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Visão do Peão

Visão do Peão

Estrelas sem títulos

A Sampdória a partir de 1994

Francisco Chaveiro Reis
23
Jan24

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Sempre gostei da Sampdória. Desde logo cresci numa altura em que a Samp, já não sendo concorrente à vitória do Scudetto era uma equipa de topo. Depois, é impossível ficar indiferente ao mítico equipamento da equipa de Génova e, ainda, ao seu estádio, também mítico, de recorte inglês, mas sempre com uma atmosfera muito latina.  Algo que sempre me fascinou foi a capacidade que a Sampdória foi tendo de atrair grandes estrelas. Gullitt, Platt, Véron, Ortega ou Seedorf passaram por ali quando esta não era uma opção nada óbvia.

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Com apenas 77 anos, os dias de maior glória da Samp foram no fim dos anos 80 e início dos anos 90. Se hoje, na Série B, a figura mais conhecida do clube é Andrea Pirlo, seu treinador e antigo e lendário médio italiano, em 1989-1990, quando venceu a Taça das Taças, a Sampdória contava com craques como Mancini, Vialli, Katanec, Lombardo, Vierchowod ou Pagliuca, além de ter no banco, Vujadin Boškov.

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Cerca de um ano depois, a Samp vencia o único campeonato italiano da sua história, com a dupla Mancini-Vialli em grande destaque. No mesmo ano, 1991, a Sampdória venceria a Supertaça de Itália, à Roma, já com a ajuda de Toninho Cerezo e Paulo Silas. Em 1992, em Wembley, a Sampdória perdeu a final da Liga dos Campeões para o Barcelona.

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Antes, vencera a Taça de Itália em 1985 (acumulado de 3-1 ao Milan com golos de Souness, Mancini e Vialli); 1988 (acumulado de 3-2 ao Torino com golos de Briegel, Vialli e Salsano) e 1989 (acumulado de 4-1 ao Nápoles com golos de Vialli, Toninho Cerezo, Vierchowod e Mancini) e estivara na final da Taça das Taças de 1989, perdendo 2-0 para o Barça de Julio Salinas e Lopez Rekarte. Em 1994, o último título da história do clube, uma Taça de Itália, num acumulado de 6-1 ao Ancona, numa altura em que Jugovic, Evani, Platt e Gullit moravam em Génova.

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A nossa viagem pelos craques que passaram pelo clube, sem nada vencer, começa, pois, em 1994-1995. Com Eriksson no banco (chegara em 1992), a Sampdória ainda tinha Mancini, o seu grande goleador, bem como figuras mais recentes já referidas. A novidade era Sinisa Mihajlovic, vindo da Roma. A equipa perdeu a Supertaça para o Milan, com Gullit a marcar à ex e futura e equipa. A equipa chegou ainda às meias finais da Taça das Taças, sendo eliminada pelo Arsenal, nas grandes penalidades após um agregado de 5-5.

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No ano seguinte, com o sueco no banco, chegaram Chiesa, da Cremonese, para se tornar também goleador e Maniero. No meio campo, dois jovens de penteados facilmente distinguíveis chegaram a Itália. Aos 25 anos, Christian Karembeu, a dois anos de ser campeão do mundo, deixou o Nantes e aos 20 anos, Clarence Seedorf, vencedor da Liga dos Campeões, deixou o Ajax. Nem assim, a Samp passou do mesmo oitavo lugar em que ficara na época anterior.

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Em 1996-1997, a equipa subiu para o 6.º posto, começando a época com Eriksson mas acabando com o argentino Menotti. Montella, vindo do rival Génova, foi a grande contratação, marcando 24 golos na época, mais um do que marcara pelo outro clube da cidade. No meio-campo, Seedorf foi para Madrid e chegou outra estrela em ascensão: Juan Sebastian Véron, na sua estreia na Europa.

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No ano seguinte, de novo, dois treinadores. Menotti começou e o regressado Boskov, melhor da história do clube. Hugo, defesa central português vindo do Braga, foi novidade tal como mais um francês de qualidade para o meio campo: Alain Boghossian. Ele e Karembeu seriam campeões do mundo no fim da época, como jogadores da Sampdória. Também Jurgen Klinsmann jogou de azul, fazendo apenas 10 jogos e 2 golos.

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Em 1998-1999 mais dois treinadores, Spaletti e Platt. Véron, Boghossian e Karembeu deixaram Génova, mas chegou uma interessante novidade: Burrito Ortega, depois de ano e meio no Valência. A Samp desceu. Doriva, médio brasileiro ex-FCP, era o nome mais conhecido de então, mas o clube falhou a subida.

