Ronald Koeman, filho adotivo do Barcelona, continuará na história do gigante mundial, como jogador mas dificilmente será sequer uma nota de rodapé, como treinador. Ontem, guiou o Barcelona à derrota na final da Supertaça. Numa edição que contou com meias finais, o Barcelona deixou para trás a Real Sociedad mas no jogo de ontem, deixou-se empatar em cima dos 90´, para ser derrotado no tempo extra. Griezmann até colocou o Barça em vantagem, por duas vezes, mas De Marcos, Villalibre e Williams deram a terceira Supertaça da história do Athletic.
A humilhação sofrida nas meias finais da Liga dos Campeões vai provocar mudanças profundas em Barcelona. Quique Setíen e Eric Abidal já foram afastados e Ronald Koeman já estará na Cidade Condal para começar a trabalhar como novo treinador. O holandês, defesa esquerdo goleador, brilhou em Espanha entre 1989 e 1995, marcando 87 golos em 264 jogos, ajudando a vencer vários títulos, incluindo, uma Liga dos Campeões, em Wembley, com um golo decisivo seu.
Deixa a seleção holandesa, tendo antes passado pelos bancos de Everton, Southampton, Feyennord, PSV, Ajax, Vitesse ou Benfica. Apesar de ter passado por grandes clubes, a aposta é mais no ex-jogador e pupilo de Cruijff do que no treinador que, a chegar aos 60 anos, não tem passagem por nenhum clube que lutasse pela Champions ou pelo topo de uma das grandes ligas. Ao seu lado, terá Henrik Larsson, avançado sueco que numa fase avançada da carreira passou pelo Barça e que na juventude, jogou pelo Feyennord.
Mais do que o banco ou a estrutura, aquilo que mais chama à atenção é o plantel. O medo maior é a possibilidade de Messi, um dos maiores de sempre, bater com a porta, tendo já City e Inter de braços abertos. Não acredito que não passe toda a carreira em Camp Nou e acredito, sim, que se verá, daqui a nada, rodeado de ainda mais craques.
A estratégia será, a meu ver, mesclar os jovens de La Masia com grandes contratações, deixando sair alguns jogadores medianos, não adaptados, em fim de ciclo ou em vias de serem veteranos, como Neto, Umtiti, Firpo, Rakitic, Dembelé ou Vidal. Na baliza, ter Stegen é intocável. Neto, que não foi barato, será vendido à melhor oferta e os jovens Tenas e Peña deverão subir na hierarquia.
Na defesa, Sergi Roberto, Nélson Semedo, Jordi Alba e Juan Miranda devem ser os laterais, mesmo que na direita, o português seja sempre associado a uma saída e Sergi possa também ser médio. No centro, Umtiti estará de saída e Piqué e Lenglet devem ficar. Sobram dois. Um será um jovem – Todibo, Ronald, Cuenca – e o outro, uma primeira grande contratação. Para um clube como o Barcelona não há muitas opções. De Ligt (Juventus), Upamecano (Leipzig), Koulibaly (Nápoles) ou Skriniar (Inter) seriam nomes a ter em conta.
Rakitic, Vidal, Arthur (Juventus) e Rafinha têm guia de marcha e Koeman decidirá sobre a contunidade dos jovens Matheus, Alena, Puig ou Collado. Certos estarão Busquets, De Jong e Pjanic (contrato à Juve). Faltará um ou dois jogadores, um mais defensivo e outro, mais ofensivo. Kanté, que parece não ser prioridade para Lampard, seria bem-vindo, a meu ver, mesmo que renovar seja a palavra de ordem. À medida de Koeman, será Van der Beek, estrela do Ajax que já fez grande dupla com De Jong. Há ainda Coutinho, em quem Koeman pode ver capacidade para ficar e Bernardo Silva foi já nome falado, naquela que seria uma megaoperação.
No ataque, fica Messi, creio. Para as alas, há Fati e chega Trincão. Dembelé, erro caro, tem pretendentes em Inglaterra e não ficará. Griezmann e Suarez podem ser as grandes saídas. O francês tarda em justificar e pode ser ativo importante na contratação de uma estrela ainda maior. Por exemplo, pode ser usado para baixar o preço de Neymar, sobretudo se o PSG for campeão europeu e o papel do brasileiro em Paris seja cumprido. Se não for Neymar, uma das pontas do Liverpool, Salah ou Mané, também seriam grandíssimas adições. Outro que está na mira é Lautaro Martinez, o 9 de presente e futuro, que renderia Suarez, trintão. O uruguaio, nesse quadro poderia até fazer o caminho inverso e mudar-se para uma liga onde a idade não conta. As fracas segundas linhas – Manaj ou Braithwaite – serão transferidas e não admira que um jovem holandês, como Malen ou Boadu, aterre.
