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Visão do Peão

Visão do Peão

Dahlin

Heróis esquecidos

Fevereiro 05, 2025

Foi um dos heróis suecos no mítico Mundial de 1994. Foi goleador na Bundesliga. É Martin Dahlin. 

Filho de pai venezuelano e de mãe sueca, nasceu na Suécia e começou a dar nas vistas no Malmo, no final dos anos 80. Em 1988, aos 20 anos, foi o melhor marcador do clube, com 18 golos e o jogador mais utilizado, com 25 jogos. Era colega de Ljung, Thern e Schwarz e venceu a Taça Intertoto e o campeonato sueco. Era treinador pelo inglês Roy Hodgson. Foi bicampeão da suécia e da Intertoto, mas desceu para os 4 golos. Em 1990, mais 7 golos e em 1991, marcou mais 11 golos e conquistou uma terceira Intertoto.

Em 1991, mudou-se para o Borussia Mochengladbach. Começou mal. Teve três treinadores durante a época e marcou apenas 2 golos. O ponto alto seria a chegada à final da Taça. Na época seguinte, a equipa ficou de novo a meio da tabela, mas o sueco subiu para os 11 golos, sendo o melhor marcador da equipa. Ao terceiro ano, marcou 14 vezes antes do Mundial e o Borussia esteve ainda pior.

Em 1994-1995, marcou 13 golos, ao lado de Heiko Herrlich e do compatriota Patrik Andersson, foi quinto na Bundesliga e finalmente venceu um título: a Taça. Na final, 3-0 ao Wolfsburgo, com Dahlin a abrir o marcador. Effenberg, outra das estrelas da companhia, também marcou. Ao quinto ano, subiu para os 18 golos, na sua melhor época de sempre. O Borussia ficou em quarto na liga; perdeu a supertaça para o Borussia Dortmund de Moller ou Sammer e chegou aos quartos da Taça UEFA, caindo aos pés do Feyenoord do também sueco Henrik Larsson. 

As boas prestações levaram a que se mudasse para a AS Roma, na altura, um campeoanto ainda na mó de cima. Não lhe correu bem. Com a concorrência de Balbo, Fonseca, Totti ou Delvecchio, só esteve em campo 4 vezes e não marcou. Dahlin sofreu com a concorrência, sendo que a sua primeira escolha tinha sido a Juventus, com quem assinou um pré-contratado. Também terá recusado o Bayern de Munique. Em janeiro já estava de regresso ao seu Borussia, a tempo de marcar mais 10 golos. 

Aos 30 anos, chegou à Premier League, assinando pelos Blackburn Rovers, campeões, dois anos antes. A usar a camisola 10, ficou-se pelos 6 golos em 24 jogos longe dos 20 de Gallacher e dos 21 de Sutton. 1998-1999 seria a sua última época. Fez 6 jogos, sem golos, nos Rovers e mudou-se para a sua Bundesliga, onde também não marcou pelo Hamburgo. Retirou-se aos 31 anos, vítima de lesões. 

Pela Suécia, 29 golos em 60 jogos. Na caminhada da Suécia até ao terceiro lugar do Mundial de 1994, marcou 4 golos e fez uma assistência, ao lado de Henrik Larsson, Kennet Andersson e muitos mais. No 2-2 inicial, fez o golo que impediu a derrota sueca. No segundo jogo, bisou no 3-1 à Rússia. Nos oitavos, marcou um golo e ofereceu outro a Kennet, no 1-3 à Arábia Saudita. Antes, estivera nos JO de Seul, fazendo 4 jogos, sem marcar e no Euro 1992, jogado na Suécia, estando em campo também 4 vezes, sem golos. Em agosto de 1997, fez, ao cair do pano o seu último golo pela Suécia, num 1-0 à Lituânia. Em outubro do mesmo ano, jogou 80 minutos no 1-0 à Estónia e despediu-se da seleção.

Marco Simone

Heróis esquecidos

Janeiro 28, 2025

Lembro-me de ter cerca de dez anos e os comentadores da RTP realçarem o facto curioso de um certo avançado italiano se apresentar no Estádio da Luz a jogar de ténis brancos. Pouco depois perceberam que Marco Simone estava mesmo de botas de futebol, mas brancas, algo que tanto eu como os comentadores nunca antes tínhamos visto. Simone era uma personalidade e a sua qualidade merece ser lembrada e sublinhada. Já agora, esse jogo ficou 0-0 e Simone jogou 89 minutos em Lisboa. Na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões o avançado tinha bisado no 2-0 em San Siro. Simone, que fez 56 anos este mês, nasceu em Castellanza, na Lombardia e começou a jogar pelo Como, que ficou a meio da tabela, com Marco a participar em dois jogos, sem marcar. Aos 19 anos foi artilheiro da terceira divisão, marcando 15 vezes pelo Virescit Boccaleone. Regressou ao Como para 6 golos.

Jovem talento da região, juntou-se ao Milan aos 21 anos para aprender de perto com mestres de outro nível: Van Basten, Gullitt e Massaro, além de várias outras lendas, a jogar em todas as posições. Marcou por 3 vezes e fez parte do plantel que ganhou a Supertaça Europeia (suplente utilizado nas duas mãos contra o Barcelona); Liga dos Campeões (viu do banco, a final contra o Benfica) e Taça Intercontinental (jogou 20 minutos na vitória contra o Atlético Nacional de Higuita). Na época seguinte dobrou o número de golos, ainda como suplente, e voltou a vencer títulos: não foi utilizado na final da Supertaça Europeia nem na final da Taça Intercontinental. De 1991 a 1993, voltou a não chegar aos dois dígitos, marcando 8, 9 e 6 golos, vencendo 3 ligas italianas, 2 Supertaças italianas (fez o único golo no 1-0 ao Torino, em 1993) e uma Liga dos Campeões (viu do banco o famoso 4-0 ao Barcelona, em Atenas).

Em 1994-1995 (a tal época em que veio à Luz de botas brancas), fez uma das melhores época da carreira, com 21 golos em 45 jogos. Venceu a Supertaça italiana à Sampdória e a europeia ao Arsenal. Perdeu a final da Liga dos Campeões para o Ajax de Van Gaal e a Intercontinental para o Vélez Sarsfield de Chilavert. Depois dessa época de sonho, a fazer dupla com Massaro, chegaram Roberto Baggio e George Weah e Simone voltou ao banco, fazendo, ainda assim, 11 golos. Foi campeão e privou com Futre. No ano seguinte, o seu último em Milão, 10 golos e 0 títulos. Despediu-se com 74 golos em mais de 240 jogos, além de ter contribuído (mais ou menos) para 9 títulos.

