. Já com Trapattoni, foi campeão e jogou ainda mais. Foi colega de homens como Nuno Gomes, Simão, Petit ou Luisão. Na época seguinte, ainda foi titular na vitória da Supertaça, mas com Koeman, perdeu espaço. Acabou 2005-2006 no Gil Vicente.

Já desvinculado do Benfica, faria uma boa época no Gil Vicente antes de se mudar para Braga, onde teve sucesso por duas épocas e maia. Em janeiro de 2010, começou a sua primeira passagem por Alvalade e por um clube que “aprendeu a amar”. Conheceu demasiados treinadores e nada ganhou, apesar de boas exibições suas e até da equipa, que chegou à final de uma Taça e às meias-finais da Liga Europa.

Seguiram-se duas épocas no Valência, onde foi sempre titular e conviveu com os portugueses Ricardo Costa, Ruben Vezo e Hélder Postiga; com homens que dariam cartas em Portugal depois, como Jonas e Mathieu e com estrelas como Abelda, Gago, Rami, Banega ou Guardado. Passou depois pelo Hannover, sem grande sucesso e no verão de 2015, Jorge Jesus chamou-o para discutir com Schelotto a direita da nova defesa do Sporting, onde moravam também Coates, Paulo Oliveira ou Jefferson. Venceu a Supertaça e numa grande época, ficou a 2 pontos do Benfica, no campeonato, mesmo com a classe de Dost, Téo ou Bryan. Já com 33 anos, fez mais meia época.

Numa fase em que parecia que estava prestes a reformar-se passou belas quatro épocas e meia na Turquia, chegando a capitão do Trabzonspor, clube que representou mais do que qualquer outro. Venceu uma Taça da Turquia e em janeiro de 2021 tornou a Alvalade, para ser campeão. O seu contributo em campo foi reduzido, mas terá sido importante, pela sua atitude e experiência, ajudando Neto, Coates ou Antunes a carregar uma equipa de jovens talentos.

Começou depois a trabalhar para ser treinador, tendo passado pelas equipas de sub23 e B do Sporting. O grande desafio chega agora, aos 40 anos.