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Visão do Peão

Visão do Peão

Ter | 09.04.19

Craques da Bola, 1

Francisco Chaveiro Reis

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Hoje com 51 anos, Youri Djorkaeff, médio ofensivo francês de origem arménia, marcou uma época do futebol francês, tendo estado ao lado de Zidane, Deschamps ou Pires na equipa que venceu o Mundial de 1998 e o Euro de 2000. Nascido em Lyon, filho do também futebolista Jean Djorkaeff (Lyon, Marselha e PSG), Youri começou a jogar como sénior no Grenoble, em 1984. Por lá ficaria até janeiro de 1990, altura em que fez o upgrade para a equipa do Estrasburgo.

Só subiria à primeira divisão um ano depois, em janeiro de 1991, mudando-se para o Mónaco. Para trás, 41 jogos e 27 golos pelo Estrasburgo que subiria de divisão. Djorkaeff não foi nada tímido e ajudou o Mónaco de Arsene Wenger a ficar em segundo lugar na Ligue 1 e a vencer a Taça de França. Para tal terá ajudado a companhia: Weah, Hoddle, Puel, Rui Barros e os jovens Henry, Thuram e Petit, que viriam a ser campões do mundo sete anos depois, faziam parte do plantel. Djorkaeff ficaria mais quatro épocas no Principado chegando a uma final da Taça das Taças, conhecendo outros treinadores (Jean Luc Ettori e Gerard Banide) e convivendo com craques como Klinsman, Dib, Dumas, Ikpeba, Sonny Anderson ou Scifo.  

Pelo Mónaco atuou 177 vezes e marcou 65 golos sendo o melhor marcador do campeonato francês de 1993-1994, com 20 golos, em igualdade com Boli (Lens) e Ouedec (Nantes). 1995-1995 seria passado no PSG onde venceria a Supertaça de França e a Supertaça Europeia. Marcaria 20 golos mas não fez do PSG, campeão. Treinado por Luis Fernandez, contou com Nouma, Anelka, Loko, Dely Valdes, Raí, Le Guen ou Guerín como companheiros.

Depois de tão grande evolução no seu país, rumou ao poderoso Inter de Milão, sempre sedento de novos craques que lhe devolvessem o título italiano (fugiu entre 1989 e 2006). Em Milão, venceu a Taça UEFA de 1997-1998, apoiando o génio de Ronaldo. Roy Hodgson, Luciano Castellini, Luigi Simone e Mircea Lucescu foram seus treinadores e ao seu lado, uma parada de estrelas: Zamorano, Ganz, Kanu, Sforza, Ince, Recoba, Simeone, Zanetti e Pagliuca. Poucas semanas depois da vitória na Taça UEFA, Djorkaeff integraria a histórica equipa francesa que venceria o Campeonato do Mundo, em casa. O passo seguinte da carreira seria a Bundesliga e o Kaiserslautern, campeão pouco antes.

Em dois anos e meio na Alemanha não conquistou títulos, mas deixou a marca de 18 golos marcados. Por lá, conheceu Klose, Tare, Basler ou Dominguez e reencontrou Sforza. Em janeiro de 2002, mudou-se para o melhor campeonato do mundo, ao serviço do Bolton Wanderers. Sem surpresa, não venceu títulos, mas espalhou a sua classe, numa equipa que tinha Okocha, Bobic, Nolan ou N´Gotty. Djorkaeff acabaria a carreira de sucesso nos EUA, ao serviço dos NY Metrostars, da MLS. Em Nova Iorque marcou 13 golos e conviveu com Tony Meola, Agoos e com o jovem adolescente Bradley que faria boas épocas na Roma.

Fica a sensação de que Djorkaeff teria sempre cabido num gigante europeu como Manchester United, Bayern de Munique, Real Madrid ou Barcelona mas ainda assim fez uma carreira de alta categoria e será para sempre lembrando como um jogador francês muito acima da média que brilhou, sobretudo nos anos 90.