Aos 29 anos tornou-se no camisola 9 do PSG, fazendo dupla com Maurice, tendo atrás de si homens como Le Guen ou Raí. Marcou 22 vezes (recorde pessoal até aí) e foi figura central na conquista da Taça de França e Taça da Liga. No 2-1 ao Lens, fez o golo da vitória, garantindo a Taça nacional. Marcou também ao Bordéus na final da Taça da Liga. E 1998-1999, com o português Hélder (ex-Boavista) e com Jay Jay Okocha, venceu a Supertaça, ao Lens, e marcou por 13 vezes.

Ficou em França, mas mudou-se para o Mónaco. Marcou 28 golos (recorde da carreira) e ao lado de Barthez, Sagnol, Costinha, Gallardo ou Giuly, foi campeão francês. Ficou mais um ano no principado para mais 13 golos e uma Supertaça. Depois de mais meia época sem golos no Mónaco, regressou brevemente ao Milan, aos 33 anos, para ser suplente de Shevchenko e Inzaghi. Fez apenas um golo, à Lázio, na Taça de Itália e nada venceu. Passou ainda por Mónaco, Nice e Legnano, sem sucesso. Mas o seu nome já estava feito. Por Itália nunca marcou e esteve apenas em 4 jogos, entre 1992 e 1996. Apesar da concorrência de homens como Vialli, Ravanelli, Del Piero, Totti, Baggio, Vieiri ou Inzaghi teria merecido jogar mais, sobretudo ter sido chamado para o Euro 2000, após 28 golos pelo Mónaco, mas não foi assim que aconteceu.

 

Grafite

Heróis esquecidos

Janeiro 23, 2025

Poucos homens merecem mais o título de herói esquecido. O mundo do futebol terá já esquecido um certo avançado brasileiro, que foi sendo goleador mas que só se destacou verdadeiramente numa época no Wolfsburgo. Falo de Grafite. Tal como outros casos, teve para não fazer carreira. Foi recusado por vários clubes e começou a jogar na terceira divisão. A sua primeira grande oportunidade foi no Santa Cruz, ao qual voltaria vezes na carreira. Marcou por lá 5 vezes e foi emprestado ao Grémio onde fez apenas 4 golos. Passou ainda pela Coreia do Sul, sem marcar.Regressou ao Brasil para começar, finalmente, a mostrar-se. No Goiás, marcou 12 vezes em 20 jogos, vencendo o campeonato goiano.

Chegou a um clube de maior dimensão, correspondendo. Em dois anos, 40 golos pelo São Paulo, jogando ao lado de Rogério Ceni, Júnior, Cicinho, Lugano, Fábio Simplício ou Luis Fabiano. Venceu o Paulistão, a Libertadores e o Mundial de Clubes (jogou 15 minutos no 1-0 ao Liverpool).

Entrou na Europa pela porta dos franceses do Le Mans. Na primeira época, 3 golos. Na segunda, "desabrochou" e fez 15 golos e antes de sair, ainda se cruzou com Gervinho e fez 2 golos. 

Seguiu-se o Wolfsburgo. Felix Magath tinha outras boas opções e viu no brasileiro uma opção barata para compor o plantel. Com a ajuda de Marcelinho Paraíba marcou 12 golos, sendo o melhor marcador da equipa, à frente de Dzeko (9 golos). Na segunda época, Dzeko subiu para 36 golos, mas Grafite encheu o olho de todos, marcando por 35 vezes. Ao lado de Dzeko, Misimovic, Barzagli ou Benaglio, levou o Wolfsburgo a vencer a Bundesliga pela única vez na sua história. Na época seguinte, mais 19 golos e na última na Alemanha, mais 10. Fez um golo mítico ao Bayern que só não venceu a primeira edição do Prémio Puskas porque nem clube nem jogador deram importância às comunicações da UEFA. 

Aos 33 anos passou a jogar no médio oriente, colecionando golos e títulos nos EAU e no Catar. Regressou ao Brasil, passando por Santa Cruz e Athletico Paranaeense. Em 2016, um ano antes de se retirar, marcou 24 vezes pelo Santa Cruz.

Pelo Brasil, jogou apenas 4 vezes, marcando 1 golo. Na estreia, jogou 38 minutos em São Paulo e marcou à Guatemala. 

Djalminha

Heróis esquecidos

Janeiro 12, 2025

Não ganhou os mesmos títulos e provavelmente não ganhou os mesmos milhões do que Kaká e Ronaldinho. Não foi tantas vezes internacional como Juninho Paulista ou Juninho Pernambucano, mas, em talento puro, Djalminha nada lhes deve.

Nascido em Santos, São Paulo, há 54 anos, Djalma Feitosa Dias, começou a jogar no Flamengo. Fez a formação no Mengão e em 1989 fez 2 jogos, convivendo com Zinho, Júnior, Bebeto, Zinho ou Leonardo. No ano seguinte, 20 jogos e 2 golos, ao lado de Zé Carlos, guarda-redes que passaria depois por Farense, Vitória e Felgueiras; André Cruz e Renato Gaúcho. Venceu a Copa do Brasil. Em 1991, mais 19 jogos, 2 golos e a conquista do Carioca e da Copa Rio.

Em 1992, com Júnior Baiano, Paulo Nunes e muitos outros craques, venceu o primeiro Brasileirão. Ficou mais uma época, com Marcelinho Carioca. O passo seguinte foi o Guarani, deixando para trás mais de 130 jogos e uma briga feia com Renato Gaúcho. Impôs-se de verde, fazendo 21 golos em mais de 40 partidas, não sendo suficiente para ir ao Mundial, devido à fortíssima concorrência. A primeira saída do Brasil não foi para a Europa, passando brevemente pelo Japão. Regressou ao Guarani para fazer trio de ataque como Amoroso (jogaria no Milan, Udinese, Parma ou Dortmund) e Luizão (campeão do mundo em 2002).

Em 1996 continuou a vestir de verde, mas a atuar pelo Palmeiras, contratado pela multinacional Parmalat. Ao lado de Cafu, Júnior, Flávio Conceição, Rivaldo, Müller e Luizão, “fez miséria”. Marcou 50 golos em 90 jogos; venceu o Paulista e recebeu a Bola de Ouro da revista Placar como melhor jogador do Campeonato Brasileiro.

No verão de 1997 chegou finalmente à Europa, aos 27 anos. Teve impacto imediato marcando 10 golos na época e sendo o melhor marcador. Apesar de ter também Donato, Fran, Mauro Silva, Bassir e novamente, Luizão, a época coletiva não foi brilhante. Seria melhor 1998-1999, já com Ziani, Turu Flores e Pauleta. Marcou 9 vezes, mas a equipa ficou em 6.º na La Liga e alcançou as “meias” da Taça do Rei.

Em 2000, já com a ajuda de Makaay, máximo goleador da equipa, foi campeão espanhol, um feito na história do Depor. Djalminha fez 13 golos na época, tantos como fez no ano seguinte, já com Tristán, e venceu a Supertaça. Na sua última época completa, marcou apenas 3 golos, mas venceu a Taça do Rei. Um desentendimento feio com o treinador fez com que saísse do clube.