Era uma missão impossível. O Liverpool, sem três titulares, incluindo o seu melhor jogador, recebia o Barcelona, com a missão de anular três golos de desvantagem. Com dois golos do habitual suplente, Origi e mais dois do médio Wijnaldum, que entrou ao intervalo para render o capitão Henderson, lesionado, o Liverpool goleou o todo-o-poderoso Barcelona por 4-0 e comprou bilhete VIP para a final da Liga dos Campeões.
O Barcelona, já campeão espanhol, até descansou a equipa no fim-de-semana, não levando a Vigo as estrelas maiores, mas saiu humilhado de Anfield (que ambiente!). Origi, avançado belga que já tinha sido o salvador do Liverpool no campo do Newcastle, inaugurou o marcador aos seis minutos, em recarga a um remate de fora da área. Na segunda parte, foi o holandês Wijnaldum a brilhar. Primeiro, com um golo onde Ter Stegen foi mal batido e depois com uma boa cabeçada. A chocante reviravolta chegou aos 79 minutos, com Origi a desviar a bola na sequência de um canto. Hoje joga-se o Ajax-Tottenham numa Liga dos Campeões onde a final, em muitos anos, não terá Real, Atlético, Juventus, Barcelona ou Bayer.
À primeira tentativa, Ernesto Valverde foi campeão pelo Barcelona. O Barça venceu ontem na Corunha, por 2-4 e festejou o nono título em catorze anos. A alegria catalã contrastou com a tristeza galega. A derrota sentenciou a descida do Depor à segunda liga, juntando-se a Las Palmas e Málaga. O novo Barça, com Valverde no banco e sem Neymar, sobreviveu às mudanças e apoiando-se num meio-campo a quatro, ao qual se juntou Coutinho em janeiro, dominou a liga espanhola. Neste momento, tem mais 11 pontos do que o Atlético e o Real não passará do terceiro posto. Já o Corunha, com Seedorf no banco, não conseguiu manter-se na principal liga. O Depor, longe dos tempos de Pauleta, quando foi campeão ou dos de Bebeto, quando andava sempre no topo, tem lutado pela sobrevivência mas desta vez vai mesmo descer. Os adeptos esperam então o sexto título de campeões da segunda divisão.
Antes do início da eliminatória, poucos pensariam que seria possível a Roma eliminar o Barcelona e o Liverpool eliminar o City, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Mas foi isso mesmo que ontem aconteceu. Praticamente campeão espanhol, com Messi, Suarez ou Iniesta no onze e com uma vantagem de 4-1 trazida da primeira mão, o Barça espetou-se e não conseguiu marcar em Roma, sofrendo três golos através de Dzeko, De Rossi e Manolas. O Barcelona ainda superou a sua apatia mas já não foi a tempo de marcar. Em Manchester, o City marcou por Gabriel e teve esperança em virar o 3-0 de Liverpool. Nada mais errado. Salah e Firmino fizeram um total de 5-1 nos dois jogos.
Diz o mais recente comunicado da Nike que "The Ball Makes Us More celebra a relação especial entre o FC Barcelona – o coração da cidade e parceiro da Nike desde 1998 – e os seus adeptos. A cultura lendária do clube tem impacto ao redor do mundo. O brasileiro Philippe Coutinho, que se juntou ao Barça em janeiro, assume que "admira o clube e a forma como a equipa joga há muito tempo". A avançada holandesa Lieke Martens, membro do FC Barcelona Femení e Jogadora FIFA do Ano, refere: "a paixão pelo clube dentro da cidade é algo de que te apercebes de imediato". Esta paixão ressonante é também uma inspiração para os membros mais antigos. “Como jogadores estamos conscientes da nossa responsabilidade para com os adeptos e a cidade; fazemos tudo o que podemos para trazer sucessos para o clube, ganhar títulos e fazê-los felizes”, refere Andrés Iniesta que o ano passado assinou um contrato vitalício com o clube. Para além de Iniesta, Coutinho e Martens, “The Ball Make Us Plus” destaca também alguns dos maiores nomes da história do FC Barcelona, incluindo os atuais jogadores Gerard Piqué, Sergio Busquets, Sergi Roberto, Ousmane Dembélé, Samuel Umtiti, Denis Suárez, Paulinho e Alexia Putellas, bem como as lendas Carles Puyol, Ronaldinho, Pep Guardiola e o falecido Johan Cruyff.