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Em 2000-2001, com Francesco Flachi como figura, ele que marcaria 87 golos em 241 jogos pelo clube, a Sampdória falharia de novo a subida.

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Em 2004, regresso à Série A. Em 2006, estreia de Fabio Quagliarella pelo clube, com 14 golos, ele que sairia, mas regressaria quase 10 anos depois para totalizar 293 jogos e 106 golos pela equipa. Em 2009-2010, destacou-se a dupla Pazzini-Cassano. Em 2011, após anos tranquilos e de lugar bastante cimeiros, a Samp cai. O regresso à Série A seria em 2012, com Icardi, Maxi Lopez e Eder. No ano passado, nova queda à Série A.

O goleador italiano

Nascido na Argentina

Francisco Chaveiro Reis
28
Mar23

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Devido aos fluxos migratórios é cada vez mais recorrentes jogadores oriundos de África em seleções europeias. Ogbonna, Balotelli, Kean ou Gnonto jogam por Itália, país onde nasceram, filhos de pais emigrantes. Outro movimento que tem reforçado a equipa transalpina tem sido o dos brasileiros com antepassados italianos que se naturalizaram como Emerson Palmieri, Rafael Tóloi, Jorginho Frello ou Éder Citadin.

Na última jornada, o destaque foi para outro caso, mesmo que não único. O de um argentino, descendente de italianos que aceitou juntar-se à Squadra Azzurra. Mateo Retegui, de 23 anos, é avançado do Tigre, por empréstimo do Boca Juniors, após passagens por River Plate, Estudiantes e Talleres. No ano passado fez 23 golos em pouco menos do que 50 jogo e este, leva 6 golos em 9 jogos. Nascido na Argentina, país pelo qual a irmã é atleta olímpica em hóquei em patins, tal como o pai havido sido, Mateo só pode tornar-se italiano graças aos avós.

Na estreia, em Nápoles, no estádio com o nome de Maradona, Retegui estreou-se a titular e marcou, apesar da derrota com a Inglaterra. Na segunda internacionalização, segundo golo, na segunda titularidade. Promete.

Kvaradona brilha

Levará o Nápoles ao título?

Francisco Chaveiro Reis
08
Nov22

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Tem 21 anos e o nome impronunciável de Khvicha Kvaratskhelia. Nos pós Mertens e Insigne, é este georgiano que mais dá nas vistas no Nápoles, líder da Série A. Ao todo, leva 17 jogos, com 8 golos e 8 assistências. Kvaratskhelia começou no Dínamo Tbilisi e Metalurgi Rustavi antes de dar o salto natural para a liga russa, onde defendeu Lokomotiv e Rubin Kazan. Na época passada, regressou ao seu país para 8 golos em 11 jogos pelo campeão Dínamo Batumi. Será que vai liderar o Nápoles na conquista do campeonato? O 77 já é conhecido por Kvaradona.

Campeões na Europa

Milan, Itália

Francisco Chaveiro Reis
22
Mai22

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O Milan só precisava de um ponto no campo do Sassuolo mas Rafael Leão tinha uma ideia diferente. O avançado português tratou de inventar três golos, oferecendo dois a Giroud e um a Kessie, ajudando o Milan a ser campeão, 11 anos depois. O Milan chegou ao seu 19.º campeonato italiano, conquistando 26 vitórias, 8 empates e 6 derrotas, sofrendo apenas 31 golos (tantos como o Nápoles) e marcando apenas 69 vezes (menos do que Inter, Nápoles e Lázio). Além de Leão, destacaram-se na campanha, Tomori, Theo, Tonali ou Kessie.

O fim de uma era

Chiellini vai deixar a Juve

Francisco Chaveiro Reis
12
Mai22

 

É o fim de uma era. Giorgio Chiellini vai deixar a Juventus, que representava desde 2005. Após 17 anos em Turim, o central de 37 anos, que também já anunciou a renuncia à seleção italiana, vai deixar o Calcio e deve reformar-se na MLS.

Chiellini, natural de Pisa, fez a formação no Livorno e fez parte da equipa A do clube desde os 16 anos. Depois de uma excelente época 2003-2004, fazendo 42 jogos na Série B, aos 19 anos, chamou a atenção da Fiorentina e também na série A, pegou de estaca. Não tardou a mudar-se para um clube maior. No verão de 2005, chegou a Turim. Se o balanço é positivo, também é verdade que Chiellini apanhou a Juve numa altura em que foi apanhada num escândalo, perdeu títulos na secretaria e acabou na segunda divisão. Chiellini acompanhou a queda. No segundo ano na Juventus, foi campeão da segunda divisão ao lado de estrelas como Buffon, Tudor, Zebina, Camoranesi, Nedved, Del Piero, Zalayeta ou Trezeguet. E em 2007, regressou à Série A, já com reforços de peso: Jorge Andrade, Tiago ou Iaquinta.

