Só soluções. Só problemas.
O Manchester City voltou a mostrar ao Manchester United quem manda na cidade, e na liga, e venceu os rivais por claros 6-3. E, não fosse o City ter tirado o pé do acelerador e os números poderiam ter sido bastante mais desequilibrados. Entre os 8 e os 44 minutos, Foden e Haaland bisaram e levaram o jogo para intervalo com um claro 4-0. Antony reduziu, mas a dupla de jovens do City voltou a marcar. Martial saiu do banco para bisar e fazer o 6-3 final.
Do lado do City, só há soluções. Guardiola tem um plantel de sonho, como já tinha no ano passado, sendo que lhe juntou Haaland. O gigante norueguês leva 16 golos em apenas 11 jogos pelo City, sendo o melhor marcador da Premier League com 14 golos (o dobro de Kane, segundo na tabela), em 8 jornadas. Ainda assim, quem lidera é o Arsenal, numa enorme surpresa, mas essa é conversa para outro post.
Do lado do United, só há problemas. Desde logo, Ronaldo. Com longa carreira com o estatuto de um dos melhores de sempre, o número 7 parece ter feito “birra” na pré-temporada, tendo intenção de se mudar para um clube com mais ambições. À falta (alegadamente) de interessados de topo, CR7 voltou a Manchester, mas tem tido pouco rendimento e ficou ontem no banco. Pleo que se tem visto, não merecerá ser titular, mas poderia assumir um papel semelhante ao de Ibrahimovic no Milan do ano passado, sendo um líder da equipa, antes desta entrar em campo. Não acredito que Ronaldo esteja acabado, mas parece estar em negação por estar numa fase diferente da carreira. De resto, o quadro é semelhante ao dos últimos anos. O United investe muito em alguns jogadores sem que tenha grande retorno com eles, mesmo tratando-se de homens que deram provas em contextos semelhantes, como Varane ou Sancho e vai triturando treinadores em busca de uma qualquer fórmula mágica.
O problema maior parece ser a falta de uma estratégia. Não é de crer que o United volte ao topo após um verão com um novo treinador e novos jogadores, por muito que estes possam ser bons. O United precisa de duas coisas: uma revolução e tempo. A revolução é difícil, porque implicaria a saída de quase todo o plantel e a óbvia substituição. Vários jogadores parecem não ter motivação, outros, simplesmente, não têm qualidade, mas, todos, ganham principescamente, o que dificulta colocações e rescisões. O processo terá que ser gradual e isso leva-nos à questão tempo, coisa que falta sempre nos grandes clubes quando não estão a ganhar. Nada nos diz que o United de hoje não seja amanhã como o Arsenal mas que não se vê grande luz ao fundo do túnel, não se vê…