Passou um ano no Austria Viena, vencendo tudo o que havia para vencer. Regressou a Espanha para mais 15 jogos na Galiza. Terminou a carreira no México, em 2005, após 6 jogos pelo Club América.

Pela seleção principal, apenas 13 jogos e 5 golos. Estreou-se em Curitiba, em novembro de 1996, marcando um golo no 2-0 aos Camarões. Voltaria a marcar, à Noruega, numa derrota por 4-2. Esteve na Copa América de 1997, vencendo-a, ajudando o Escrete com 2 golos em 3 partidas. Jogou ao lado de Romário, Ronaldo, Denilson, Roberto Carlos, Cafu e muitos mais. 

Zahovic

Heróis esquecidos

Janeiro 11, 2025

É um herói esloveno, passou por Portugal, Espanha e Grécia. Chama-se Zlatko Zahovic e acaba de completar 53 anos.

Começou no Kovinar Maribor antes de rumar ao gigante jugoslavo, Partizan. Em Belgrado, aos 19 anos, marcou apenas uma vez em 10 jogos. Seguiu-se um empréstimo ao Proleter Zrenjanin, onde esteve em 25 jogos, sem marcar. Regressou ao Partizan para mais dois anos, com números modestos. 28 jogos e 5 golos. Em 1991-1992, com Mijatovic como grande estrela e com Vujacic (jogaria no Sporting) e Vorkapic (Vitória SC e Ovarense), venceu a Taça. No ano seguinte, já com Milosevic, venceu Taça e Campeonato da Jugoslávia.

 

A sua carreira ganharia nova dimensão em 1993 quando chegou a Guimarães. Treinado por Bernardino Pedroto, assumiu-se como titular no meio-campo, ao lado de N´Dinga e Paulo Bento, fazendo 2 golos em 29 partidas. Brassard, Dimas, Pedro Barbosa ou Ziad eram outros dos titulares. No ano seguinte, já com Gilmar, Pedro Martins e Quim Berto no onze, marcou 4 golos e o Vitória terminou em 4.º na liga portuguesa. Ficou mais um ano, chegando aos 8 golos e jogando com outros grandes vultos do futebol português como o malogrado Neno, Vítor Paneira, Capucho ou Edinho.

Em 1996 chegou às Antas. Deu-se às mil maravilhas com Drulovic, Folha, Sérgio Conceição e Jardel e ajudou a equipa com 9 golos. Foi campeão e venceu a supertaça, num acumulado de 6-0 ao Benfica, fazendo duas assistências na segunda mão, num 0-5, na Luz. Estreou-se na Liga dos Campeões e no primeiro jogo, ofereceu dois golos no mítico 2-3 em San Siro, ao Milan de Maldini, Albertini, Baggio, Simone ou Weah.

Em 1997-1998, 11 golos do camisola 25 e mais um campeonato e uma Taça de Portugal. No terceiro ano no Porto, já com Fernando Santos no banco, “explodiu” com 22 golos e mais um campeonato e supertaça. A história de sucesso terminou em 1999.  

O destino seguinte surpreendeu. Zahovic trocou o FCP pelo Olympiacos, passando um ano em Atenas. Jogou com Giovani, Alexandris, Giannakopoulos ou Djordevic e foi campeão grego. Depois, regressou à Ibéria.

 

O próximo capítulo foi o Valência. Com Canizares, Ayala, Kily, Baraja, Mendieta e Carew, chegou à final da Liga dos Campões (perdida para o Real Madrid de Zidane e Raul). 

Dois anos depois, estava de regresso a Portugal para quatro anos no Benfica, pelo qual marcou 20 golos. Em 2004, venceu a Taça ao "seu" FCP e terminaria a carreira em 2005, sendo campeão, com Giovanni Trapattoni. 

É o melhor jogador de sempre do seu jovem país, marcando 35 golos em 80 jogos. Esteve no Euro 2000, marcando um histórico hat-trick à Jugoslávia onde alinhavam vários antigos colegas dos tempos do Partizan. Jogou também o Mundial 2002.  

 

Dion Dublin

Heróis Esquecidos

Janeiro 07, 2025

Nascido há 55 anos, Dion Dublin foi um grande goleador inglês, a quem não se costuma dar o devido reconhecimento.

Foi no Cambridge que deu nas vistas, ao marcar 52 golos entre 1988 e 1992, com dois empréstimos pelo meio a Barnet e Wycombe. Por lá, foi campeão da terceira divisão.

De 1992 a 1994, viveu o sonho de jogar pelo Manchester United, mesmo que só tenha marcado por 2 vezes. Fez parte do plantel que venceu campeoanto, taça e supertaça e partilhou plantel com Cantona, Hughes, Kanchelskis, Giggs ou Ince.

Até janeiro de 1999, teve os seus anos mais goleadores, ao serviço do Coventry. Fez 61 golos e chegou a jogar com Isaías, avançado brasileiro que brilhou em Portugal.

A etapa seguinte foi o Aston Villa onde venceu a Taça Intertoto e marcou mais 48 golos, com um empréstimo ao Milwall. 

Passou ainda por Leicester, Celtic e Norwich. Por Inglaterra, apenas 4 jogos, amigáveis, em 1998, antes e depois do Mundial. 

 

 

Hugo Porfírio

Heróis esquecidos

Janeiro 06, 2025

 

Talentoso extremo, foi internacional jovem, passou por Sporting e Benfica e foi emigrante em Espanha, Inglaterra e Arábia Saudita. Nascido em 1973 em Lisboa, juntou-se aos sub-13 do Sporting e foi subindo até se estrear pela equipa A, em 1993-1994, fazendo 2 jogos. Na época seguinte, fez 13 jogos, convivendo com homens como Figo, Peixe ou Balakov. Sem espaço, foi emprestado ao Tirsense, onde ganhou a titularidade e fez parte de uma grande equipa que ficou em 8.º no campeonato e que contava com Marcelo, Caetano, Giovanella, Batista ou Paredão. O ano seguinte, foi um dos melhores da sua carreira. Emprestado ao União de Leiria, marcou 9 vezes. Com Bilro, Tahar, Dinda, Fua ou Bambo, chegou às meias-finais da Taça de Portugal e ao 7.º posto da liga. 

Em 1996-1997 ainda fez 2 jogos pelo Sporting antes de rumar ao West Ham. Na Premier League, emprestado pelos leões, fez 4 golos e 3 assistências em 27 jogos e partilhou balneário com Futre, além de Bilic, Lomas, Lazaridis, Dumitrescu, Hartson, Dowie ou Raducioiu. Os jovens Lampard e Rio Ferdinand também despontavam na equipa.

