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Visão do Peão

Visão do Peão

Ter | 27.08.19

Craques da bola, 8

Francisco Chaveiro Reis

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Claudio Caniggia, hoje com 52 anos, olha para trás e tem uma carreira algo inconstante, mas recheada de golos. Avançado rapidíssimo, chegou a jogar em Portugal, marcando 16 golos no Estádio da Luz, em 1994-1995.

Estreou-se pelo River Plate, a meio dos anos 80. Concorrência não lhe faltava, de Francescoli a Ramon Centurión. Fez mais de 50 jogos e deixou 8 golos marcados, ajudando na conquista de quatro títulos.

Com 22 anos aterrou em Verona, como reforço do Hellas. 3 golos em 20 jogos e mudou-se para a Atalanta de Bérgamo, onde explodiu, com 26 golos em três épocas. O salto maior aconteceu em 1992, quando se juntou ao elenco da Roma. Andavam por lá Carnevale, Rizzitelli, Giannini, Hassler, Carboni, Festa ou Aldair. E despontava, aos 16 anos, um tal de…Totti. 7 golos em 19 jogos não convenceram os romanos e Caniggia veio para Lisboa.

Não eram bons tempos para o Benfica, mas para além de Caniggia, os encarnados contavam com João Pinto, Edilson ou Stanic mas foi o argentino, habitualmente com a camisa 7, a dar nas vistas (Isaías ainda tentou mas marcou menos um golo do que Caniggia). O Benfica não passou do terceiro lugar, mas na Liga dos Campeões passou à segunda fase, onde caiu aos pés do poderoso Milan. Mas Caniggia parecia não ser de assentar arraiais e regressou à Argentina.

Passou quatros anos no Boca Juniors (inclui-se neste período o beijo a Maradona) mas nada ganhou. Fez 32 golos em 74 jogos e conviveu com grandes jogadores como Véron, Kily Gonzalez, Luís Hernandez, Riquelme, Vivas, Schellotto, Palermo, Solano ou Samuel. Voltou a Itália no verão de 1999, para uma época na Atalanta onde apenas marcou uma vez.

Só na passagem pela Escócia, voltou aos sucessos e aos trofeus. Começou por se ambientar no Dundee FC, com 7 golos em 21 jogos. Num plantel treinado por um italiano e com mais seis argentinos, sentiu-se em casa. A época, valeu-lhe, aos 35 anos, a mudança para os poderosos Glasgow Rangers. Em duas épocas, venceu quatro títulos e marcou 18 vezes. Ao lado, teve homens como Flo, Kancheslskis, Arveladze, Mols, Reyna, Ronaldo de Boer ou Latapy. Retirou-se aos 37 anos, após uma época no Catar, onde fez 5 golos em 15 jogos pelo Qatar SC, onde privou com o angolano Akwá, que conhecera no Benfica.

Em 2012, regressou aos relvados para jogar pelo Wembley FC. Aos 45 anos, foi treinado por Terry Venables e jogou ao lado de Graeme Le Saux, Martin Keown, Ray Parlour, David Seaman, Danny Dichio e Brian McBride. Ainda marcou um golo na Taça de Inglaterra, naquela que terá sido uma jogada de marketing da Budweiser.

Pela sua seleção, teve uma história bonita, conquistando a Copa América de 1991 e a Taça das Confederações, no ano seguinte. Jogou ainda as Copas América de 1987 e 1989; os Mundiais de 1990 e 1994 e esteve no elenco de 2002, mesmo não tendo jogado. Marcou nas seis competições que jogou pela Argentina.