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Visão do Peão - 10 Anos

Visão do Peão - 10 Anos

Portugal nos Mundiais

Só brilhou em 66 e 2006

Março 30, 2022

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Portugal estreou-se em Mundiais em 1966 e logo em grande. Em Inglaterra, só foi parado nas meias e pela equipa da casa. Num grupo com os históricos Brasil e Hungria, além da Bulgária, Portugal não se amedrontou e venceu o grupo com três vitórias: 3-1 à Hungria; 3-0 à Bulgária e novo 3-1, ao Brasil. Nos quartos, a Coreia do Norte assustou, chegando aos 0-3. Ao intervalo, Portugal perdia por 1-3, apenas para vencer por 5-3, com um poker de Eusébio, melhor marcador da prova. Nas meias, Eusébio voltou a marcar, mas a Inglaterra venceria por 2-1. No jogo de atribuição do terceiro posto, Eusébio marcou, de grande penalidade, ao “monstro” Yashin e Portugal garantiu o terceiro lugar, com um 2-1. Orientado por Otto Glória, Portugal contou com o poder goleador do Benfica – Eusébio, Simões, Torres e José Augusto, bem como outros nomes marcantes como Hilário, Vicente ou Graça.

Nova participação apenas 20 anos depois, na primeira competição de seniores fora da Europa. Portugal foi ao Mundial de 1986, no México. Apesar de contar com jogadores da classe de Bento, Damas, Pinto, Inácio, Sousa, Pacheco, Futre, Gomes ou Águas, a participação ficou marcada pela discussão sobre os prémios de jogo e a seleção acabou por ficar em último num grupo que tinha Marrocos (derrota por 3-1); Polónia (derrota por 1-0) e Inglaterra (vitória por 1-0). Nova participação, só em 2002, na Coreia do Sul e Japão, com novo descalabro e má imagem deixada, sobretudo no jogo de despedida, em que João Vieira Pinto acabou expulso e a esmurrar a barriga do árbitro. Portugal voltou a não passar a fase de grupos, tendo perdido 3-2 na estreia, com os EUA e 1-0 no último jogo, com a Coreia. Pelo meio, goleou a Polónia, por 4-0, com três golos de Pauleta.

Em 2006, na Alemanha, Portugal ameaçou fazer melhor do que em 1966, mas, acabou por ficar no quarto lugar, ainda assim, um bom resultado. Na estreia, Pauleta fez o único golo do 1-0 a Angola. Seguiu-se um 2-0 ao Irão com Ronaldo a estrear-se a marcar em Mundiais e com Deco a marcar também. Por fim, 2-1 ao México, com golos de Maniche e Simão. Nos oitavos, Maniche, em grande na prova, fez o golo que eliminou a Holanda. Nos quartos, veio a Inglaterra, nosso adversário favorito e nas grandes penalidades, foi melhor Portugal, deixando pelo caminho uma equipa com homens como Rooney, Gerrard, Lampard ou Beckham. Nas meias, foi a vez de Portugal enfrentar a França, sua Besta Negra (em 1984 e 2000 já o tinha sido) e perder por 1-0, golo de Zidane. No último jogo, derrota ante da Alemanha por 3-1. Seria o último Mundial de Ricardo ou Figo.

Em 2010, 2014 e 2018, pouca história a contar. Em 2010, na África do Sul, Portugal caiu aos pés de Villa e da Espanha, nos oitavos. Antes, passara em segundo, num grupo vencido pelo Brasil. Na estreia, com Liedson, recentemente naturalizado, como trunfo, Portugal empatou a zero com a Costa do Marfim de Drogba. No segundo jogo, Portugal esmagou a Coreia do Norte, num reencontro com a equipa que goleara em 66. Foram 7-0, com seis golos na segunda parte. Meireles, Simão, Almeida, Tiago (2), Liedson e Ronaldo, fizeram os golos. No último jogo da primeira fase, nulo contra um Brasil já sem Romário, Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo e ainda sem Neymar.

