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Aos 40 anos, o corpo de Zlatan parece estar a dizer-lhe para parar. Esta época, o sueco soma pouco mais do que 900 minutos, nos quais marcou 8 golos. Com personalidade vincada, é mais certo que deixe Milão e possivelmente o futebol de primeira, caso o Milan seja campeão. Veremos. Mas, olhando para trás, Ibrahimovic só se pode orgulhar da sua carreira, mesmo que, ao contrário do que a sua enorme qualidade faria prever, nunca tenha estado muito próximo de uma Bola de Ouro. Não ter passado mais tempo em Espanha ou Inglaterra ajudarão a explicar esse facto.
Ibra começou a dar nas vistas no Malmo, da sua terra natal, ainda adolescente, ajudando a equipa a regressar à primeira divisão sueca. Sem ter nome no futebol, recusou fazer testes no Arsenal de Wenger (quão diferente teria sido a sua carreira?) e só deixou a Suécia para se tornar no 9 do Ajax. Venceu por lá, 2 campeonatos, 1 taça e 1 supertaça e fez diversos golos de outro mundo. Deixou Amsterdão com 110 jogos, 48 golos e 21 assistências. Por lá, conheceu o lateral brasileiro Maxwell que seria seu companheiro no Inter, Barcelona e PSG.
Já tinha feito 4 jogos e marcado 3 golos pelo Ajax, quando, no verão de 2004, depois de ter estado no Euro 2004, em Portugal (4 jogos e 2 golos ao lado de Larsson), mudou-se para Turim. Por lá, esteve em 92 jogos, marcando 26 golos e assistindo 19 vezes. Foi bicampeão, títulos depois retirados na secretaria, por corrupção. Não seguiu companheiros como Del Piero e Buffon na descida de divisão da Juve e mudou-se para o Inter, que herdou os títulos da Juve e ainda resgatou Ibra e Vieira. Três campeonatos e duas taças, coroaram o seu período interista, no qual esteve em 117 jogos, 66 golos e 32 assistências. Nesta altura, mesmo com o Mundial 2006 vencido pela seleção, Itália já não era o centro do futebol e Ibra aceitou mudar-se para o Barcelona.
Tal como muitos anos antes com Maradona, o Barcelona parecia ser a casa perfeita para o sueco, agora rodeado por Messi, Henry, Iniesta ou Xavi. Esteve em 46 jogos, marcou 22 golos e ofereceu 16. Nada mau. Mas não se deu bem com Guardiola e teve guia de marcha, apesar de ainda ter começado a época seguinte.
Regressou a Itália, onde se sentia confortável e teve sucesso no Milan. 85 jogos, 56 golos e 26 assistências. Ainda apanhou históricos como Inzaghi, Seedord, Ambrosini, Gattuso ou Pirlo e venceu uma liga e uma supertaça.
Em 2012, tornou-se na joia da coroa do PSG, novo rico do futebol mundial. E valeu cada centavo. Ajudou a vencer 4 ligas, 3 supertaças, 3 taças da liga e 2 taças. Deu 61 golos e marcou 156 em 180. Saiu como melhor marcador da história do clube, tendo sido, entretanto, superado por Mbappé e Cavani, o que não apaga a sua importância. Aos 35 anos ainda experimentou a liga inglesa, passando uma época em Manchester. Pelo United de Mourinho, venceu uma supertaça, uma taça da liga e uma Liga Europa, marcando 29 vezes e oferendo 10 golos.
A ida para os LA Galaxy cheirou a fim de carreira, mas Ibrahimovic continuou a ser impressionante: 53 golos e 17 assistências em 58 jogos na MLS. Em 2019-2020, regressou ao Milan, onde cumpre a sua terceira e possivelmente última época. Soma 28 golos e 8 assistências e tem servido de guia aos jovens jogadores do plantel que, esta época, está em boa posição de vencer a Série A, 11 anos depois.