Papin
Jean-Pierre Papin, hoje com 58 anos, teve uma carreira longa e cheia de golos. Nascido em Boulogne-sur-Mer, estrear-se-ia como sénior pelo INF Vichy, a mais de 600 quilómetros de casa. Jovem avançado de 20 anos, marcaria 13 golos e venceria a quarta divisão francesa. Saltou para o Valenciennes, da segunda, onde fez 15 golos e subiu para o Club Brugge, da Bélgica. Por lá, marcou ainda mais: 25 golos. Venceu a Taça da Bélgica ao lado de Jan Ceulemans ou Marc Degryse e foi vice-campeão. Com tais números, 22 anos e a chamada ao Mundial do México, não admirou que saltasse para o Marselha.
No OM tornou-se numa lenda, com 184 golos em 279 jogos, tornando-se no melhor marcador da história do clube. Os golos ajudaram, e muito, a conquistar títulos: 4 campeonatos e uma taça. Chegou, ainda às meias finais da Taça das Taças de 1988 (eliminado pelo Ajax de Bergkamp), às meias da Liga dos Campeões de 1990 (eliminado pelo Benfica) e à final da Liga dos Campeões de 1991 (derrota com o Estrela Vermelha). O Marselha seria campeão da Europa em 1993, numa altura em que Papin foi suplente da outra equipa finalistas, o Milan…Em Marselha conviveu com nomes como Amoros, Boli, Domergue, Giresse, Tigana, Deschamps, Cantona, Stojkovic, Abedi Pelé, Waddle ou Allofs.
Papin seguiu para San Siro, morada de uma das melhores equipas do mundo de então e de um campeonato central, mais destacado do que o francês. Correu-lhe bem a vida. Na primeira época, 22 golos e a conquista do campeonato e da supertaça, além da chegada à tal final da Liga dos Campeões e às meias-finais da Taça de Itália. Papin tornou-se titular absoluto ao lado de homens como Lentini, Massaro, Eranio, Albertini, Maldini ou Rossi. No ano seguinte, menos golos, “apenas” 11, mas mais títulos: campeonato, supertaça e Liga dos Campeões. Na final, um fabuloso 4-0 ao Barcelona, sem Papin em campo. Acossado por lesões, mudaria de gigante europeu. Em Munique marcou apenas 6 vezes em duas épocas, valendo a passagem pela conquista de uma Taça UEFA e do convívio com nomes como Klinsmann, Sforza, Scholl ou Helmer.
1996-1997 marou o seu regresso a França e à boa forma de goleador. Na estreia pelo Bordéus, com Micoud, Pavon ou Ziani, marcou 18 vezes. No ano seguinte, ficar-se-ia pelos 11 e aos 34 anos, começava a aproximar-se o fim da carreira. Passou pelo Guimgamp, JS Saint-Pierroise (Ilha de Reunião) antes de se retirar aos 40 anos, no modestíssimo US Lège-Cap-Ferret.
Pela seleção francesa entre títulos, fez 54 jogos marcando 30 vezes. Jogou o Mundial de 1986 e o Europeu de 1992 e ajudou a vencer a Kirin Cup, em 1994.