Rui
Junho 01, 2018
Por um lado, o dia começou como tantos outros nas últimas semanas. Com Bruno de Carvalho agarrado ao poder, a cancelar a Assembleia Geral que o destituiria. E por muito que repita que o não está, as suas palavras e ações só mostram que está. Até admito que seja o seu amor ao clube e o sentido de missão que o agarrem mas visto deste ângulo parece-me mais a pouca vontade de deixar uma cadeira de sonho, principescamente paga.
Por outro, o dia acabará, inevitavelmente, com o Sporting ainda pior do que já estava. Rui Patrício, um dos grandes símbolos do clube, avançou para a rescisão unilateral de contrato alegando, sem grande surpresa, ter sido vítima de violência física e psicológica por parte do presidente do Sporting. Há um documento detalhado que dá conta disso mesmo e que contribui pouco para a imagem do clube, dando continuidade a um clima de “lavar de roupa suja em público”.
Rui Patrício, Campeão da Europa e um dos melhores guarda-redes da Europa, sai assim a custo zero apesar de ter tentado deixar alguns milhões no clube que o formou, mostrando, a meu ver, mais caracter do que aquele que a atual direção merecia. Foi Bruno de Carvalho a vetar o negócio. O Sporting não ganharia o merecido mas ganharia alguma coisa (10 milhões?).
Poderá ser verdade que o empresário Jorge Mendes se aproveitou da situação mas fazer negócios rentáveis é o seu core. O Sporting, na figura do seu presidente é que não poderia dar o flanco. E deu. Numa luta de popularidade, um presidente com 5 anos de futebol não pode vencer os jogadores de futebol, esses sim, os verdadeiros heróis para os adeptos. Nas últimas semanas, o presidente tem tentado ser mais popular do que os jogadores. Está condenado a fraquejar, sobretudo quando quase nada venceu no futebol sénior masculino. Vencendo o campeonato, os adeptos podem aturar muita coisa. Assim, não.
Adivinham-se mais rescisões – William, Acuña ou Battaglia – o que será uma tragédia desportiva e económica. O Sporting corre para ser um clube sem médicos, massagistas, treinadores ou jogadores. Mas com um presidente.