Lembrar o Estrela da Amadora
O Estrela da Amadora nasceu em janeiro de 1932, fundado por um grupo de sete jovens da Amadora e tornou-se num dos clubes míticos do futebol português graças ao nome, equipamento tricolor, ambiente do estádio e aos jogadores e treinadores de classe que por lá passaram ou lá foram formados. Depois de décadas nas divisões amadoras, o Estrela subiu à terceira divisão no fim dos anos setenta, tendo chegado, por fim, à primeira divisão em 1988. Foi a primeira de 16 épocas, não consecutivas, ao mais alto nível. Com João Alves no banco, o Estrela ficou em oitavo lugar e apresentou ao futebol português, craques como Rebelo, Barny, Rui Neves ou Basaúla. Contava ainda com Marlon Brandão, emprestado pelo Sporting. Iniciavam-se os anos de ouro do Estrela que, sempre com João Alves, conquistou a Taça de Portugal, na época seguinte.
Em 1990, o Estrela venceu o Farense, por 2-0, já na finalíssima, e escreveu a página mais bonita da sua história. Paulo Bento e Ricardo Lopes foram os heróis no Jamor. O Estrela fez jogar: Melo, Neves, Rebelo, Duílio e Barny; Bobó, Bento, Chico e Baroti; Lopes e Nélson Borges. Jogaram ainda Jaime Cerqueira e Fernando Elias. Com esta conquista, o ano seguinte foi de estreia nas competições europeias, na Taça das Taças. Calhou em sorte o Xamax, da Suíça, eliminado nas grandes penalidades, após dois 1-1. Vital, Dimas, Agatão ou o goleador Ricky eram novidades, já com Manuel Fernandes no banco. Ricky marcaria os dois golos da eliminatória. Seguiram-se os belgas do Liége. O 2-0 na Bélgica foram fatais. Na Amadora, Duílio fez o 1-0. Não chegou. Em 1998/1999, com Jorge Jesus no banco e homens como Leal, Fonseca, Jorge Andrade, Miguel, Lázaro ou Gaúcho, chegou à terceira ronda da Taça Intertoto.
No campeonato, as melhores classificações foram o sétimo lugar em 1994 e 1998. Pelo banco do Estrela, para além dos já citados, passaram Quinito, Carlos Brito e claro, Fernando Santos. Formados no Estrela e lançados na primeira divisão há que lembrar nomes como Rebelo, Jordão, Chainho, Rui Borges, Mário Jorge, Calado, Dimas, Rodolfo, Agatão, Paulo Madeira, Rui Neves ou Abel Xavier. Eric Freire Gomes, conhecido como Gaúcho, é uma figura da história do Estrela, que lhe abriu as portas da Europa. Fez 140 jogos e marcou 55 golos.
Os anos 2000 foram madrastos para o Estrela. Os muitos problemas financeiros ditaram o fim do histórico clube, que participou pela última vez na primeira divisão em 2009/2010. Terá havido má gestão que ainda revolta os sócios até hoje. Em 2011, dos escombros do anterior clube, nasceu o Clube Desportivo Estrela que, em 2018, apostou no futebol sénior. Com uma equipa jovem, o CDE disputa as distritais de Lisboa, juntamente com o Belenenses.