Borges é o futuro
Dezembro 27, 2024
Rui Borges foi oficialmente apresentado como treinador do Sporting e mesmo não sendo dono de um grande currículo, a verdade é que deixou boas indicações e há razões para ter fé no futuro. Borges, na apresentação puxou pelas suas origens mirandelenses, sinónimo de trabalho, humildade, mas também de frontalidade; afastou-se de Amorim, querendo ser ele próprio e não se queixou do plantel, considerando-o o melhor possível. Pode esperar-se de Borges alguém motivador, direto, trabalhador e alguém que não vai arranjar desculpas para nada.
A nova era começa com um ciclo terrível. Receção ao Benfica com a fé numa vitória e regresso ao primeiro posto. Ida ao difícil terreno do Vitória, onde os adeptos locais, mesmo que recebem bem Borges não pararão de puxar pela equipa. Meia final da Taça da Liga ante do FC Porto e, espera-se a final. O objetivo é vencer todos os jogos, mas, claro, todos os treinadores precisam do seu tempo. O equilíbrio entre a paciencia e o regresso às vitórias e boas exibições serão chave nas próximas semanas.
Borges já treina a equipa e acredito que o seu desafio inicial será o de motivar os jogadores. O discurso de Pereira para fora era fraco, sobretudo comparado com o de Amorim. Borges, já se percebeu, é bom comunicador e isso fará toda a diferença. Os jogadores do Sporting podem melhorar, mas a verdade é que são homens de topo que "só" têm que jogar como sabem e como fizeram num passado muito recente.
O novo treinador não jogava com este esquema, mas deu a entender que se pode adaptar e que de certa forma, a saída de bola do Vitória não era muito diferente daquilo que fazia o Sporting de Amorim. O 3-4-3 vai manter-se para já, com um dos alas a ser mais defensivo. Se jogar Quenda na direita, joga Reis na esquerda, por exemplo, parece-me. É natural que com o tempo, Borges opte por um 4-3-3 como plano B ou mesmo A. Veremos.
Um outro desafio imediato será o mercado de inverno. A crise do Sporting faz temer uma debandada. O Sporting precisa sempre de vender, mas não acredito que Gyokeres, Hjulmand, Diomande ou Inácio possam sair já. Talvez uma boa proposta por Quenda, por exemplo, até possa ser considerada mas não acredito em muitas mudanças. O que não quer dizer que o plantel não se altere. St. Juste, opção pouco fiável; Fresneda, que nunca se impôs; Esgaio, com pouco espaço e Edwards, que parece sempre pouco comprometido terão boas hipóteses de sair. Se sobrar dinheiro, acredito que faça falta mais um médio, mesmo com a ascensão de Simões, já que Borges costuma querer miolos mais preenchidos. Os famalicences Zaydou e Gustavo Sá, seriam boas opções. Mais um extremo, também seria bem vindo. Gyokeres e Harder são garantias de golos, mas falta um bom cabeceador e esse seria também um pedido meu.
Antes da estreia, a minha crença é simples. Borges é o futuro.