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Visão do Peão

Visão do Peão

Qua | 05.02.20

CR 35

Francisco Chaveiro Reis

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Cristiano Ronaldo faz hoje 35 anos, sem sinais de que vai abrandar a sua genialidade. O melhor jogador português de todos os tempos e um dos maiores da história – a par de Messi, Maradona, Pelé ou Di Stefano – continua, numa idade que é de reforma para muitos, a jogar ao mais alto nível e a bater recordes. Soma tantos títulos individuais que não os consigo enumerar todos. 

Mudou-se muito cedo para Lisboa, deixando para trás a Madeira onde defendeu os Andorinhas e o Nacional. Nas acomodações do velho Alvalade e depois numa pensão na zona do Saldanha, cresceu, longe da família humilde, mas sempre com a determinação que se lhe reconhece. Estreou-se com a camisola 28 do Sporting em 2002/2003, marcando 5 golos em 31 jogos. Era o Sporting com pinta de campeão e um plantel de luxo: Sá Pinto, João Pinto, Ricardo Quaresma ou Mário Jardel. Começou a segunda época, já com Fernando Santos em vez de Lazlo Boloni no banco e no jogo de inauguração do novo estádio, conquistou o United. Pelo Sporting, venceu uma Supertaça.

Chegou a Manchester no verão de 2003 para receber a camisola 7 de Beckham, de saída para o Real. À primeira exibição, conquistou Old Trafford, com fintas e dribles. Aos poucos, com a ajuda de Fergunson e dos companheiros como Giggs ou Ferdinand, tornou-se mais maduro e cada vez mais goleador. Aos longo de seis anos marcou 118 golos em 292 jogos e venceu quase tudo: um Campeonato do Mundo de Clubes da FIFA; uma Liga dos Campeões da UEFA; três Premier League; uma Taça de Inglaterra; duas Taças da Liga e uma Supertaça de Inglaterra.

Mas foi em Madrid que a sua carreira subiu de nível. É o melhor marcador da história do melhor e maior clube do mundo, superando monstros sagrados como Raul, Di Stefano, Puskas, Gento ou Butrageno. Benzema, seu companheiro entre 2009 e 2018, está na sexta posição, com 240 golos, menos 210 do que o português. Títulos, foram ainda mais do que em Manchester: três Campeonatos do Mundo de Clubes da FIFA; quatro Liga dos Campeões da UEFA; uma Supertaça da UEFA; dois Campeonatos de Espanha; duas Taças do Rei e duas Supertaças da Espanha. A sua passagem pelo Real, onde se esperava que ficasse até fim da carreira, ficou marcada por algumas polémicas e supostos amuos do craque que não se terá sentido sempre apoiado pela direção.

Em 2018-2019, mudou-se para a Juventus, dona e senhora do futebol italiano. Por um veterano, a Juve pagou 100 milhões de euros e até agora, Cristiano tem explicado por quê. Foi campeão e venceu uma supertaça. Leva 50 golos em 70 jogos. Mas claro, a Juventus procura voltar a vencer a Champions e Ronaldo não enjeita a hipótese de erguer a “Orelhuda” pela sexta vez.

Pela seleção, lágrimas. Aos 17 anos, foi essencial, ao lado de Figo e Rui Costa, na ida de Portugal à final do seu Euro, mesmo tendo o seu pai morrido durante a prova. Na final perdida, lágrimas de tristeza. 12 anos depois, lesionou-se na final do Euro e saiu de campo, apenas para sofrer como todos nós até chorar lágrimas de alegria. É o melhor marcador da história da seleção e um dos melhores de todas as seleções. Leva 99 golos em 164 jogos.

Aos 35 anos, já não é um extremo explosivo, mas continua a ser uma máquina de trabalho e um matador. Letal, Ronaldo procura jogar até aos 40, ao mais alto nível. E ninguém duvida dele.