Mais de mil milhões
O período de Nasser Al-Khelaifi à frente do PSG tem sido de sucesso. Desde 2011, altura em que o empresário oriundo do Catar, comprou o clube, o PSG venceu cinco campeonatos de França (até então tinha vencido apenas dois); quatro Taças de França; cinco Taças da Liga e seis Supertaças de França. De facto, dos 38 títulos conquistados pelo PSG na sua história, iniciada em 1970, 20 foram conquistados neste período de ouro e vem a caminho mais um campeonato francês. Se olháramos para a lista de melhores marcadores da história do clube, 3 dos 10 melhores, incluindo os dois melhores, foram contratados por Al-Khelaifi. Cavani e Ibrahimovic destronaram Pauleta. Di María é nono da lista.
Claro que todo este sucesso tem um preço. E um preço bem elevado. Mais de mil milhões de euros. Estes anos têm sido de gastos extremos como está bom de ver com os resgastes de Neymar ao Barcelona por 222 milhões e de Mbappé ao Mónaco por cerca de 180 milhões. Mas há um lado negativo de tudo isto. O primeiro pouco importa ao PSG. A liga francesa tornou-se bastante mais aborrecida. Só há competitividade do segundo lugar para baixo. Mas para ser justo, o Lyon teve oito anos seguidos de domínio total, sem que tivesse um dono bilionário. O segundo é o que mais afeta o clube. O domínio interno tornou-se normal mas a conquista da Liga dos Campeões não chegou ainda, nem esteve sequer, perto. Chegou duas vezes aos oitavos (como este ano) e quatro aos quartos. O terceiro é o custo literal que os planteis têm tido. Se o valor de Cavani, Mbappé, Marquinhos ou Thiago Silva é evidente. Outros, têm sido flops e nada baratos. O próprio Neymar, sendo a estrela da companhia quando joga, tem dado sempre a ideia de querer regressar a Espanha o quanto antes e parece pouco comprometido a fazer muitos jogos seguidos pelo clube ou sequer em jogar fora de Paris.
Mas do que aqui quero falar são dos jogadores que foram contratados por valores elevados e pouco renderam pelo PSG. Se virmos a lista dos 29 jogadores contratados por Al-Khelaifi, podemos dizer, com mais ou menos certeza que, Neymar (222 milhões), Mbappé (180), Cavani (64), Di Maria (63), Thiago Silva (42), Marquinhos (31), Lavezzi (26), Ibrahimovic (20), Verrati (12) ou Matuidi (7,5) foram boas adições. Mas a lista está repleta de flops. Uns, menos acentuados como Lucas (45), Pastore (42) ou Kurzawa (24), outros, que poucas utilidades tiveram para o clube como David Luiz (50), Draxler (36), Guedes (30), Digne (15), Gameiro (11), Menez (9), Trapp (9), Sissoko (8) ou Stambouli (6).
Van der Wiel, Jese Rodriguez, Krychowiak, Lo Celso e Aurier foram outros nomes que pouco acrescentaram ao PSG. Ainda assim, alguma coisa está a resultar. Poderia era resultar na mesma, com menos investimento.