Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Visão do Peão

5 de março de 2020

Um ano de Ruben Amorim em Alvalade

Francisco Chaveiro Reis
05
Mar21

Propaganda de Moda Capa para Facebook (4).jpg

Ruben Amorim foi anunciado como treinador do Sporting a 5 de março de 2020, gerando desconfiança e desagrado. Afinal, era demasiado jovem, não tinha formação e só contava com alguns meses de primeira divisão. De pouco servia ter ganho, pouco antes, a Taça da Liga e ter derrotado Benfica e FCP ao serviço do Braga. Conhecido por ter jogado no Benfica e ser adepto do clube, Amorim teve ainda o ónus de custar 10 milhões de euros, não muito depois do Sporting ter ficado sem Bruno Fernandes, Raphinha ou Bas Dost, justamente por falta de verbas. Parecia ser o derradeiro prego no caixão da direção Varandas. Um ano depois, Ruben Amorim é treinador do líder isoladíssimo do campeonato e acaba de renovar até 2024. Passará a receber mais e quem o levar, terá que pagar 30 milhões de euros. A 5 de março de 2021, o Sporting prepara-se para receber o Santa Clara, com mais 9 pontos que o Braga, segundo classificado e jogando de início com Inácio, Palhinha, Mário, Mendes e Tomás, produtos da formação, mesclados com jogadores experientes, de qualidade, mas relativamente baratos como Adán ou Feddal e com jogadores que precisavam de ser mais desafiados para cumprir o seu potencial, como Pote, Porro ou Santos. Amorim tem ainda a qualidade de ser a personalidade do futebol português que melhor comunica, pela positiva, de forma simples, bem-educada e bem-humorada. Ontem, afirmou sentir-se em casa. Que fique por cá, muitos anos.

O resto da época

Francisco Chaveiro Reis
28
Mai20

naom_5e60f75d8507c.jpeg

Para a semana, regressa o campeonato português, sem muitos treinos conjuntos, sem público e com mais substituições e suplentes. Apesar da paragem, o Sporting de Amorim, pouco ganhou, já que os treinos só há pouco recomeçaram mas é de imaginar que, na perseguição do terceiro posto, único objetivo realista, o jovem técnico faça duas mudanças essenciais: mude o sistema de jogo para 3-4-3 e dê minutos a jovens da Academia (ainda mais quando pode colocar 16 homens em campo).

Amorim deve apostar no 3-4-4 com Max na baliza e com uma defesa experiente, composta por Neto, Coates e Mathieu. Ilori até foi utilizado pelo treinador no seu único jogo ao comando do Sporting mas o foco estará em Quaresma e Inácio, promovidos e que deverão ter minutos. Com pouco tempo entre jogos, Mathieu precisará de ser rendido com mais frequência e Quaresma pode ganhar experiência na liga.

No meio-campo, a esquerda é de Acuña, que deve ver Nuno Mendes substitui-lo de quando em vez. O adolescente, associado a Liverpool ou Manchester United, é dos que mais tem impressionado Amorim e caso não saia, pode ser aposta mais forte na próxima temporada, uma vez que Acuña é negócio provável. No meio, Battaglia e Wendel devem ser a dupla de eleição, com Matheus Nunes a ser outro jovem a ser lançado. Doumbia e Geraldes terão menos espaço, sendo que, com o elevado número de jogos, seja inevitável que joguem alguns minutos, até tendo em conta uma eventual transferência. Na direita, Rosier ainda não convenceu e não será de espantar que Ristovski seja opção mais conservadora e Camacho, alteranativa mais atacante. 

No ataque, Plata e Jovane correm pela direita e Vietto deve manter-se adaptado à esquerda. Sem Jesé e Bolasie, Camacho é opção e Joelson, outro adolescente também se vai estrear pela equipa principal. No ataque, Sporar é o 9 titular, enquanto que Pedro Mendes perde espaço para Tiago Tomás, outro prodígio. Luiz Phellype, ainda vem a tempo de ajudar nesta fase, assim recupere o ritmo, após a lesão. 

