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Visão do Peão

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Sab | 22.09.18

Uma lenda faz anos

Francisco Chaveiro Reis

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Passam-se hoje 42 anos sobre o nascimento de Ronaldo Nazário de Lima, O Fenómeno, um dos melhores jogadores de sempre. Curiosamente, o nome já não é seu. Quando hoje se pensa num futebolista chamado Ronaldo, os pensamentos imediatos vão para o português da Juventus. Algo que contrasta com o que aconteceu na sua carreira. Em 1994, “obrigou” o defesa Ronaldo a ser Ronaldão e mais tarde, a estrela em ascensão preferiu ser Ronaldinho.

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Recentremos o texto. Ronaldo começou “moleque” no futsal mas quando aterrou no Cruzeiro. Com 16 anos era a estrela da equipa e não admirou que seguisse as pisadas da estrela Romário e entrasse na Europa pela porta do PSV. Encontrou em Eindhoven, estrelas Nilis ou Popescu, jovens de futuro como Zenden e Bouma, o compatriota Vampeta e ainda homens que viriam a ter ligação ao futebol como Van der Gaag ou Valckx. Fez 54 golos em duas épocas mas só ganhou uma Taça. O poderoso Ajax de Van Gaal era dono e senhor do futebol holandês.

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Seguiu-se aquela que foi, provavelmente, a melhor época da sua carreira. Jogou futebol bonito no Barcelona de Bobby Robson e marcou golos memoráveis a começar, claro, por aquele ao Compostela. Não foi campeão espanhol mas venceu a Taça das Taças, a Supertaça Europeia, a Taça do Rei e a Supertaça Espanhola. Tinha apenas 20 anos e conviveu com Stoichkov, Figo, Bakero, Guardiola, De La Peña, Blanc e muitos outros. Marcou 47 golos em 49 jogos e protagonizou transferência bombástica para o Inter de Milão. 

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Não foi feliz no Inter e só ganhou uma Taça UEFA, em 1998. A sua estadia em Milão ficou marcada por várias lesões nos joelhos. Entre 1997 e 2002 fez apenas 99 jogos mas ainda assim marcou 59 vezes. A carga física do futebol italiano terá feito com que o Inter o quisesse mais forte. Fracos, os seus joelhos não terão aguentado. Nunca sabermos o que teria sido se se tivesse mantido em Barcelona.

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Regressou a Espanha para jogar pelo Real Madrid. Já era um jogador bem diferente, mais pesado e posicional mas fez quatro anos de meio, tendo sido excecional a maior parte desse tempo. Marcou mais de 100 golos e conquistou trofeus. Ainda assim nunca venceu a Liga dos Campeões. Em Madrid teve a distinta companhia de lendas como Figo, Roberto Carlos, Raul, Morientes, Hierro, Casillas, Guti ou Zidane.

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Numa fase já descendente da carreira voltou a Milão. O Milan aceitou-o e viu-o jogar 20 jogos, marcar 9 golos e nada ganhar. Regressou ao Brasil onde voltou a ser herói. 35 golos em 69 jogos e os títulos da Taça do Brasil e do Campeonato Paulista. Retirou-se em 2011 com 518 jogos por clubes e 352 golos.

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Talento precoce, pouco jogo pelas seleções jovens. Em 1994, com 17 anos, já estava no Mundial de 1994, fazendo parte da equipa de Romário, Bebeto, Dunga ou Mauro Silva, campeã mundial. Em 1998, teve súbita doença na manhã da final, foi sombra de si e viu a França ser a campeã, com um grande Zidane. Esperou até 2002 para ser figura central do quinto Mundial ganho pelo Brasil. Fez 105 jogos pelo Escrete e marcou 67 vezes. Fez dupla de sonho com Romário (Rô-Rô) mas foi com Ronaldinho, Adriano ou Rivaldo, em 2002, que mais se destacou.