Haaland no City
11 jogos, 17 golos, 3 assistências
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O Manchester City voltou a mostrar ao Manchester United quem manda na cidade, e na liga, e venceu os rivais por claros 6-3. E, não fosse o City ter tirado o pé do acelerador e os números poderiam ter sido bastante mais desequilibrados. Entre os 8 e os 44 minutos, Foden e Haaland bisaram e levaram o jogo para intervalo com um claro 4-0. Antony reduziu, mas a dupla de jovens do City voltou a marcar. Martial saiu do banco para bisar e fazer o 6-3 final.
Do lado do City, só há soluções. Guardiola tem um plantel de sonho, como já tinha no ano passado, sendo que lhe juntou Haaland. O gigante norueguês leva 16 golos em apenas 11 jogos pelo City, sendo o melhor marcador da Premier League com 14 golos (o dobro de Kane, segundo na tabela), em 8 jornadas. Ainda assim, quem lidera é o Arsenal, numa enorme surpresa, mas essa é conversa para outro post.
Do lado do United, só há problemas. Desde logo, Ronaldo. Com longa carreira com o estatuto de um dos melhores de sempre, o número 7 parece ter feito “birra” na pré-temporada, tendo intenção de se mudar para um clube com mais ambições. À falta (alegadamente) de interessados de topo, CR7 voltou a Manchester, mas tem tido pouco rendimento e ficou ontem no banco. Pleo que se tem visto, não merecerá ser titular, mas poderia assumir um papel semelhante ao de Ibrahimovic no Milan do ano passado, sendo um líder da equipa, antes desta entrar em campo. Não acredito que Ronaldo esteja acabado, mas parece estar em negação por estar numa fase diferente da carreira. De resto, o quadro é semelhante ao dos últimos anos. O United investe muito em alguns jogadores sem que tenha grande retorno com eles, mesmo tratando-se de homens que deram provas em contextos semelhantes, como Varane ou Sancho e vai triturando treinadores em busca de uma qualquer fórmula mágica.
O problema maior parece ser a falta de uma estratégia. Não é de crer que o United volte ao topo após um verão com um novo treinador e novos jogadores, por muito que estes possam ser bons. O United precisa de duas coisas: uma revolução e tempo. A revolução é difícil, porque implicaria a saída de quase todo o plantel e a óbvia substituição. Vários jogadores parecem não ter motivação, outros, simplesmente, não têm qualidade, mas, todos, ganham principescamente, o que dificulta colocações e rescisões. O processo terá que ser gradual e isso leva-nos à questão tempo, coisa que falta sempre nos grandes clubes quando não estão a ganhar. Nada nos diz que o United de hoje não seja amanhã como o Arsenal mas que não se vê grande luz ao fundo do túnel, não se vê…
O Manchester City é bicampeão inglês após vencer, como se esperava, o Aston Villa. Surpresa, foi a forma como a tarde decorreu. Os de Liverpool tinham fé que os seus – Gerrard e Coutinho – ajudassem a que um pequeno milagre acontecesse e, quase que a sua fé teve razão de ser. O City algo nervoso, não conseguiu concretizar as oportunidades que teve e ao intervalo, perdia por 0-1, graças ao golo do polaco, Cash. O desespero chegou a Manchester, quando Coutinho fez o 0-2. Faltavam apenas 21 minutos para os 90. Seria determinante a entrada de Gundagan, para o lugar de Bernardo. O alemão faria o 1-2, de cabeça, aos 76. Aos 78, golaço de Rodri. Aos 81, Gundogan encostou para o golo e para o título. O City deu a volta ao jogo em 5 minutos e tornou-se campeão. Gundogan é o novo Agueroooooooo. Épico.
O City acaba a época com 29 vitórias, 6 empates e 3 derrotas, tendo marcado 99 (!!!) golos e sofrido apenas 26. Termina com mais 1 pontos do que o Liverpool, mais 5 golos e tantos golos sofridos como a equipa de Klopp, num campeonato decidido à última e onde qualquer uma das equipas merecia a felicidade final. Sem uma referência – terá Haaland daqui a semanas – o City não tem ninguém no top de goleadores, tendo sido Son (Tottenham) e Salah (Liverpool), os melhores, com 23 golos cada um, seguidos de Ronaldo (18).