No verão de 1997, passou a ser jogador do Racing Santander. Ganhou a titularidade e ajudou a equipa, cuja estrela era Fernando Correa, argentino, emprestado pelo Atlético de Madrid. Seguiu-se um contrato com o Benfica, semelhante ao do Sporting, com muitos empréstimos. Fez 6 jogos pelo clube, antes de um primeiro empréstimo ao Nottingham Forest. Seguiu-se o Marítimo e a equipa B do Benfica. Passou por 1.º Dezembro e Oriental antes de terminar a carreira no Al Nassr, muito longe do poderio que hoje tem. 

Pela seleção, apenas 3 jogos, todos em 1996. Estreou-se em Dublin, num 0-1, entrando aos 68 minutos para o lugar de Oceano. O seu segundo jogo foi já no Euro 1996, jogando 14 minutos em Nottingham, na vitória por 1-0 à Turquia. Em novembro, fez o seu último jogo, na qualificação para o Mundial de França. Como nos dois jogos anteriores, venceu por 1-0. Brilhou mais pelas camadas jovens de Portugal, marcando 9 golos em 51 jogos. Esteve nos Jogos OIímpicos de 1996, no Euro de sub-21 de 1996, no Mundial de sub-20 de 1993, no Euro de sub-18 de 1992 e no Euro de sub-16 de 1990. 

Louis Saha

Heróis esquecidos

Dezembro 27, 2024

Saha, hoje com 46 anos, foi um avançado francês que brilhou, a espaços, na liga inglesa, chegando a jogar com Rooney e Ronaldo no Manchester United de Sir Alex Fergunson.

Nascido em Paris, seria no Metz que se estrearia como senior. Em 1997-1998, marcou um golo, pela equipa vicecampeã, então liderada em campo por Robert Pires e, no ano seguinte, jogaria pela primeira vez em Inglaterra, emprestado ao Newcastle United, que viu nele um jogador muito promissor. Aos 20 anos, como suplente de Shearer, marcou 2 vezes em 12 jogos.

Regressou ao Metz para se afirmar, fazendo 12 golos e remetendo Padovano, ex-Juventus, para o banco. Voltou para Inglaterra onde esteve entre 2000 e 2013.

Brilhou intensamente pelo Fulham. Na primeira época, foi campeão da segunda divisão, marcando 32 golos, mais 11 do que Luís Boa Morte, outra das estrelas da companhia. No regresso à Premier League, 9 golos. Na época seguinte, mais 8 golos. Em 2003-2004, 15 golos até janeiro, altura em que passou a ser o camisola 9 do United.

Mesmo com a concorrência de Van Nistelrooy, Forlan ou Solskajer, marcou por 7 vezes. Na época seguinte chegou Rooney e Saha perdeu espaço. Marcou apenas 2 vezes e a equipa nada ganhou. Em 2005-2006, ganhou espaço e uma Taça da Liga. Marcou por 15 vezes. 

Em 2006-2007, venceu, finalmente, a Premier League, marcando 13 vezes na época. Despediu-se em 2007-2008 com a conquista da Liga dos Campeões, Mundial de Clubes, Premier League e supertaça inglesa. Fez 5 golos ao lado de Van der Sar, Vidic, Ferdinand, Evra, Scholes, Giggs ou Tevez.

Seguiu-se o Everton. Em Liverpool, começou por marcar 8 golos (menos um do que o australiano Cahill). Os blues chegaram à final da FA Cup, perdendo-a para o Chelsea. Em Wembley, Saha marcou no primeiro minuto, mas Essien e Drogba, estragaram-lhe a festa. Com a ajuda de Pienaar, Fellaini ou Arteta, o Everton alcançou ainda um belo quinto lugar. Marcou mais 27 vezes até se mudar para o Tottenham em janeiro de 2012.

Marcou 4 golos no regresso a Londres, convivendo com Defoe, Adebayor, Modric, Van der Vaart, Bale ou Walker. Despediu-se em 2012-2013, passando meia época no Sunderland e meia época na Lázio. Não marcou qualquer golo e despediu-se aos 34 anos. 

Por França, apenas 20 jogos e 4 golos, tendo sofrido com a concorrência, que incluia Henry, Trezeguet ou Anelka. Esteve no Euro 2004 e no Mundial 2006, sem marcar. Estreou-se em fevereiro de 2004 na Bélgica, marcando também o seu primeiro golo. Marcou o segundo golo logo no segundo jogo, ante a equipa de Andorra. Marcou depois a Geórgia e Ilhas Faroé na qualificação para o Mundial 2006. 

Balakov

Heróis esquecidos

Dezembro 23, 2024

Krassimir Balakov, antigo internacional búlgaro, parecia ter uma magia tal nos pés, que mais tarde ou mais cedo seria contratado por um gigante europeu. Ao invés, deixou muitas saudades no Sporting, antes de se juntar ao Estugarda, para 8 anos de magia.

Balakov, hoje com 58 anos, nasceu em Veliko Tarnovo e foi na equipa da sua cidade que começou a carreira. De 1983 a 1990 defendeu o Eter Veliko Tarnovo, marcando 35 golos em mais de 140 jogos. Jogou com homens como o falecido Ivanov, Kiriakov ou Guenchev, que jogariam consigo no Mundial de 1994. Na Bulgária, venceu uma Taça Intertoto, um dos poucos títulos da carreira. No verão de 1990, aterrou em Lisboa para defender o Sporting por cinco épocas. Orientado por Marinho Peres, marcou 8 golos na primeira época, ao lado de Fernando Gomes, Jorge Cadete, Carlos Xavier, Oceano ou Douglas. Na segunda época, já com Figo e Peixe no onze, marcou por mais 7 vezes.

De 1992 a 1994, teve os seus anos mais goleadores. Em 1992-1993, marcou 16 vezes em 38 jogos. Na época seguinte, 21 golos e 14 assistências numa época em que, com Bobby Robson, o Sporting parecia estar a caminho do título. Já se sabe que entretanto o inglês foi despedido e seguiu-se Carlos Queiroz. 

Em 1994-1995, 8 golo e o único título pelo Sporting. Com dois golos do compatriota Iordanov na final, venceu a Taça de Portugal, no seu último jogo de leão ao peito. Era uma equipa que tinha Figo, Dani ou Amunike.

Seguiu-se a Bundesliga mas não um gigante como Bayern ou Borussia, mesmo que o Estugarda seja uma equipa histórica. No primeiro ano, foi o jogador mais utilizado, a par de Élber, com 34 jogos, marcando por 7 vezes, sendo apenas superado por Élber e Bobic. No segundo ano, dobrou o número de golos, marcando 14 vezes e ajudando a vencer a Taça da Alemanha. Era então treinador por Low, que seria selecionador alemão, campeão do mundo. Ficou até 2003, como um dos favoritos dos adeptos, jogando com o português Fernando Meira. 

