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Visão do Peão

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Qui | 28.03.19

Bordéus e os portugueses

Francisco Chaveiro Reis

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Passarei este fim-de-semana em Bordéus e não há desculpa melhor para recordar a relação entre o clube local - Girondins - e os portugueses. Jogadores e treinadores.

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O início é óbvio. Paulo Sousa, antigo médio de topo, ocupa agora o banco do clube. É muito cedo para se perceber se terá sucesso e o plantel do Girondins já não rivaliza com os de PSG, Lyon, Lille ou Marselha mas a formação de Bordéus é prodiga em criar fornadas de talento. Outros, como Pablo, Plasil, Otávio, Karamoh, Kamano ou Cornelius não são coxos nenhuns e o Bordéus pode sonhar em subir do 13.º posto que agora ocupa.

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Muito antes de Sousa, já Toni dava cartas como treinador do Bordéus, com Jesualdo Ferreira como adjunto. E, 1994-1995, quando o FCP de Bobby Robson caminhava para o título com a ajuda de Domingos, Drulovic, Folha ou Aloísio; o Sporting tinha um plantel de luxo que incluía Figo, Oceano, Amunike ou Balakov e o Benfica penava apesar de ter Caniggia e João, Pinto, Toni, figura do Benfica, treinou o Bordéus. Ficou apenas no 7.º lugar mas venceu a Taça Intertoto e treinou craques como Lizarazu, Dugarry ou Zidane que haveriam de fazer história no clube (final da Taça UEFA) e tornar-se campeões do mundo por França. 

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Recuemos mais uma vez. O primeiro português a aterrar em Bordéus foi Fernando Chalana (a sua transferência ajudou o Benfica a terminar o mítico "Terceiro Anel"). Depois de ter explodido no Euro 1984, o extremo do Benfica mudou-se para o Chaban-Delmas, onde passou três anos. Conquistou as bancadas e títulos. No primeiro ano, foi campeão francês e chegou às meias da Liga dos Campeões. No segundo, a Taça de França e no terceiro e último, campeonato, taça e supertaça. 

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Marcante foi também a passagem de Pedro Pauleta pelo clube. O avançado açoriano, campeão espanhol pelo Deportivo, chegou a Bordeús em 2000 e lá ficou até 2003 marcando 91 golos em 130 partidas. Venceu apenas uma Taça da Liga mas deixou a sua marca.

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Com Pauleta, jogaram o defesa Marco Caneira (81 jogos em duas épocas) e Bruno Basto (139 jogos em quatro épocas). 

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Em 2005-2006, Beto Severo, passou meia épcoa no clube. Por fim, em 2014-2015, Tiago Ilori fez 16 jogos pelo Bordéus. 

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O Bordéus atual joga no moderníssimo Matmut Atlantique, com capacidade para mais de 42 mil espetadores mas a história dos Girondins começou em 1881, se bem que o futebol só tenha chegado em 1910. Com 18 títulos no palmarés, o Bordéus só festejou pela primeira vez em 1941, altura em que conquistou uma Taça. Repetiria a façanha em 1986, 1987 e 2013.

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Em termos de campeonatos franceses, festejou em 1949-50, 1983-84, 1984-85, 1986-87, 1998-99 e 2008-09. Falta elencar a Taça Intertoto de 1995, 3 supertaças em  1986, 2008 e 2009 e 3 taças da liga em 2001-02, 2006-07 e 2008-09. Venceu ainda o campeonato da segunda divisão em 1991-1992.

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Em termos de jogos, Alain Giresse (1979-1986), Ulrich Ramé (1997-2011), Jean-Christiphe Thouvenel (1979-1991), Guy Calléja (1956-1969) e o alemão Gernot Rohr (1977-1989) foram os heróis maiores.

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Em golos, Giresse volta a ser o número 1, com 182 golos. Seguem-se Edouard Kargulewicz (151), Bernard Lacombe (138), Laurent Robuschi (130) e Pauleta (91). Johannes Lambertus de Harder marcou apenas menos 1 golo do que o português.

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Com qualidade acima da média, jogaram ainda pelo clube nomes maiores como Zidane, Tigana, Lizarazu, Dugarry, Laslandes, Papin, Pavon, Micoud, Battiston, Chamakh, Trésor, Gourcuff, Cavenaghi, Bernabia,  Richard Witschge ou Klaus Allofs, misturando aqui várias épocas e posições.

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No banco destacaram-se Aimé Jacquet (1980–1989) ou Elie Baup (1998–2003) para além de antigos jogadores como Salvador Artigas,  Gernot Rohr ou Jean Tigana.