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Visão do Peão

Visão do Peão

Carlo Supertstar

Mais um título

03.05.22

 

 

Carlo Ancelotti não terá a star quality de Pep Guardiola, Jurgen Klopp ou José Mourinho, mas na hora de se olhar para o percurso e conquistas, Carlo mete inveja a quase todos os treinadores do mundo.

Carlo Michelangelo Ancelotti, hoje com 62 anos, começou a carreira no futebol como jogador. De topo. Começou com três épocas em Parma, fazendo 55 jogos e marcando 13 golos, sendo treinado pelo grande Cesare Maldini. O médio passaria depois para Roma, jogando oito épocas pela AS. Como se fosse o destino, foi treinado lá por outro mito do Milan:  Nils Liedholm. Jogaria ao lado de Bruno Conti e Falcão e ajudaria a equipa a vencer um campeonato e quatro taças. Em 1987 chegou a Milão para se impor como figura central ao lado de craques como Van Basten, Gullit, Donadoni ou Baresi. Jogaria também com Paolo Maldini, filho do seu treinador no Parma e seria também ele, treinador de Paolo. Pelo Milan, venceu duas Ligas dos Campeões, com Arrigo Sacchi e, ainda, dois campeonatos, uma supertaça italiana, duas supertaças europeias e duas taças intercontinentais. Reformou-se aos 33 anos, em 1992, tendo jogado 26 vezes por Itália e participado nos Mundiais de 1986 e 1990 e no Euro 1988.

Como treinador, foi adjunto da seleção italiana e estreou-se na Reggiana mas foi a partir de 1996 que mais brilhou, ao serviço do Parma. Na estreia, conseguiu um belo segundo lugar na liga italiana, com equipa que incluía Zola, Chiesa, Crespo, Brolin, Dino Baggio, Cannavaro, Sensini, Thuram ou um jovem Buffon. Na segunda época, acabou por ficar em sexto, mas ganhou uma promoção. Na época seguinte estava na Juventus. Em 1999-2000, venceu, pela Juve, o primeiro título como treinador: a Taça Intertoto. Eram os dias de Van der Sar, Iuliano, Pessotto, Ferrara, Conte, Zidane, Davids, Del Piero e Inzaghi. Na época seguinte, seria segundo na liga e ingressaria depois no Milan, provavelmente o seu cargo de sonho.

Passou oito épocas no San Siro, criando equipas fabulosas, a jogar num 4-1-2-1-2 com um meio em campo em diamante com Pirlo, Gattuso, Seedord e Rui Costa. Orientou ainda outros craques como Dida, Cafu, Maldini, Costacurta, Serginho, Kaká, Inzaghi ou Shevchenko. Venceu duas Ligas dos Campeões; uma liga; uma taça, uma supertaça; duas supertaças da Europa e um mundial de clubes. Tendo ganho tudo em Itália, o passo natural seguinte foi a Premier League. Pelo Chelsea, venceu um campeonato, uma taça e uma supertaça. Não conseguiu o êxito europeu, mas deixou boa imagem em duas épocas.

Seguiram-se o PSG, em dois anos onde venceu “apenas” uma liga. O passo seguinte foi o maior. Chegou ao Real Madrid onde venceu a Liga dos Campeões (a décima do clube); uma supertaça europeia, um mundial de clubes e uma taça espanhola. O campeonato só o venceu esta semana, numa segunda passagem pelo Bernabéu. A supertaça espanhola venceu-a também esta época. Depois da primeira estadia em Madrid, fez o pleno. Foi para a única liga que lhe faltava no top-5 europeu. Pelo Bayern, venceu um campeonato e duas supertaças.

Seguiram-se ano e meio em Nápoles onde não conseguiu ser campeão e ano e meio no Everton, onde não conseguiu nada. Na hora de render Zidane, seu jogador na Juve, o Real escolheu-o. Parece ter voltado a acertar.

Don Carlo pode muito bem vencer mais uma Liga dos Campeões e, depois, acredito que queria treinar a sua seleção antes de se reformar. Com glória. Muita.