O voo do Galo
Apesar de levar mais de 50 golos marcados e de ter vencido 18 dos 29 jogos que disputou, o Gil Vicente continua em último lugar na Série A do Campeonato de Portugal, com…zero pontos. Até há uma semana, o histórico clube de Barcelos, estava em suspenso, com a possibilidade de dar um salto quântico da terceira para a primeira divisão. A 1 de abril, a Liga de Clubes decidiu que já chegava de suspense e que em 2019-2010, o Gil regressará enfim ao lugar a que pertence.
Para trás, ficam 13 anos onde o clube até chegou a uma final da Taça da Liga (1-2 com o Benfica em 2012) mas nunca mais jogou na primeira divisão e até desceu à terceira apesar dos melhores esforços de homens da casa como Paulo Alves ou Nandinho, craques feitos treinadores e, claro, do presidente Fiúza, figura central do clube. Fundado em 1924, o Gil Vicente só conheceu as maravilhas da primeira divisão em 1989/1990, cumprindo sete épocas antes de regressar à segunda divisão. Nesses anos acabou por mostrar ao futebol português homens como José Nuno Azevedo, José Nuno Azevedo, Tuck, Capucho, o saudoso João Filipe, Paulinho Cascavel, Folha, Brassard, Miguel, Laureta, Cacioli, Marcelo, Drulovic, Pedro Roma, Dito, João Oliveira Pinto, Carlitos, Pedrosa, Wilson ou Matias. Uns, lançados na primeira divisão para serem depois pescados pelos grandes, outros emprestados ao Gil para crescerem.
Não voltou logo na época seguinte devido ao “Caso Alverca” (como satélite do Benfica não poderia subir mas acabou por seguir para a I Divisão depois de se desvincular), tendo regressado em 1999. Em 2004, inaugura o moderno Estádio Cidade de Barcelos. No entanto, tudo muda em 2006, com o chamado “Caso Mateus”, o caso com o nome do avançado angolano, atualmente no Boavista. Boavista, justamente, que viveu algo parecido, sendo convidado a uma subida gigantesca. E em Barcelos, como no Bessa então, o problema será o mesmo. Como construir um plantel depois de anos sem receitas de primeira divisão? Os empréstimos de clube de maior dimensão, a aposta na prata da casa e a prospeção por jogadores baratos de qualidade nos mercados menos óbvios serão parte da resposta, mas com a promoção terá que vir algum tipo de compensação. A verdade é que um histórico regressará à primeira divisão e isso é de saudar.