Quatro anos depois, fraca figura no Brasil. À primeira tentativa, goleada ante da Alemanha, por 4-0. À segunda, 2-2 com os EUA, com Varela a garantir um ponto, nos descontos. À terceira, vitória amarga contra o Gana. Ronaldo deu o 2-1 e a vitória, que de nada serviu. Portugal fora dos oitavos.

Em 2018, na Rússia, Portugal fez quase tudo igual à Espanha, mas passou aos oitavos, em segundo. Tudo começou com um 1-0 a Marrocos, com golo de Ronaldo, claro. Seguiu-se um emocionante 3-3 com Espanha, com três golos de Ronaldo e, por fim, um 1-1 com o Irão. Nos oitavos, apareceu um grande Uruguai, com Cavani a bisar contra um golo de Pepe.

1966 continua por bater. No fim do ano, saberemos se é desta.

 

Onze Visão do Peão do Mundial 2014

Julho 11, 2014

 

 

 

 

Ochoa - Do modesto Ajaccio até à baliza do México, uma das melhores equipas em prova. Fica marcado pela exibiçao épica contra o Brasil.

Vlaar - Corajoso, Vlaar cortou quase tudo. Mostrou que o Aston Villa é pequeno para si,

Hummels - É um dos melhores do mundo. Ainda marcou o golo que deu a presença alemã nas meias.

Rojo - Infelizmente não continuará em Portugal. Foi um dos melhores da Argentina.

Mascherano - O guia da Argentina. Um poço de força.

Di María - A estrela argentina na "ausência" de Mess. Fez o mesmo no Real quando Ronaldo não brilhou. O terceiro melhor jogador da prova.

Layun - Uma estrela à espera de se mudar para a Europa.

James - O segundo melhor jogador do Mundial. Grandioso.

Muller - Frio e calculista. Um avançado de top.

Robben - A estrela da Copa.

Neymar - Fez a sua parte. Só por ele o Brasil chegou tão longe.

 

Ainda em destaque estiveram: M´Bolhi, Kujit, De Vrij, Medel, Boateng, Yepes, Zuniga, Armero, Sterling, Shaquiri, Gio, Aranguiz, Alexis, Montero, Matuidi, Benzema, Enner Valencia, Musa, Dempsey, Slimani ou Origi.

Alemanha

Julho 10, 2014

 

 

Foi um Mundial de surpresas, com a Espanha goleada no primeiro jogo e a ir para casa ao terceiro. Igual sorte tiveram Inglaterra, Itália e Portugal. Foi o triunfo de equipas artísticas como México e Colômbia. Foi o Mundial de revelações, sendo a maior, a Costa Rica. Foi um Mundial onde se viu o regresso em força do 3-5-2, usado em Itália nos anos 90 e que tinha caído em desuso. Foi o Mundial do calor, da desorganização mas, acima de tudo, um Mundial de muitos golos, jogadas fabulosas e da revelação de James como um dos mais promissores jogadores do momento. Foi um Mundial onde Ronaldo e Messi, os melhores dos melhores pouco estiveram em jogo e Suarez, o terceiro melhor mundo na época passada, acabou afastado após morder Chielini . Foi o Mundial onde a Holanda, após esmagar a campeã do mundo, se mostrou fria  e calculista e quase chegou à final, tendo em Robben, mesmo fiteiro, o melhor do Mundial. Foi o Mundial onde o Brasil, que impressiona em todos os cantos do mundo, se mostrou banal e sofreu, nas meias, uma derrota trágica que fica para a história, após cinco jogos em que só Neymar pareceu ser brasileiro. Mas, sobretudo, foi mais um Mundial, onde, discreta, a Alemanha, chegou à final que, quanto a mim e contra a minha vontade, ganhará, fazendo que Pep Guardiola o primeiro treinador campeão mundial sem nunca ter tido contactado com a sua selecção.