Pela Bulgária, 16 golos em 92 jogos. Esteve em 13 jogos em grandes competições, no Mundial de 1994, no Euro de 1996 e no Mundial de 1998. No quarto lugar da Bulgária no Mundial dos EUA, fez os 7 jogos da sua seleção, estrelada por Hristo Stoichkov.

Luis Hernández

Heróis esquecidos

Dezembro 22, 2024

Pensar no futebol mexicano é pensar instantaneamente no Mundial de 1998, no qual usou uma camisola mítica. Além de Cuauhtémoc Blanco, havia um certo avançado, de cabelo comprido loiro e com a camisola 15, pouco usual num avançado titular. Falo de Luis Hernández.

Hernandez, que hoje completa 56 anos, começou o seu percurso no Cruz Azul. Marcou apenas uma vez antes de se mudar para o Querétaro onde subiu a fasquia para os 11 golos. Seguiram-se 15 golos em dois anos no Monterrey, onde venceu a CONCACAF Cup Winners Cup.

Os melhores anos da carreira terão sido no Necaxa, onde marcou por 37 vezes e venceu dois campeonatos, uma taça, uma Campeon de Campeones e mais uma CONCACAF Cup Winners Cup.

Pelo meio, teve um empréstimo ao Boca Juniors, marcando 1 golo em 3 jogos, jogando com…Maradona. Passou pelo Tigres onde fez mais 39 golos e subiu até aos EUA.

Na MLS, defendeu os LA Galaxy, fazendo 15 golos, ao lado de homens como Cobi Jones.

Regressou ao México e defendeu o Club América, Veracruz, Jaguares e Lobos. 

Pelo México, 35 golos em 85 partidas. Esteve nos Mundiais de 1998 e 2002; nas Gold Cup de 1996, 1998 e 2000; na Copa América de 1997 e 1999 e nas Taças das Confederações de 1997 e 1999. Destacou-se na Copa América de 1997, com 6 golos em 6 jogos, levando o México ao terceiro lugar. No Mundial do ano seguinte, 4 golos (Alemanha, Holanda e 2 vezes à Coreia do Sul) em 4 jogos, repetindo a dose na Gold Cup. Venceu 2 Gold Cup e uma Taça das Confederações.

El Tren Valencia

Heróis esquecidos

Dezembro 20, 2024

Adolfo José Valencia Mosquera, conhecido simplesmente como Valencia ou El Tren Valencia, hoje com 56 anos, foi um avançado colombiano de grande sucesso, tendo passado por Espanha, Itália e Alemanha.

Valencia começou a jogar na Colômbia, no Santa Fé, onde esteve entre 1989 e 1993. Os seus golos e potencial fizeram com que o Bayern, gigante europeu, o levasse para o Olimpico de Munique em 1993. No primeiro jogo, dois golos ao Friburgo. Fazia dupla com Bruno Labbadia e foi, a par de Scholl, o melhor marcador do clube na época, com 13 golos. Foi campeão alemão e foi ao Mundial de 1994.

Ainda fez 3 jogos pelo Bayern mas grande parte de 1994-1995 seria passada ao serviço do Atlético de Madrid. Kiko e Manolo estiveram melhor do que o colombiano, que fez apenas 6 golos na época.

Regressou à Colombia para 11 golos pelo Santa Fe e mais 9 pelo America de Cali, onde foi campeão. O retorno à Europa seria pela porta do Calcio, com uma época na Reggiana. Marcou apenas 4 vezes, dividiu balneário com o malogrado Pacheco e desceu de divisão. Fez mais 11 golos no Independiente Medellín, em mais um regresso ao seu país. A última experiência europeia seria no PAOK, marcando 9 golos. Regressou à América, mais mais para cima do seu país. Juntou-se aos então NY Metrostars para ser o melhor jogador e marcador.Terminou a carreira em 2004, na China, ao serviço do Zhejiang FC, tendo passado pelo meio pelo UA Maracaibo, da Venezuela. 

Pela Colômbia, 14 golos em 37 jogos. Esteve na Copa América de 1993, marcando 2 golos, incluindo aquele que deu o terceiro lugar à Colômbia. No ano seguinte, esteve no Mundial dos EUA, onde fez mais dois golos. Jogou o Mundial de 1998, sem marcar, despedindo-se da seleção após meia parte contra a Inglaterra. 

Daniel Amokachi

Heróis esquecidos

Dezembro 17, 2024

Daniel Amokachi acabará 2024 com 52 anos. Atrás de si tem uma carreira de goleador, na Bélgica, Inglaterra, Turquia, EUA e Nigéria.

Amokachi começou a jogar no final dos anos 80, pelos Ranchers Bees, após ter feito a formação no Kaduna United, da terra onde nasceu. Entrou na Europa pela porta do Club Brugge. Conhecido como Touro, o potente avançado marcou 35 golos em 4 épocas, sendo que na estreia, pouco jogou. Na segunda época, foi campeão e chegou às meias finais da Taças das Taças, marcando nas meias finais ao Bremen. Na terceira, venceu a supertaça, ficando sem títulos na última época na Bélgica.

Ainda começou a época de 1994-1995 no Club Brugge, mas juntou-se ao Everton para duas boas épocas. Marcou 14 vezes pela equipa de Liverpool, fazendo golos memoráveis. Venceu a FA Cup, em Wembley, ao Manchetser United. Na segunda época, venceu a supertaça, apesar de não ter saído do banco, na partida contra o Blackburn Rovers, de Shearer e companhia. 

O próximo passo seria a liga turca e o Besiktas. Marcou 9 vezes na estreia e ficou em segundo na liga. Mais 9 golos na segunda época e uma Taça da Turquia. Na última época, 4 golos e uma supertaça. Em 1999, assolado pelas lesões, deixou a Turquia e praticamente acabou a carreira não se conseguido estrear pelo Columbus Crew ou Lusitanos nem tendo chegado a assinar por Manchester City, Tranmare Rovers ou TSV Munique.

Pela Nigéria 13 golos em 44 jogos. Esteve nos Mundiais de 1994 e 1998; nas CAN de 1990 e 1994; na Taça das Confederações de 1995 e nos Jogos Olímpicos de 1996.  Em 1994, na Tunísia, não marcou mas foi titular em todos os jogos, sendo campeão africano. No mesmo ano, esteve no Mundial dos EUA, marcando duas vezes. Marcou no 3-0 à Bulgária e no 0-2 à Grécia. Em 1996, de novo nos EUA, foi campeão olímpico, marcando na final à Argentina. 

 

Tore Andre Flo

Heróis esquecidos

Dezembro 16, 2024

Antes da chegada de nomes como Drogba, Shevchenko, Crespo, Anelka ou Torres, brilhavam pelo Chelsea, nomes como Vialli, Zola ou Hasselbaink. Também dessa altura era um norueguês alto e goleador, Tore Andre Flo.