Em 2011-2012, a Juventus já era de novo a equipa de topo da Série A e iniciou a fabulosa proeza de conquistar nove ligas consecutivas. Chiellini foi sempre o patrão da defesa (em parceria com Bonucci e/ou Barzagli) e conviveu com alguns dos maiores craques do mundo. Venceu ainda cinco taças e quatro supertaças. Sairá como o terceiro jogador da história da Juve com mais jogos. E, ainda venceu um Euro pela sua seleção.

Milan resiste

Leão e Tonali em grande

Francisco Chaveiro Reis
09
Mai22

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Num jogo em que o Milan precisava de vencer para regressar ao primeiro lugar, foi o vizinho Hellas Verona, a jogar em casa, a marcar primeiro, pelo capitão (Veloso estava no banco) Faraoni. Nada que assustasse o Milan. Rafael Leão, em grande, foi de arrancada em arrancada até à vitória final. Primeiro, galopou (qual Weah) pela esquerda, até colocar a bola no coração da área. Tonali, mais uma vez, foi o herói improvável. O médio com tendências defensivas já marcara um golo importantíssimo diante da Lázio e, depois de empatar, no recomeço faria o 1-2, novamente após jogada incrível de Leão. O Milan estava por cima e viu ainda Florenzi fazer o 1-3 final. O Milan tem mais dois pontos do que o campeão e rival Inter, a duas jornadas do fim.

Carlo Supertstar

Mais um título

Francisco Chaveiro Reis
03
Mai22

 

 

Carlo Ancelotti não terá a star quality de Pep Guardiola, Jurgen Klopp ou José Mourinho, mas na hora de se olhar para o percurso e conquistas, Carlo mete inveja a quase todos os treinadores do mundo.

Carlo Michelangelo Ancelotti, hoje com 62 anos, começou a carreira no futebol como jogador. De topo. Começou com três épocas em Parma, fazendo 55 jogos e marcando 13 golos, sendo treinado pelo grande Cesare Maldini. O médio passaria depois para Roma, jogando oito épocas pela AS. Como se fosse o destino, foi treinado lá por outro mito do Milan:  Nils Liedholm. Jogaria ao lado de Bruno Conti e Falcão e ajudaria a equipa a vencer um campeonato e quatro taças. Em 1987 chegou a Milão para se impor como figura central ao lado de craques como Van Basten, Gullit, Donadoni ou Baresi. Jogaria também com Paolo Maldini, filho do seu treinador no Parma e seria também ele, treinador de Paolo. Pelo Milan, venceu duas Ligas dos Campeões, com Arrigo Sacchi e, ainda, dois campeonatos, uma supertaça italiana, duas supertaças europeias e duas taças intercontinentais. Reformou-se aos 33 anos, em 1992, tendo jogado 26 vezes por Itália e participado nos Mundiais de 1986 e 1990 e no Euro 1988.

Como treinador, foi adjunto da seleção italiana e estreou-se na Reggiana mas foi a partir de 1996 que mais brilhou, ao serviço do Parma. Na estreia, conseguiu um belo segundo lugar na liga italiana, com equipa que incluía Zola, Chiesa, Crespo, Brolin, Dino Baggio, Cannavaro, Sensini, Thuram ou um jovem Buffon. Na segunda época, acabou por ficar em sexto, mas ganhou uma promoção. Na época seguinte estava na Juventus. Em 1999-2000, venceu, pela Juve, o primeiro título como treinador: a Taça Intertoto. Eram os dias de Van der Sar, Iuliano, Pessotto, Ferrara, Conte, Zidane, Davids, Del Piero e Inzaghi. Na época seguinte, seria segundo na liga e ingressaria depois no Milan, provavelmente o seu cargo de sonho.

Passou oito épocas no San Siro, criando equipas fabulosas, a jogar num 4-1-2-1-2 com um meio em campo em diamante com Pirlo, Gattuso, Seedord e Rui Costa. Orientou ainda outros craques como Dida, Cafu, Maldini, Costacurta, Serginho, Kaká, Inzaghi ou Shevchenko. Venceu duas Ligas dos Campeões; uma liga; uma taça, uma supertaça; duas supertaças da Europa e um mundial de clubes. Tendo ganho tudo em Itália, o passo natural seguinte foi a Premier League. Pelo Chelsea, venceu um campeonato, uma taça e uma supertaça. Não conseguiu o êxito europeu, mas deixou boa imagem em duas épocas.