Um Argentina sem Tango

Julho 10, 2014

A Holanda de Robben não foi fantástica mas foi sendo sólida ao longo da prova. O clima era adverso, já sabíamos, mas ainda assim os da "laranja" souberam honrar as camisolas ainda que sem a arte de gerações de outrora, apresentando contudo um futebol bem ensaiado, com os seus processos bem definidos (mais uma lição para Paulo Bento - o futebol treina-se) e com Robben e Sneijder como desequilibradores. A Argentina por seu turno tem sido uma seleção de serviços mínimos, muito longe do perfume desejado, com um Messi como laterna intermitente e com um Di Maria a assumir as despesas da equipa. Num tango lento a Argentina chega a final, não por ser fantástica mas por ser das menos más da prova. Para trás ficou um Brasil humilhado e entregue ao funeral do seu futebol ultrapassado e nostálgico e uma Holanda moderna mas a quem faltou a sorte e um pouco de entrega para chegar à final. No Maracanã estarão Messi e Di Maria contra uma verdadeira equipa de futebol. Quem vencerá: o futebol arte ou o futebol moderno?

Argentina na final

Julho 10, 2014

 

 

 

24 anos depois, a Argentina regressa a um final de um Mundial para defrontar a mesma equipa com quem perdeu a final de 1990: a Alemanha. Se vencer, Messi, mesmo "ausente" da prova pode começar a ameaçar Maradona como o melhor argentino de sempre e, sobretudo, gerações de argentinos sem títulos como Batistuta, Balbo, Riquelme, Gallardo ou Ortega poderão ser vingados.

 

Sabella apostou em DeMichelis em vez de Fernandez e colocou Biglia em vez de Gago. Enzo foi chamado à titularidade para o lugar do lesioanado Di María, jogando na ala mas criando desiquilibrios sempre que ia ao centro (o que teria sido o meio argentino com Enzo em vez de Gago?). Rojo também fez boa exibição mas foi Mascherano quem mais se destacou, pela garra e cortes providenciais. Messi passou ao lado do jogo, Higuain pouco fez e Aguero esteve destrado. Só Lavezzi e Palacio fizeram a diferença no ataque.

 

No lado holandês, jogão de Vlaar, a cortar tudo e destaque para Wijnaldum feito um pivot defensivo de grande classe. Van Persie e Robben só aos poucos se viram. Destaque, ainda, para Kujt, aos 34 anos e depois de uma vida como avançado, chamado a fazer, e cumpriu, todo o lado direito da equipa (já tinha feito o esquerdo no jogo anterior.)

 

Nos penaltys, decidiu Romero.

Tragédia brasileira

Julho 09, 2014

 

 

No fim da partida histórica, David Luiz era o rosto do desespero. O defesa do PSG ajoelhou-se, rezou, deitou aos mãos ao céu e depois começou a chorar compulsivamente e a pedir desculpa a todos no estádio e ao país. O Brasil, maior potência mundial de futebol, foi humilhado em casa por 1-7, por uma Alemanha que nem estava a ser a máquina trituradora do costume. 64 anos após o Maracanazo, o Brasil sofre um trauma em casa, bem maior.

 

Sem Thiago e Neymar, Scolari escolheu Dante e Bernard e não reforçou o meio campo. Com dois centrais duros de rins e dois laterais sempre a subir, o Brasil ficou descompensado. A dupla Gustavo-Fernandinho também não fez melhor e o centro brasileiro foi um passador. Klose inaugurou o marcador e o brasileiros, que já se viam na sua final, ficaram perdidos e ausentes. Resultado: 0-5 antes dos 30 minutos. Ramires e Paulinho ainda entraram para equilibriarem o meio-campo e o Brasil ainda esboçou uma reação. Isto até Schurle entrar. O avançado do Chelsea, já com a Alemanha a passo, fez mais dois. Óscar reduziu. Ozil falhou o oitavo por milimetros.

 

O Brasil foi sempre uma tremenda desilusão mas ninguém previa isto. Scolari não soube ler o jogo, não soube reforçar o meio e continuou a não contar com Hulk e Óscar, ausentes durante o Mundial, mesmo jogando quase todos os minutos.

 

A Alemanha, cínica e fria, aproveitou o presente.

