O topo do mercado
Em época de mercado de transferências, no qual o Chelsea está quase a bater os 200 milhões de euros e ainda quer Enzo, que custaria mais uns 100, tem graça olhar para os mercados de há uns anos. Comecemos por 1994-1995 (simplesmente porque amigos ontem partilharam comigo o top-10 dessa época).
No topo das transferências estava Andy Cole, chegado no mercado de inverno. Por menos de dez milhões de euros, um valor banal hoje, claro, o goleador do Newcastle, tornou-se no goleador do Manchester United. Foram 9,6 milhões muito bem gastos, com Cole a fazer 93 golos em 195 jogos, sendo essencial na conquista de cinco Premier League e de uma Champions League, entre outros títulos. No segundo lugar da tabela, estava Michael Laudrup, génio de mau génio dinamarquês, que trocou o Barcelona pelo Real Madrid pelos mesmos 9,6 milhões. Laudrup não sabia jogar mal e passou duas épocas em Madrid antes de rumar ao Japão. 15 golos em 76 jogos e a participação na conquista de uma liga espanhola não são números maus, mas aos olhos de então, o dinamarquês saiu caro.
Por 8,3 milhões, o top três acaba com Sonny Anderson, avançado brasileiro que se mudou dos suíços do Servette para os franceses do Mónaco, após ter estado em Marselha, por empréstimo do mesmo clube. Sonny foi campeão no Principado e fez 67 golos em 117 partidas. E deu lucro. Em 1997 foi para o Barcelona por mais de 26 milhões. Voltemos à liga inglesa. No verão de 1994, Sutton, avançado inglês deixou Norwich a troco de 7,5 milhões (sairia em 1999 pelo dobro). O Blackburn Rovers passou a ter uma dupla de respeito com Sutton a fazer 19 golos na estreia e Shearer a marcar por 37 vezes. O clube venceu a Premier e Sutton é uma das suas lendas. Ainda em Inglaterra, nessa época, Duncan Fergunson chegou ao Everton por pouco mais de 6 milhões. Fez 35 golos em 107 jogos tendo regresso a Liverpool após uma passagem por Newcastle para mais 23 golos. Na estreia, Ferguson, que até começou por estar apenas emprestado, foi central na manutenção e na conquista da FA CUP. O escocês acabaria por não custar assim tanto ao Everton, que o voltou a comprar em 2000 por cerca de 5 milhões, é que, pelo meio, foi vendido ao Newcastle por mais de 10.
Na segunda parte da tabela estão Romário, Mihajlovic, Deschamps, Rui Costa e Ronaldo, ou seja, o melhor vem no fim. A sexta operação mais dispendiosa foi surpreendente. Romário, melhor jogador e marcador do Mundial 1994, deixou o colosso Barcelona para regressar ao Brasil, pagando o Flamengo, 6 milhões. Foi apenas em janeiro de 1995, mas não deixa de ser surpreendente. No Mengão, Romário marcou que se fartou, mesmo que dois anos depois tenha reforçado o Valência…por 2,5 milhões.
Recentemente falecido, o defesa goleador Mihajlovic mudou-se para a Sampdória no verão de 1994, por 6 milhões de euros, dando lucro de 11, quatro épocas depois, quando se juntou à Lázio. Marcou 14 vezes, mas não conseguiu vencer nada em Génova. Sinal da força italiana da altura, a lista inclui mais dois médios contratados por equipas italianas. Em 1994, Deschamps chegou ao meio campo da Juve por 5,5 milhões, vindo do Marselha. 180 jogos em cinco épocas e a ajuda na conquista de 10 títulos nacionais e europeus e intercontinentais. E, em 1999, o seu passe ainda custou 2 milhões ao Chelsea. Em 1994, Rui Costa, por 5,5 milhões, trocou o Benfica pela Fiorentina. Até 2001, encheu o meio campo da Fiorentina, tornando-se no ídolo das bancadas. Saiu para o Milan, por mais de 40 milhões.
Por fim, Ronaldo. O jovem avançado brasileiro, também campeão do mundo em 1994, chegou ao PSV, onde brilhara Romário antes, e fez 35 golos em 36 jogos. Os 5,5 milhões estavam mais do que pagos. Mas, Ronaldo ficou mais um ano e fez mais 19 golos. Em 1996, mudou-se para o Barcelona por 15 milhões. O resto, é história…