Os planteis
Benfica - O campeão está mais fraco. Já estava sem o treinador, autoproclamado "cérebro" do clube, que foi para o principal rival. Mais ficou com a saída do capitão Maxi para um rival direto e a de Lima, um dos principais pilares da equipa. Na baliza, tudo mais ou menos igual. Júlio César dá garantias. Ederson é boa alternativa e Lopes cumprirá o seu papel de terceira opção.
Os problemas começam nas laterais. Semedo começou bem, parece ter futuro mas pode ser fatal ser lançado tão jovem e “sem rede”. Almeida parece ser a alternativa. Maxi não foi bem substituído. Na esquerda, continuam Eliseu e Sílvio. O primeiro não colhe apoio das bancadas e tem várias falhas. O segundo, passa muito tempo lesionado. Este pode ser o ponto fraco da equipa. Marçal, após boas épocas na Madeira, foi logo emprestado. Daria jeito. No centro, Luisão está na curva descendente mas ainda dá para o gasto. Lisandro está a subir de forma e Jardel dá garantias. Fica a faltar uma quarta opção mais válida que Lindeloff.
No meio, para seis, Samaris parece ganhar a corrida a Fejsa mas são dois bons jogadores. À sua frente, é pior. Pizzi é irregular e Talisca parece andar perdido. Fazia falta um 8 mais consistentes. Djuricic, Cristante ou Teixeira parecem contar pouco.
Nas alas, uma confusão. John e Gaitán foram apostas de Vitória. O holandês foi para a segunda divisão inglesa e o argentino fica. Para a direita, Guedes ou Andrade passarão a ser hipóteses. E ainda há Bilal. Salvio está lesionada outra vez e Carcela e Taarabt, que chegaram com rótulo de craques, têm impressionado mais pelos bares lisboetas do que nos estádios. Aliás, Taarabt nem um minuto merece. Nuno Santos também espreita mas é juventude a mais. Prevê-se o imprevisível próprio de jovens em crescimento. Na frente, continua Jonas, que promete ser estrela. Falta-lhe é Lima. Entre Mitroglou e Jimenez, o mexicano parece melhor mas, como no resto do campo, o Benfica aqui está mais fraco.
FCP – No ano passado deu-se um grande investimento, pensou-se que o Porto seria campeão com facilidade mas Lopetegui falhou redondamente. Este ano, ainda maior investimento.
Na baliza mora Casillas, supercontratação. O espanhol já não é o astro que morou anos a fio em Madrid mas ainda é bom jogador e coloca o foco do mundo futebolístico no Dragão. Helton, eterno capitão e o jovem mexicano Gudino fecham o trio.
Nas alas, Maxi manda agora na direita, substituindo Danilo na perfeição. Ricardo foi emprestado e não há alternativa à direita. Para a esquerda há José Angel, Cissokho e Layun, mexicano que deu nas vistas no Mundial 2014 e vem para ser titular. Nenhum à altura de Alex Sandro. No centro, Maicon, Marcano e Indi mantem-se. Não chegou o tal central de qualidade ao nível de Otamendi ou Mangala e o quarto central é apenas o jovem chileno Lichnovsky.
O meio campo está muito forte. Danilo, Imbula, Sérgio Oliveira e André dão garantias mas falta um Oliver. O FCP tentou mas falhou. Mantêm-se Neves, Evandro e Herrera. Na frente, sem Jackson, tem sido Aboubakar a marcar. Osvaldo ainda não mostrou nada mas tem potencial. Nas alas, Quaresma regressou à Turquia mas chegou Corona. Tem tudo para ser a figura da equipa. Tello, Brahimi e Varela dão garantias. Bueno, tal como Adrian, parece ser uma contratação de impulso sem lugar na equipa, simplesmente porque não encaixa no esquema.
Sporting – O Sporting parece, finalmente, ser candidato a sério. Jesus tem qualidade, conhecimento e ambição e o clube conseguiu manter os seus principais jogadores.
Patrício dá um ou dois frangos por ano mas salva muitas vezes a equipa. Marcelo e Jug terão poucas hipóteses. Nas alas, Cédric e Lopes parecem ser melhores do que Pereira e Esgaio. O primeiro começou mal a época e o segundo naturalmente ganhará o lugar. Ainda assim, esta é uma posição que precisaria de ter maior qualidade. Na esquerda, Jefferson e Silva dão garantias.
Para o centro, esperava-se a chegada de um “patrão”. Falou-se em Douglas nem Rhodolfo mas quem chegou foi Ciani. Erro de casting, foi “despachado” poucas semanas depois. Oliveira assumiu-se como líder da defesa, tendo Tobias como suplente. Pela esquerda joga Naldo. Em Portugal tem mostrado segurança, na Rússia tremeu. Mas, em geral, é um bom jogador. Ewerton quando voltar terá, ainda assim, tudo para ser titular.
Com um “buraco” na direita, a defesa parece estar, mais ou menos na mesma, para já, a sofrer golos infantis.
No meio-campo, passam a jogar dois homens. A seis, tem jogado e bem, Adrien. Quando William recuperar será ele o dono do lugar. Bruno Paulista deve evoluir na B para, aos poucos, ir tomando o lugar de William. À frente tem jogado Mário e tem sido o melhor da equipa. Adrien e Aquilani são excelentes concorrentes.
Mesmo sem renovar, Carrillo é figura na direita. Na esquerda, Ruiz ganhou a posição mas está longe de ser um extremo. Falhada a contratação de um extremo esquerdo, o Sporting tem Mané (irregular) e Gelson (inexperiente) como alternativas. Até agora tem resultado. Não esquecer a joia Matheus, que evolui na equipa B.
No ataque, Téo ainda precisa de ritmo mas já se viu que é bom. Slimani também procura a melhor forma mas será determinante. Montero ainda não mostrou nada e Tanaka não teve oportunidade. Pelo menos um avançado teria sido importante contratar.
Inscritos foram Labyad, Viola, Martins e Rosell que o clube não conseguiu “despachar”.
Conclusão - O Benfica dificilmente será tricampeão, tendo este treinador e plantel. Arrisco que fica em terceiro. O FCP, caso Lopetegui tenha aprendido com os seus erros (não me parece) tem armas para ser campeão mas fica a sensação que o plantel é mais fraco do que no ano passado. O Sporting tem, pois, uma oportunidade de ouro para ser campeão, caso consiga “embalar”.