O City chegou ao seu oitavo campeonato, quatro com Pep Guardiola.
Até ao fim em Inglaterra também. Bowen assustou o City mas os de Manchester apenas empatariam em Londres, na casa do West Ham. Após o bis do extremo inglês, o City foi a tempo de reagir, empatando com golos de Grealish e Coufal, na própria baliza. Mahrez falharia o 2-3, de grande penalidade. Caso o Liverpool vença hoje em Southampton, fica a apenas um ponto do City e tudo se resolverá na última jornada.
Erling Haaland, de 21 anos, vai ser reforço do Manchester City. O clube inglês acaba de confirmar ter chegado a um princípio de acordo com o Borussia de Dortmund, faltando apenas o acordo público com o jogador, algo que já terá sido tratado em privado. Além da clausula de rescisão, o City pagará cerca de 40 milhões em comissões, gastando 100 milhões antes de começar a pagar o salário que quase 500 mil euros semanais. Haaland deixará 60 milhões na Vestfália, além de um registo de 85 golos em 88 jogos, até hoje. Pelo Dortmund, venceu apenas uma Taça da Alemanha.
Haaland, filho de Haaland, nasceu em Leeds e viveu em Manchester quando o pai defendeu as cores do City (acabou por lá a carreira após a entrada assassina do rival Roy Keane), entre 2000 e 2003. O norueguês deu nas vistas no seu país, no Bryne e Molde, antes de se mudar para o futebol austríaco. No Salzburg, marcou 29 golos em 27 jogos e mudou-se para a Bundesliga. Chega agora à melhor liga do mundo e será peça central em mais uma tentativa de conquistar a Liga dos Campeões. Haaland será, a par de Mbappé, um dos grandes talentos dos próximos anos e um dos candidatos à Bola de Ouro, na próxima década. Resta saber se o City, para cumprir o rigor financeiro, irá negociar alguns dos seus jogadores como Gabriel Jesus, que poderá perder espaço mesmo não sendo um 9 típico ou Bernardo Silva, associado ao Barcelona.
Até ao apito final, nunca se pode assumir que o Real Madrid, senhor da Liga dos Campeões, está eliminado. Depois de perder 4-3 em Manchester, o City deu sinais de que estava a dominar o jogo em Madrid e até inaugurou o marcador, por Mahrez. Tal como na primeira mão, o City foi perdulário e o Real, aproveitou. Rodrygo, suplente maravilha (tal como Camavinga), saltou do banco para fazer dois golos em dois minutos e empatar a eliminatória a 5. Para desilusão de Pep e euforia das bancadas, entrou-se no tempo extra onde, claro, foi Benzema a decidir tudo. De grande penalidade, com tranquilidade, fez o seu 43º golo em 43 jogos esta época. O francês leva 15 golos na Champions e defrontará o Liverpool, em Paris, no fim do mês. A 14.ª está à vista. Já o Liverpool, ficará feliz se chegar a metade desse valor.
Quando se pensa na Liga dos Campeões, pensa-se nos melhores jogadores e treinadores, melhores equipas e melhores jogos. Ontem, o Manchester City, 4 Real Madrid, 3, foi tudo aquilo que se espera que um jogo de Champions, seja. Começou o City por cima, com um ataque devastador que chegou aos 2-0, aos 11 minutos. De Bruyne e Gabriel Jesus adiantaram o City e por várias vezes cheirou ao 3-0, desperdiçado, por exemplo, por Foden. Mas, quem tem Benzema, está sempre em jogo. O francês tratou de reduzir contra a corrente do jogo e levou a partida para intervalo com um 2-1. Foden marcaria finalmente, para Vini Jr., pouco depois reduziria. Num jogo louco e sem pausas, Bernardo faria o golo da noite e aquele que seria o da vitória. Benzema ainda lembraria que o Real nunca desiste (que o diga o PSG) e num penalty à Panenka, fez o 4-3 final. Hoje há novo confronto em Inglaterra, entre uma equipa inglesa, Liverpool e uma espanhola, Villarreal.