Seguiram-se o PSG, em dois anos onde venceu “apenas” uma liga. O passo seguinte foi o maior. Chegou ao Real Madrid onde venceu a Liga dos Campeões (a décima do clube); uma supertaça europeia, um mundial de clubes e uma taça espanhola. O campeonato só o venceu esta semana, numa segunda passagem pelo Bernabéu. A supertaça espanhola venceu-a também esta época. Depois da primeira estadia em Madrid, fez o pleno. Foi para a única liga que lhe faltava no top-5 europeu. Pelo Bayern, venceu um campeonato e duas supertaças.

Seguiram-se ano e meio em Nápoles onde não conseguiu ser campeão e ano e meio no Everton, onde não conseguiu nada. Na hora de render Zidane, seu jogador na Juve, o Real escolheu-o. Parece ter voltado a acertar.

Don Carlo pode muito bem vencer mais uma Liga dos Campeões e, depois, acredito que queria treinar a sua seleção antes de se reformar. Com glória. Muita.

Milan aguenta-se

Inter também vence

Francisco Chaveiro Reis
01
Mai22

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A luta continua. O Milan esperou até aos últimos dez minutos para ver Rafael Leão marcar o golo da vitória sobre a Fiorentina. Assim, os rossoneri garantem a vantagem de dois pontos, a duas jornadas do fim. Pouco depois, o Inter venceu em Udine por 1-2. Perisic e Lautaro marcaram para o Inter e Pussetto reduziu. Numa liga tida como defensiva, nota para dois jogos com 7 golos cada um: Nápoles 6 Sassuolo 1 e Spezia 3 Lázio 4.

Inter perde em Bolonha

Milan continua em 1.º

Francisco Chaveiro Reis
28
Abr22

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É desta estrelinha que se fazem os campeões. Líder, com um jogo a mais, o Milan torcia ontem por um tropeção do rival e atual campeão, Inter, em Bolonha. Não começou bem para o Milan nem para o Bolonha, quando Ivan Perisic, vindo da direita para o meio, fez um grande golo. O Bolonha não desistiu e empatou antes da meia hora, graças a Arnautovic, de cabeça, que já passou pelo Inter. Na segunda parte, festa brava para Bolonha e…Milan. Em estreia, esta época, o guarda-redes Radu cometeu um erro enorme e Sansone fez o 2-1 final.

A quatro jogos do fim da liga, o Milan lidera com mais 2 pontos do que o Inter. O Milan recebe a Fiorentina e a Atalanta e visita o Hellas Verona e o Sassuolo, num calendário difícil. Já o Inter, visita a Udinese e o Cagliari e recebe Empoli e Sampdória.

Já o Bolonha, garantiu a manutenção e o plantel foi ao hospital visitar Sinisa Mihajlovic, antigo jogador do Inter, a lutar contra uma leucemia.

Milan respira

Golos aos 92'

Francisco Chaveiro Reis
25
Abr22

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Noite épica em Roma. O Milan precisava de vencer a Lázio para se manter na frente da tabela, mas, logo aos quatro minutos, Ciro Immobile, perigo público número um laziale, fez o 1-0. Num campo tradicionalmente difícil, os adeptos do Milan temeram o pior, mas Rafael Leão, um dos melhores em campo, foi levando perigo à baliza da Lázio. Mas, o empate só surgiria na segunda parte, por Giroud. O golo milagroso aconteceu aos 92 minutos, por Sandro Tonali, médio…defensivo. O Milan tem mais um ponto do que o campeão Inter mas, menos um jogo.

Curiosamente, o Inter, a outra equipa de Milão, venceu a Roma por 3-1. E esse foi o resultado que o Milan aplicou à Roma na jornada 20, em que o Inter não pode jogar. Esse Bolonha-Inter acontece amanhã e pode voltar a mudar a classificação, a quatro jornadas do fim.

Na jornada 20, ficaram ainda por jogar-se o Fiorentina-Udinese que pode fazer com que a Fiorentina passe Roma e Lázio e suba ao quinto posto; o Atalanta-Torino que pode fazer com que os de Bérgamo subam dois postos e ainda o Salernitana-Veneza que pode dar continuidade ao bom momento dos de Salerno, que pareciam irremediavelmente relegados mas que podem chegar aos mesmos 28 pontos da primeira equipa acima da linha de água, caso vençam o último classificado.