Craques da bola, 30
José Roberto Gama de Oliveira, para sempre conhecido como Bebeto, é um dos melhores avançados da história do Brasil. Aos 55 anos, olha para uma carreira repleta de glória.
Começou a dar nas vistas no Vitória, em 1982, com 1 jogo e 1 golo. O baiano conheceria um sucesso bem maior quando se mudou para o gigante Flamengo em 1984. Em 285 marcou 153 golos e conquistou os adeptos do Mengão. Venceu 16 trofeus, incluindo um campeonato brasileiro.
Manteve-se no Rio de Janeiro para, entre 1989 e 1992 jogar pelo Vasco da Gama. A transferência foi controversa, mas Bebeto liderou o Vasco rumo ao segundo campeonato brasileiro da sua história. Com 59 golos em 115 jogos, saiu com a sua missão cumprida. Roberto Dinamite, Sonny Anderson, Mazinho, Carlos Germano, Edmundo ou Mário Jardel foram seus companheiros.
No verão de 1992, aterrou na liga espanhola, uma das melhores do mundo para transformar o modesto Deportivo num sério concorrente ao título de campeão. Em 131 jogos, 108 golos. Ajudou a dois segundos lugares (um deles decidido quase no último segundo da última jornada) e a um terceiro. Eram os tempos de Donato, Mauro Silva ou Fran. Ainda venceu uma Taça do Rei e uma Supertaça.
Chegado tarde à Europa, após três anos e meio na Galiza regressou ao Flamengo. Com 32 anos e com a concorrência de Sávio, Romário ou Amoroso ainda marcaria 17 golos em 21 jogos. Voltou a Espanha, mas não teve sucesso em Sevilha e o Vitória seria o seu destino para mais 8 golos.
Antes de se reformar ainda teve vários destinos: Cruzeiro, Botafogo, Neza (México), Kashima Antlers (Japão), regressos a Vitória e Vasco e Al Ittihad (Arábia Saudita).
Pela seleção viveu em 1994, o seu momento mais alto: tornou-se campeão do mundo, fazendo uma dupla de sonho com Romário. Fez 7 jogos e marcou 3 golos (menos 2 do que Romário). Num dos festejos embalou um bebé imaginário, em homenagem ao filho recém-nascido (Matheus, dos quadros do Sporting) e tornou-se icónico. Ao todo, 40 golos em 76 aparições. Para além dos EUA em 1994, destacou-se na Copa América de 1989, com 6 golos em 7 jogos e nos Jogos Olímpicos de 1996, com 6 golos em 6 jogos. No primeiro caso, o Escrete venceu a prova. No segundo, venceu apenas a medalha de bronze.
Pelo Brasil foi, ainda, campeão do Mundo de sub-20, em 1983 (com Aloísio ou Dunga), medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988 (com Romário ou André Cruz); venceu a Taça das Confederações em 1997 e chegou à final do Mundial de 1998.