O Porto já não é Porto
Lá para os lados da cidade Invicta mora um clube cujo presidente o tirou do espírito bairrista e lhe ofereceu o país e a Europa, construindo um sonho. Esse mesmo clube é hoje uma pálida imagem de si mesmo, entregue a uma SAD cujos objetivos passam pelo enriquecimento dos seus gestores. Antero Henrique saiu agravando ainda mais o problema estrutural do clube azul-e-branco, que nas últimas quatro temporadas não foi capaz de conquistar qualquer troféu, entrando numa espiral de despedimentos de treinadores usados como bode-expiatório para o um problema que nada tem a ver com o futebol prático. Ao que parece segue-se Sérgio Conceição, o único disposto a arriscar o pescoço num clube em processo de diluição de si mesmo. A urgência de vender jogadores deixa a nu a má gestão corrente, com investimentos absurdos como Boly ou Depoitre, e outros a quem não foi dada oportunidade devida como Suk. É imperativo virar o modelo de gestão, é preciso parar de contratar caro e apostar mais na formação, dando espaço a Podstawski, Afonso Sousa, Victor Garcia, Rafa Soares, Gudiño, Ruben Neves, Quintero, e tantos outros cujos salários não pesam do mesmo modo que Casillas, Maxi Pereira ou os dezenas de emprestados desnecessariamente. É preciso ir ao mercado português com contratações coerentes.