Meias

Julho 08, 2014

 

 

 

Joga-se hoje o Brasil-Alemanha que decide o primeiro finalista do Mundial 2014. O Brasil, mesmo jogando pouco, está a uma partida de cumprir o sonho de jogar a final em casa.

 

A vitória no domingo ajudaria os brasileiros a conquistar o sexto título e a distanciarem-se ainda mais das outras potências como Itália (4 taças), Alemanha (3), Argentina ou Uruguai (dois cada). No entanto, este Brasil tem sido uma desilusão desde o primeiro dia. Joga preso com dois médios defensivos e dos três criativos que jogam atrás de Fred, só Neymar se destacou. Hulk e Óscar têm sido desilusões, tal como Fred, de pólbora seca, algo impensável para o país que contou com avançados do calibre de Ronaldo, Romário ou Bebeto, recuando apenas aos últimos vinte anos e falando apenas dos mais conhecidos. O Brasil tem sido uma defesa segura, onde Thiago e Luiz mandam, seguram a equipa e marcam golos decisivos e tem, sido, sobretudo Neymar. Ele é que faz a equipa avançar e ele é que marca golos. Hoje, não há Neymar, fora da Copa por lesão e não há o capitão Thiago, castigado.

 

Scolari enfrenta a Alemanha sem os seus dois melhores jogadores. Para a defesa, a aposta deve ser em Dante, habituado ao jogo alemão, ele que joga no Bayern. Na frente, a dúvida. Joga Bernard ou Willian? Aposto no segundo. Se Dante, pouco rotinado entrar bem e se Hulk, Óscar e Willian tiverem isnpirads, o Brasil pode sonhar com o Maracanã. Aposto neste onze: César, Alves, Dante, Luiz e Marcelo, Gustavo e Fernandinho; Óscar, Willian e Hulk; Fred.

 

Do outro lado, está a Alemanha. Alemanha que goleou Portugal mas que teve dificuldades com Gana e EUA. Na fase seguinte, venceu Argélia e França pela margem mínima e não foi superior aos adversários. Ainda assim, fria e cínica, a seleção de Low está, mais uma vez, nas quatro melhores e, quando se tem Muller, Gotze ou Ozil, tem-se sempre uma palavra a dizer. Aposto neste onze: Neuer, Lahm, Boateng, Hummels e Howedes; Khedira, Kroos e Schweinsteiger; Ozil, Muller e Podolski.

 

 

 

Amanhã será a vez do Argentina-Holanda. A Argentina, tem sido uma desilusão. Joga pouco, vence pela margem mínima mas, como Brasil e Alemanha está nesta fase e isso é que interessa. Aliás, as equipas verdadeiramente vibrantes como Colômbia, México, Costa Rica e até a França, já foram para casa. A Argentina também sofreu com as lesões, sendo que Di María e Aguero não devem jogar mais. Assim depende de Messi que, mesmo apagado, tem marcado golos importantes e vai dando o seu contributo. Mas, para além de Di Maria, tem sido Rojo a brilhar com um golo, assistência e grandes cavalgadas pela esquerda. Aposto nestes: Romero, Zabaleta, Garay, Fernandez e Rojo, Gago, Enzo e Mascherano; Lavezzi, Messi e Higuaín.

 

Do outro lado, está a mais vibrante seleção ainda em prova. A Holanda de Van Gaal tem contado com Robben como superestrela mas, a espaços Van Persie, Depay e Blind têm sido decisivos. Também aqui mora um lesionado que não mais jogará: De Jong, responsável por emprestar músculo ao meio campo. A Holanda começou por golear a Espanha e, desde então, tem somado vitórias e boas exibições. Aposto nestes: Cillensen, De Vrij, Vlaar e Indi; Kujt, Blind, Sneijder, Wijnaldum e Depay; Robben e Van Persie.

 

Prevejo grandes jogos, muito disputados. Penso que sábado, jogarão as equipas europeias e, domingo, no Maracanã, teremos uma final entre os eternos rivais sul-americanos. Veremos.

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