Nascido há 51 anos em Stryn, foi no clube local que começou a jogar, no fim dos anos 80. Em 1993-1994, “subiu” na carreira, juntando-se ao Sogndal para 21 golos.

Seguiu-se o Tromso e mais 18 golos. Só saiu da Noruega, depois de 28 golos pelo Brann.

Em 1997, já com 25 anos, tornou-se reforço do Chelsea. O clube londrino já contava com Gullit, Zola, Hugues ou Vialli, mas Flo conseguiu estar em 44 partidas, marcando 15 vezes e oferecendo 2 golos. Petrescu, Wise ou Di Matteo eram alguns dos seus colegas e foi com eles que venceu a Taça da Liga. Melhor, o Chelsea, venceu a Taça das Taças. Esteve em destaque nos quartos de final, marcando duas vezes ao Bétis.

No ano seguinte, já com Brian Laudrup ou Gus Poyet, venceu a Supertaça Europeia ao Real Madrid e foi às meias da Taça das Taças. No terceiro ano, já com Deschamps, marcou 19 golos e venceu a FA Cup.

Ainda começou a quarta época no Chelsea e marcou mais 3 golos antes de rumar aos Glasgow Rangers a meio da época. No Ibrox, 13 golos ao lado de Tugay, Reyna, Albertz, Barry Fergunson ou Numan. No ano seguinte, 23 golos, já com a ajuda de Caniggia, Averladze ou Ronald de Boer. Não foi campeão, mas venceu Taça e Taça da Liga.

Regressou à Premier League para 6 golos pelo Sunderland e passou por Itália para 15 golos pelo Siena.

Regressou à Noruega para jogar pelo Valerenga, onde fez 16 golos. Retornou a Inglaterra para jogar pelo Leeds fazendo apenas 4 golos. Pelo MK Dons, não se estreou a marcar. Acabou no Sogndal, marcando 2 golos.

Pela seleção, 23 golos em 76 jogos. Estreou-se em outubro de 1995, num 0-0 contra a Inglaterra. Em maio de 1997, marcou os dois primeiros golos pelo seu país, num 4-2 ao...Brasil, de Romário, Romário, Djalminha ou Leonardo. Esteve no Mundial de 1998, voltando a marcar ao Brasil, numa vitória por 1-2 ante do campeão do mundo e em breve, finalista. Foi ao Euro 2000. Marcou pela última vez num 1-0 ao Luxemburgo, em 2003. Despediu-se num 2-2 à Bélgica em agosto de 2004. 

Luc Nilis

Heróis esquecidos

Dezembro 13, 2024

 

Prolífico goleador belga, Luc Nilis não tem o reconhecimento que merece, mas fica na história do futebol do Benelux. Nilis tem hoje 57 anos e depois e depois de deixar de jogar, foi scout para o PSV, bem como treinador adjunto de PSV, alguns clubes turcos e a seleção da Jordânia.

Nilis começou a carreira de 1984 ao serviço do Genk. Na estreia, 6 golos em 20 jogos. Na segunda época, mais golos, 10, e mais jogos, 27. Não admirou ninguém que aos 20 anos, se mudasse para o Anderlecht, gigante local.

Esteve em Bruxelas de 1986 até 1994, marcando 155 golos em 267 jogos. Na estreia, 28 golos em 30 jogos e a vitória do campeonato e da supertaça. Ainda chegou aos “quartos” da Liga dos Campeões, caindo aos pés do Bayern (marcou um golo na derrota acumulada de 7-2). Nilis tinha então a companhia de Adri van Tiggelen (campeão europeu pela Holanda em 1988), Enzo Scifo ou Arnor Gudjohnsen. Na segunda época, mais 15 golos e venceu supertaça e taça. À terceira época, 20 golos e mais uma taça. À quarta, 13 tentos.

Uma das melhores épocas da sua carreira seria em 1990-1991, com 27 golos, já com a companhia de Luís Oliveira (19) e Marc Degryse (12). Voltou a ser campeão. No ano seguinte, 21 golos e mais uma supertaça. Depois de mais 14 golos e um campeonato despediu-se em 1993-1994, com 31 golos em 29 jogos e, claro, mais títulos: campeonato, taça e supertaça.

Depois do Mundial de 1994, mudou-se para o PSV para 110 golos em 6 anos. Na primeira época, ao lado do adolescente fenomenal Ronaldo, marcou 13 golos e nada venceu. Melhorou em 1995-1996, marcando 31 vezes, vencendo uma taça ao lado de Zenden, Jonk, Vink, Cocu ou Numan.

No terceiro ano, 23 golos ao lado do compatriota Degryse e a conquista do campeonato e supertaça. Venceu mais duas supertaças e um campeonato antes de deixar o Benelux, pela primeira vez, aos 33 anos, depois de ter jogado com outras grandes estrelas, como Van Nistelrooy.

Acabou a carreira após uma época na Premier League, ao serviço do Aston Villa. Suplente de Merson, Dublin ou Angel, marcou apenas 2 vezes, em 5 jogos.

Pela Bélgica, 10 golos em 56 jogos, tendo estado nos Mundiais de 1994 e 1998 e no Euro de 2000, jogado, em parte, na Bélgica. A estreia aconteceu em 1988, num 3-0 à Hungria. O primeiro golo surgiria apenas em 1994, num 9-0 à Zâmbia. Em 1998, estreou-se a marcar em Mundiais, num 1-1 com a Coreia do Sul, naquele que seria o seu último golo internacional. Despediu-se depois de ter participado nos três jogos belgas no Euro 2000. 

Alexi Lalas

Heróis esquecidos

Dezembro 12, 2024

Ruivo, de cabelos compridos e de barba, Alexis Lalas foi uma das grandes figuras do futebol norte-americano nos anos 90. Panayotis Alexander Lalas, descendente de gregos, nasceu há 54 anos em Birmingham, Michigan, e começou a jogar em 1988 pelos Rutgers Scarlet Knights onde ficou até se tornar no primeiro americano a jogar no Calcio, pelo Pádova.

Depois do Mundial de 1994, mudou-se para Itália onde se tornou titular do Pádova, jogando 33 jogos e marcando 3 vezes, incluindo a Milan e Inter. Ao seu lado tinha homens como Vlaovic, Maniero ou Kreek. No fim do ano, aceitou juntar-se à MLS, a nova competição de futebol dos EUA. No entanto, atrasos fizeram com que a liga o emprestasse de novo ao Pádova.

Jogaria finalmente pelos New England Revolution em 1996, ficando para 1997. Nas duas épocas, foi nomeado para a equipa da época. Foi emprestado por um mês aos equatorianos do Emelec, antes de regressar aos EUA, onde jogou até fim da carreira, em 2003. Passou pelos New York Metrostars; D.C. United e L.A. Galaxy onde finalmente, venceu títulos, como sénior. 

