Jesus
Junho 07, 2018
Já se sabe, Jorge Jesus vai treinar na Arábia Saudita depois de uma carreira toda feita em Portugal. Ao longo dos anos foram-se de falando de propostas de clubes como o A.C. Milan mas sempre ficou a sensação de que Jesus não tinha vontade de emigrar e que só o faria por um Real Madrid ou Barcelona. Infelizmente isso nunca foi hipótese. Jesus vai para o Al-Ahly receber 7 milhões por ano e vai sobretudo encontrar um projeto que lhe permitirá ter um ano relativamente calmo após o caos dos últimos meses no Sporting. Com apenas um ano de contrato, não me admira que volte a Portugal daqui a um ano para treinar, por exemplo, o FCP ou até que possa regressar ao Sporting, assim mude a direção.
Jorge Jesus foi um senhor nos últimos tempos de Sporting. Colocou os interesses do Sporting acima de tudo. Desvinculou-se sem pedir o que poderia ter pedido e resolveu um problema à direção, para não criar mais confusão no clube. Antes, foi com Frederico Varandas, o garante de união e a “cola” de um grupo atacado verbalmente pelo Presidente e fisicamente pela claque. O Sporting fica a dever muito a Jesus na medida em que foi ele que teve a atitude de elevação, liderança e sportinguismo que se esperava da direção.
Mas, para trás ficam três anos de grande investimento onde o Sporting só venceu uma Supertaça e uma Taça da Liga. É muito pouco para um treinador tão bem pago e para um plantel que foi gradualmente reforçado. A primeira época de Jesus foi muito boa, com o Sporting a atingir uma pontuação histórica e quase ser campeão. A equipa falhou em momentos-chave mas isso também pode ser visto como a fatura da desabituação de ganhar. Esperava-se que o segundo ano fosse ainda melhor. Não foi. O Sporting falhou a toda a linha no mercado de transferências (Markovic, Elias, Campbell ou André) e ficou em terceiro lugar. Este ano, o mesmo posto no campeonato. O que nunca saberemos é o que teria sido a época sem a constante intrusão de Bruno de Carvalho.