Pontapé de saída

Francisco Chaveiro Reis
05
Mar20

RA.jpg

"O meu foco é defender esta casa, como defendi o Casa Pia, como defendi o SC Braga, o meu empenho será igual. Sei a grandeza deste clube e não venho para aqui esconder o meu passado. O meu foco é defender estas cores e ninguém aqui quer mais ganhar como eu. Acredito que todos juntos vamos conseguir boas coisas no Sporting"

Está tudo errado na escolha de Ruben

Francisco Chaveiro Reis
04
Mar20

1427422.jpg

Ruben Amorim foi um jogador de primeira divisão com passagens pela seleção. Acabou a carreira e quis ser treinador. Começou pelo Casa Pia, teve por lá problemas que vão para além da sua competência e terá recusado o Benfica B (assumiu-se publicamente benfiquista, algo que será lembrado assim que perder um jogo) para treinar o Braga B, onde rapidamente chegou à primeira equipa. Teve no Braga, um efeito Keizer. Mudou o esquema tático e a mentalidade e o Braga desatou a marcar, a jogar bem e a vencer jogos. Em poucas semanas venceu os três grandes e conquistou a Taça da Liga. Ruben parece ser treinador de futuro, corajoso e que sabe comunicar. Posto isto, parece-me estar tudo errado com esta escolha.

O timing é mau. O Sporting está a uma derrota da sua pior época de sempre. É provável que em onze jogos, Amorim perca pelo menos um e fique na história como o homem que estava à frente da equipa nesse recorde negativo. Além disso, mesmo podendo apostar em jovens e mudar o esquema, a verdade é que herdará, como Silas, um plantel miserável. Não há milagres. Com Doumbias, Jesés e Borjas, nem Klopp. Além disso, até agora, mais de 16 horas depois das palavras de Silas, não sabemos oficialmente de nenhuma saída ou entrada.

O custo é incomportável. Não sabemos ainda detalhes, mas Amorim será caro. Será o treinador mais caro de sempre do futebol português, superando Jorge Jesus. Na pior das hipóteses, custará 10 milhões de euros. O mesmo, sensivelmente, que Bruno Fernandes ou Bas Dost. 10 milhões são uma fortuna para o Sporting, sobretudo à luz de eventos recentes. Recebendo cerca de 35 por Bruno, o Sporting gastou apenas 6 em Sporar e antes até da venda do capitão. No restante mercado, mesmo com um plantel fraco, não gastou 1 milhão. Mas gasta agora, um terço do que recebeu, num treinador. No verão, vendeu-se o melhor goleador da equipa por cerca de 7. A bem da poupança. Com Bas Dost por cá, o que teria sido a época? Já sem falar de Nani, Montero ou Raphinha. A outra hipótese é a cedência de passes de jogadores. Palhinha, Dala e Ivanildo foram falados e felizmente, ao que parece, recusados. Em qualquer cenário, encheremos mais uma vez os cofres de Braga, depois de já termos contratado vários jogadores que não vingaram em Lisboa, ou termos emprestado ou oferecido outros, como Palhinha, Esgaio ou Wilson, que perante os últimos planteis, teriam sido muito úteis em Alvalade. 

A formação- Ruben ainda tem menos formação do que Silas e não poderá sequer levantar-se do banco. Isto num clube que promove a formação também fora do campo e prepara os seus talentos para a hipótese de uma vida que não a de profissional de futebol. No próximo ano, a ASAE toma conta desta fiscalização e há sempre a possibilidade desta aposta ir pelo cano abaixo. 

A estrutura – O último e mais importante ponto é a estrutura de futebol, que não serve para o Sporting. Esta foi a única época preparada pelos escolhidos de Varandas e vai ser a pior de sempre. São factos. Não é o treinador que vai resolver tudo, por muito bom ou caro que seja. Faltam pessoas experientes que saibam gerir o futebol, contratar bem, apostar na formação e fazer negócio, conforme fazem os rivais e o Braga. Até o Guimarães parece ter uma estratégia desportiva, com atenção ao lucro (Raphinha e Tapsoba). No Sporting, tem havido navegação à vista com a contratação de Keizer e Silas e a promoção fugaz de Tiago Fernandes e Leonel Pontes.

Braga de Amorim vence Taça da Liga

Francisco Chaveiro Reis
27
Jan20

transferir.jpg

Uma Taça da Liga conquistada. Duas vitórias contra o Porto e uma contra o Sorting. Uma goleada das antigas (0-7) à Belenenses SAD. Assim se resumem os cinco jogos de Ruben Amorim à frente do Sporting de Braga. O jovem técnico, que já passara por Braga como jogador, implementou um 3-4-3, pouco visto por cá, com efeitos imediatos e está a provar ser uma aposta certeira de Salvador. Os desafios até fim da época passam por alcançar o terceiro posto e continuar a fazer boa figura na Liga Europa.