Marcou 10 golos em 96 jogos pelos EUA, tendo estado nos Mundiais de 1994 e 1998; nos Jogos Olímpicos de 1992 e 1996; nas Gold Cup de 1993, 1996 e 1998 e na Copa América de 1993. 

 

Enzo Scifo

Heróis esquecidos

Dezembro 09, 2024

Jogou em clubes ou ligas de segunda e sobretudo com o aparecimento de uma geração de ouro que contava com grandes médios como Eden Hazard ou De Bruyne ficou para o segundo plano Enzo Scifo, um génio da bola.

Natural de La Louviére, foi ao serviço do Anderlecht que começou a dar nas vistas. Em 1983, aos 18 anos, ajudou o clube de Bruxelas a ir à final da Taça UEFA (foi titular nos dois jogos contra o Tottenham). Dividia então o campo com homens como Morten Olsen, grande jogador dinamarquês que seria selecionador da Dinamarca por 15 anos; Arnor Gudjohnsen, pai de Eidur e goleador; Franky Vercauteren, internacional belga que treinaria brevemente o Sporting e Frank Arnesen, internacional dinamarquês que se tornaria diretor desportivo de Tottenham ou Chelsea. Na segunda época, marcou 17 golos e foi campeão pela primeira vez. À terceira, 7 golos, mais um campeonato e uma supertaça. Na quarta e última época em Bruxelas, mais 9 golos, um campeonato e uma supertaça e o convívio com jovens como Luc Nilis (28 golos aos 20 anos) ou Luís Oliveira.

Seguiu-se uma época ao serviço do Inter de Milão, um dos gigantes de então. Em 44 jogos, 5 golos e a titularidade ali, atrás de Serena ou Altobelli e à frente de Zenga, Bergomi ou Daniel Passarella. O melhor que o clube conseguiu foi alcançar as “meias” da Taça de Itália. Scifo seguiu para França.

A primeira passagem por França incluiu uma época no Bordéus e duas no Auxerre. Pelos Girondins, 8 golos em 30 jogos ao lado de Jean Tigana. A época coletiva foi fraca e mudou-se para o Auxerre, treinado pelo lendário Guy Roux. Com Martini, Boli ou Vahirua, chegou aos quartos da Taça UEFA. No ano seguinte, ajudou o clube a ficar no top-três da liga francesa. Deixou Auxerre com 30 golos marcados.

Aos 26 anos, em 1991, regressou ao Calcio, para duas épocas no Torino. No primeiro ano em Turim, com Marchegiani, Bruno, Lentini ou Casagrande, chegou à final da Taça UEFA (perdida para o Ajax, apenas pelos golos sofridos em casa). No segundo ano, já com os golos do uruguaio Aguilera, venceu a Taça de Itália.

A etapa seguinte, foram 4 épocas no Mónaco. Na primeira época, com Thuram, Petit, Djorkaeff, Ikpeba ou Klinsmann chegou às meias da Liga dos Campeões. Na última época no Principado, com Henry, Trezeguet, Collins, Bernabia ou Barthez, foi campeão francês.

Acabou a carreira após 4 anos na Bélgica. Fez mais 90 jogos pelo Anderlecht, marcando por 17 vezes. Jogou com Koller, Radzinski, Goor, Baseggio ou Zetterberg e foi campeão uma vez. Acabou a carreira no Charleroi, marcando 3 golos em 13 jogos.

Pela Bélgica, 18 golos em 84 jogos, tendo estado no Euro 1984 e nos Mundiais de 1986 (2 golos), 1990 (1 golo), 1994 e 1998.  

Ciriaco Sforza

Heróis esquecidos

Dezembro 08, 2024

Será um dos números 10 mais subestimados das últimas décadas. Falo de Ciriaco Sforza, médio criativo suíço que passou por Kaiserslautern, Bayern ou Inter.

Até 1993, jogou no seu país. Fez a formação no Wohlen, clube da sua cidade natal. Seguiu-se o Aarau e mais tarde, o Grasshoppers, um dos melhores clubes da Suíça, sendo campeão. Vega, Bickel ou Sutter eram alguns dos seus colegas.

A longa carreira na Bundesliga começou no verão de 1993. O Kaiserslautern, que representaria em três períodos diferentes, seria o clube da sua vida e ele, seria um dos melhores da sua história. Em 93-94, 8 golos em 29 jogos e uma grande ajuda para que o clube fosse vice-campeão. Kuntz, Wagner, Kadlec ou Brehme eram outras das estrelas de então. Na segunda época, já com a ajuda do goleador checo Kuka, mais 8 golos e 36 jogos. Como qualquer jogador em grande destaque na Alemanha, foi contratado pelo Bayern de Munique.

Não teve a mesma influência no Olímpico de Berlim, mas fez 44 jogos, marcando 2 golos e fazendo 1 assistência. Venceu a Taça UEFA, numa final a duas mãos contra o Bordéus de Zidane, Dugarry e Lizarazu. Depois, o camisola 14 rumou a Milão.

Pelo Inter, jogou uma época e 40 jogos e 4 golos. Djorkaeff, Zamorano, Ince, Zanetti, Angloma ou Pagliuca eram algumas das outras estrelas. O Inter foi até às meias da Taça de Itália e perdeu a final da Taça UEFA para o fabuloso Shalke 04.

De 1997 a 2000, regresso ao “seu” Kaiserslautern para mais de 100 jogos e 5 golos. Em 1997-1998, foi campeão, superando os Bayern, Leverkusen, Estugarda, Shalke 04 ou Borussia.  Muitos dos colegas ainda eram os mesmos do que na primeira passagem e ainda se somaram Ratinho ou Hristov. No ano seguinte, chegou aos quartos da Liga dos Campeões e em 1999-2000, já com Djorkaeff fez mais uma bela época.

Regressou ao Bayern em 2000, para mais 55 jogos em dois anos. Venceu a Liga dos Campeões, campeonato alemão e a taça da liga. Na segunda época da segunda passagem, venceu a Taça Intercontinental.

Acabaria a carreira na terceira passagem pelo Kaiserslautern. Até 2006, fez mais 48 jogos e marcou 1 golo.

Pela Suíça, 7 golos em 79 jogos. Esteve no Mundial de 1994 e no Euro de 1996. Estreou-se em 1991 com um 1-1 na Checoslováquia. Em agosto de 1992 marcou pela primeira vez, num 0-6 na Estónia. Esteve no Mundial de 1994, jogando contra EUA, Roménia, Colômbia e Espanha. Estaria também no Euro 96, treinado pelo português Artur Jorge. Em outubro de 1996, marcou o seu último golo pela seleção, num 2-3 à Finlandia. Despediu-se em 2001, numa derrota por 4-0, na Rússia.

