Visão do Peão

A carreira de Jovane Cabral tem sido altamente e surpreendemente irregular. A surpresa vem do enorme talento que se vê no extremo cabo-verdiano, que não se consegue impor, ele que vai a caminho dos 25 anos. Chegou a Portugal e à Academia do Sporting em 2014 e fez um bom percurso nas camadas jovens até se estrear em 2018, pela equipa principal, com Jorge Jesus. Em 2018-2019, num ano de reconstrução, foi treinado por Peseiro, Fernandes e Keizer e esteve em 31 jogos, fazendo 4 golos. Depois, mais 20 jogos e 6 golos. Em 2020-2021, foi campeão pelo Sporting estando em 28 jogos e fazendo 8 golos e 5 assistências. Em janeiro de 2021 teve um dos seus momentos altos ao bisar ante do FCP e levar o Sporting à final da Taça da Liga, que venceria. Como campeão e com toda a confiança de Ruben Amorim, passou a usar a camisola dez e foi testado no centro do ataque, como avançado móvel. Não vingou e fez apenas 17 jogos. Em janeiro de 2022 saiu para a Lázio. Em choque com a direção, Sarri nem conhecia, nem queria o jogador que acabou por fazer apenas 4 jogos, marcando uma vez.

Esta época, parecia que ia sair, mas não havia interessados. Ao vê-lo na Academia a treinar à parte, Amorim voltou a dar-lhe confiança, integrou-o e o extremo até renovou contrato, mas este ano Jovane parece ainda mais apagado e chegado ao mercado de janeiro, apenas um atraso burocrático impediu que saísse para o Valhadolid. Ontem ainda saiu do banco, depois de mais uma tentativa do treinador puxar por ele, mas hoje surge a notícia de que ainda pode sair para a liga turca, onde o mercado ainda está aberto. Jovane agora ou no verão vai deixar Alvalade e espero que se encontre noutro sítio qualquer onde possa ainda mostrar toda a sua qualidade e seja acarinhado.