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Sem surpresa, correu bem a estreia de Martinez à frente da seleção portuguesa, com uma goleada de 4-0 ante do Liechtenstein. Mais de 45 mil pessoas viram João Cancelo, um dos melhores em campo, rematar para o primeiro, logo nos primeiros minutos e com muita ajuda do guarda-redes adversário. Depois de muitas oportunidades desperdiçadas, o jogo foi para o intervalo com um golo apenas, algo que depressa mudou no início da segunda parte, com golo de Bernardo Silva e grande penalidade convertida por Ronaldo após mais uma incursão de Cancelo ter sido interrompida em falta. Ronaldo fez o 4-0 final, num livre potente mas fica a certeza de que Portugal poderia e deveria ter marcado mais alguns golos. Ainda assim, começa bem a nova era e, principalmente, a qualificação para o Euro 2024.
Martinez utilizou, como se previa, uma defesa a três, à frente de Patrício, dando a titularidade a Danilo e Inácio, habituados ao esquema e a Ruben Dias, um dos melhores do mundo na sua posição. Nas alas, estiveram bem Cancelo e Guerreiro e no centro, Palhinha e Fernandes também dominaram, sem dificuldades. No ataque, Félix foi titular e esteve bem, sobretudo na primeira parte. Bernardo e Ronaldo, sem surpresa, completaram o trio. Martinez chamou, ainda, a jogo, Neves (esteve perto de marcar por mais do que uma vez); Leão, Ramos, Vitinha e João Mário.
Depois de um Mundial abaixo do esperado e com bastante polémica, havia curiosidade sobre o novo papel de Ronaldo na seleção. Se continua a ser visível alguma decadência natural, também é verdade que Ronaldo fez o seu papel. Marcou dois golos, usou a braçadeira e na hora de ser rendido, não deu azo a casos, fazendo boa cara e motivando os suplentes. Caso aceite que está na fase descendente da carreira e que não jogará sempre 90 minutos, Ronaldo tem tudo para ser a alma da seleção, agora, com um papel um pouco diferente. Ramos e outros que agora despontam não melhores do que Ronaldo era na idade deles, mas são melhores do que a versão atual de Ronaldo. Ronaldo tem uma carreira que fala por si e que o coloca na discussão pelo título do melhor de sempre a jogar futebol.