Maurizio Ganz

Heróis esquecidos

Dezembro 07, 2024

Maurizio Ganz tem agora 56 anos e é treinador, tendo orientado até há pouco tempo a equipa feminina do Milan. Na sua carreira como avançado, o italiano destacou-se em clubes como Atalanta, Inter ou Milan.

De 1986 a 1988, atuou pela Sampdória, não se tendo estrear a marcar. Aos 18 anos, com menos 4 anos do que Vialli e Mancini, a vida não era fácil. Foi em 1988-1989 que começou a marcar, pelo Monza, fazendo dupla com Casiraghi. Ganz marcou por 9 vezes e mudou-se para o Parma, onde marcou 5 vezes. Seguiu-se o Bréscia, onde marcou 29 vezes em dois anos.

Seria na Atalanta que se destacaria como goleador. Na estreia, 15 golos, mais de metade do que o segundo melhor marcador da equipa. Na segunda equipa, mais 9 golos. Chamou a atenção do gigante Inter.

Em Milão, começou bem. Em 1995-1996, 15 golos numa equipa que tinha Branca, Carbone, Ince, Zanetti, Festa ou Fresi. A época seguinte foi ainda melhor, aliás, a melhor de sempre de Ganz. 20 golos, mesmo com a concorrência de homens como Kanu ou Zamorano. Não ganhou nada esse ano (nem em nenhum) e perderia espaço com a chegada de Ronaldo Fenómeno ao Inter.

Seguiu-se um empréstimo ao Milan, onde passou meia época a fazer 5 golos. Regressou ao Inter para mais 4. No ano seguinte passaria a ser jogador do Milan a 100%. Depois de mais 6 golos em ano e meio, foi emprestado.

Marcou 8 golos pelo Veneza e outros tantos no regresso à Atalanta. Seguiram-se a Fiorentina (1 golo), Ancona (15), Modena (4), Lugano (8) e Pro Vercelli (10).

Apesar de algumas excelentes épocas, nunca foi internacional A por Itália, apesar de ter sido chamado duas vezes por Sacchi, em 1993. Vialli, Mancini, Ravanelli, Zola, Vieri, Baggio, Del Piero ou Inzaghi eram alguma da concorrência...

Tomáš Skuhravý

Heróis esquecidos

Dezembro 06, 2024

Foi estrela do Sparta de Praga, goleador em Itália e ainda passou uns meses em Portugal, vestido de verde e branco. Falo do checo Tomáš Skuhravý, antigo avançado, hoje com 59 anos.

Em 1983 estreou-se como sénior pelo Sparta de Praga, saindo do banco para defrontar o Real Madrid, na Taça UEFA. Muito jovem, só marcou 7 vezes em duas épocas antes de passar dois anos no FK Union Cheb, marcando 13 vezes na segunda época e merecendo o regresso ao Sparta. Em quatro anos, 58 golos. Saiu da Checoslováquia com cinco campeonatos no bolso.

Desembarcou em Génova em 1990, após ter jogado o Mundial de Itália. Com Branco, Eranio ou Aguilera, ajudou o Genoa a ficar no quarto lugar do Calcio, marcando 15 golos na época. Na segunda época, mais 14 golos e a chegada às meias finais da Taça UEFA. Fez mais 11, 9 e 12 golos em Itália, antes de aceitar mudar-se para Lisboa.

Aos 30 anos, vestiu a camisola do Sporting, não marcando nenhum golo e acabando a carreira pouco depois, devido a lesões depois de passar pelo Viktoria Zizkov.

Pela Chéquia, 17 golos. Estreou-se em setembro de 1985 na vitória por 3-1, contra a Polónia. Só em 1989 marcaria, ao Luxemburgo, e logo por duas vezes. Marcaria duas vezes à Suíça e uma a Inglaterra antes do Mundial de 1990. Em Itália, 5 golos! Na estreia, um bis num 1-5 aos EUA. Já nos oitavos de final, três golos à Costa Rica. Foi o segundo melhor marcador da prova. Já como internacional pela República Checa (e já não Checoslováquia) fez 3 golos em 6 jogos. Despediu-se em Praga, com um golo, num 2-0 à Noruega. O seu país iria à final do Euro 1996 mas Tomas perdeu esse comboio.

Patrice Loko

Heróis esquecidos

Dezembro 05, 2024

Entre a França campeã europeia de 1984 e a França campeã mundial de 1998, muitos talentos existiram no futebol gaulês. Um deles, que sempre me encantou, é Patrice Loko, antigo avançado, hoje com 54 anos.

A vida de Loko está muito ligada ao Nantes, que representou entre 1988 e 1995. Depois de 3 jogos em 1988-1989, fixou-se na equipa principal na época seguinte. Marcou 3 golos numa equipa que contava com Desaillly, Kombouaré, Deschamps, Le Guen ou Burruchaga, além de Vercauteren, que treinaria brevemente o Sporting. 3, 2, 9 e 5 foram as marcas das épocas seguintes. A sua "explosão" aconteceria aos 25 anos, marcando 23 golos e levando o Nantes a ser campeão francês. Makelele, Karembeu, Ouédec, Pedros e N’Doram.

O passo seguinte natural foi mudar-se para o PSG, um clube bem mais rico. Passou lá três épocas e meia. Na época de estreia não jogou a Supertaça nem por Nantes nem por PSG mas ajudou o clube de Paris a vencer a Taça das Taças. Marcou ao Deportivo nas meias e bisou ante do Celtic nos quartos. Foi vicecampeão, perdendo o título para o Auxerre. Lama, N´Gotty, Raí, Guerin, Bravo ou Djorkaeff eram alguns dos seus colegas. No ano seguinte, a sua segunda melhor época individual (21 golos), com a ajuda de Dely Valdés, Leonardo, Cauet ou Roche. Em termos coletivos, foi uma época de quases. Perdeu o campeonato para o Mónaco; perdeu a Supertaça Europeia para a Juventus num total de 2-9 e perdeu a Taça das Taças numa final contra o Barcelona de Ronaldo, Figo ou Guardiola. No ano e meio seguintes perdeu espaço para Simone e Maurice e não mais marcou.

A sua carreira em clubes prosseguiu no Lorient, Montpellier, Lyon, Troyes e Ajaccio.

Por França, apenas 7 golos em 26 jogos, tendo sido prejudicado pela imensa concorrência, de Papin a Henry, passando por Anelka ou Trezeguet. Estreou-se em fevereiro de 1993, num 0-4 em Israel. Em dezembro de 1994, estreou-se a marcar num 0-2 ao Azerbaijão. No jogo seguinte, mais um golo, no 0-1 à Holanda. Foi chamado para o Euro 1996, marcando um golo à Bulgária. Não chegou ao Mundial de 1998, em França, despedindo-se cerca de um ano antes do Mundial, numa derrota pro 0-1 contra Inglaterra. 

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