A Fernandinho terá fugido a boca para a verdade, algo que muito surpreendeu Guardiola. O histórico Fernandinho, médio do City, anunciou a sua saída de Inglaterra em plena conferência de imprensa, o que muito surpreendeu o seu treinador. O brasileiro não tardou em ir para as redes sociais escrever que mantém o foco na equipa e nos seus objetivos e que só falará no futuro, no fim da época.
Aos 36 anos, Fernandinho já não é titular, apesar de continuar a ser visto como o capitão de equipa. Chegou à Premier League, em 2013, por cerca de 40 milhões de euros e leva 373 jogos, 25 golos e 13 títulos, até agora. Antes, passara oito anos na Ucrânia, onde também granjeou respeito e títulos: 6 ligas ucranianas, 4 taças, 3 supertaças e 1 Liga Europa. Foi um dos muitos brasileiros que o Shakhtar Donetsk contratou ao longo dos tempos, para garantir sucesso interno e, por vezes, externo. Antes dele, chegaram Brandão, Matuzalém, Elano ou Ivan, mas Fernandinho será caso raro de sucesso e longevidade. Os 8 anos numa liga periférica não o impediram de chegar a Manchester aos 28 anos, a tempo de se tornar numa peça chave e de ajudar a vencer 4 ligas, 6 taças da liga, 1 taça e 1 supertaça.
Fernandinho chegou à Europa vindo do Atlético Paranaense e diria que este é um destino provável para o médio terminar a carreira e regressar ao seu país, após 17 épocas na Europa.
Pela seleção, Fernandinho nunca foi titular indiscutível, tal a concorrência, mesmo em anos de menor fulgor brasileiro, mas em 2003 fez o golo da vitória do Brasil ante de Espanha, que lhe daria o título de campeão mundial de sub-20. Liderava então uma equipa que contava com Kléber Gladiador, Nilmar, Daniel Carvalho, Dudu Cearense ou Alcides, que passou pelo Benfica. Fernandinho, na final, saltou do banco aos 70’, marcou aos 87´ e foi expulso, aos 90´. Pelos A, esteve nos Mundiais de 2014 e 2018 e nas Copas América de 2015 e 2019. Nesta última fez 2 jogos e sagrou-se campeão.
A oito de março de 2012 fui até Alvalade, certo de que veria a parada de estrelas do Manchester City, golear o Sporting. Então, novo-novo-rico, o City era treinado por Mancini e contava com homens como Aguero, Dzeko, Nasri ou David Silva. O Sporting de Sá Pinto parecia bem mais modesto, com nomes como Polga, Izmailov ou Capel. O Sporting, ante de 35 mil espetadores, não só impediu o City de marcar como marcou aos 51 minutos, por Xandão, um defesa alto e desengonçado que faria de calcanhar, o golo que daria a vitória leonina. Na segunda mão, a 15 de março, jogaço e uma saborosa derrota por 2-3. O Sporyting até se viu a vencer por 0-2, com golos de Matías e Van Wolfswinkel mas Aguero (2) e Balotelli virariam o placar. Não foi suficiente para que o Sporting seguisse em frente, sendo apenas parado pelo Athletic, nas meias. Nessa primeira mão, que queremos ver repetida, o Sporting alinhou com: Patrício, Pereira, Polga, Xandão e Insúa; Carriço e Schaars; Izmailov, Matías e Capel; Van Wolfswinkel. Entraram ainda Pereirinha, Neto e Carrillo.
Antes do início da eliminatória, poucos pensariam que seria possível a Roma eliminar o Barcelona e o Liverpool eliminar o City, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Mas foi isso mesmo que ontem aconteceu. Praticamente campeão espanhol, com Messi, Suarez ou Iniesta no onze e com uma vantagem de 4-1 trazida da primeira mão, o Barça espetou-se e não conseguiu marcar em Roma, sofrendo três golos através de Dzeko, De Rossi e Manolas. O Barcelona ainda superou a sua apatia mas já não foi a tempo de marcar. Em Manchester, o City marcou por Gabriel e teve esperança em virar o 3-0 de Liverpool. Nada mais errado. Salah e Firmino fizeram um total de 5-1 nos dois jogos.