É, pois, tempo de recordar a relação frutuosa entre a Nike e o Barcelona. Nestes 20 anos, a Nike vestiu alguns dos maiores craques do mundo, a começar por Messi (patrocinado pela Adidas e cujas camisolas têm sido Nike a carreira toda) e acabando em Ronaldinho Gaúcho, sem esquecer Ibrahimovic, Figo, Kluivert, Rivaldo e claro, os homens da casa: Valdes, Piqué, Puyol, Iniesta ou Xavi. O Barcelona vestiu Kappa de 1992 a 1998 (último modelo acima), tendo a parceria resultado em camisolas muito bonitas. Mas 1998-1999 marcou a diferença. Nesse ano, a Nike afirmou-se, escurecendo os calções e as meias (era moda na altura) e apresentando uma bela camisola com gola em V e como swoosh ao centro. Vejamos alguns dos equipamentos mais emblemáticos saídos da parceria.
O primeiro equipamento Nike do Barcelona em 1998-1999 com Figo como capitão. As meias e os calções eram de um azul mais escuro do que o azul das listas, algo novo. O símbolo do clube e da marca passaram para o centro.
No mesmo ano, a Nike percebeu que poderia apostar na diferença nos equipamentos alternativos, apresentando uma camisola prateada.
Na época seguinte, o Barcelona comemorou cem anos e a Nike fez uma camisola comemorativa. Provavelmente a mais bonita da parceria até hoje. Aqui, Kluivert comemora um dos seus 120 golos pelo Barcelona, envergando a mítica camisola, reeditada há poucos anos.
Com menos espaço para inovar nos equipamentos principais, a criatividade da Nike começou a medir-se mais pelos alternativos como este dourado claro, usado entre 2001 e 2003 e este azul escuro com uma lista diagonal usado entre 2003 e 2005, aqui envergados por Ronaldinho, estrela maior da altura. Foi com a primeira que Messi se estreou pela equipa principal do Barcelona.
Caberia ao Barcelona fabricar, em 2006-2007, a primeira camisola do clube, com patrocínio. Para habituar os adeptos à ideia, a marca representada, até 2011 foi a Unicef.
No ano seguinte, as camisolas - principal e esta, alternativa - tinham um símbolo adornado com a comemoração dos 50 anos do Camp Nou, mítico estádio do Barça.
No ano seguinte, Messi vestiria a camisola 10 (usara antes a 19) pela primeira vez. O Barcelona venceria a Liga dos Campeões e o baixinho até marcaria...de cabeça na final. Nesse ano, a Nike "mexeu" com as riscas tradicionais e arriscando mais do que 2006-2007 dividiu a camisola em duas, ao jeito Stromp.
Em 2009-2010, o Barcelona usou uma camisola especial Nike apenas no Troféu Joan Gamper,fundador do Barcelona. A camisola azul, com pormenores cor de vinho, laranja e azul claro tinha a inscrição Més (do lema Més que un club) e foi a primeira usada pelo reforço Ibrahimovic. Guardiola ainda treinava o Barcelona e o adversário foi o City, onde Pep está hoje.
Em 2011-2012, o Barcelona voltou a mexer nas listas tradicionais. Fê-las mais finas. Em 2012-2013, fez uma única lista, ao jeito do Ajax. 2011 ficaria na história do clube pelo uso de um patrocínio que não benemérito. A Qatar Foundation andou duas épocas nas camisolas até se chegar à Qatar Airlines.
No ano seguinte, mais uma novidade. A gola virou amarela, algo já tentado em 2010-2011.
Nessa época, pela primeira vez, indo ao encontro do espírito regionalista, a Nike fez um equipamento com a bandeira da região. Seria usada duas épocas.
Em 2015-2016, a Nike "chocou" os fãs. Depois de inovar nas listas, desta feita fez delas, horizontais. O equipamento alternativo tinha a frente amarela mas as costas mantinham a bandeira catalã.
Para esta época, a 20.ª com a Nike, o Barcelona tem um equipamento com listas finas, como em 2011-2012 e apresenta pela primeira vez o patrocínio Rakuten. Feitas as contas, o Barcelona venceu, vestindo Nike: 3 Mundiais de Clubes; 4 Champions League, 3 Supertaças Europeias; 9 Ligas Espanholas e 5 Taças de Espanha.
Sem ser um supercraque, Victor Valdes fez uma grande carreira. No dia 1 de janeiro, anunciou o seu fim. Valdez estreou-se pela equipa A do Barcelona em 2002-2003, numa época em que fez 20 partidas. O Barcelona, em mudança, ficaria no sexto posto da liga espanhola mas o guarda-redes fixou-se como titular. Kluivert, Overmars, Luís Enrique e os então jovens Xavi e Iniesta eram parte do plantel. Esperaria até 2004-2005 para vencer a sua primeira de 6 ligas espanholas. Jogando ao lado de alguns dos melhores jogadores do mundo – Messi, Ronaldinho, Eto´o, Yaya Touré, Puyol – venceu ainda três Ligas dos Campeões, duas Taças do Rei; seis Supertaças de Espanha; duas Supertaças Europeias e dois Mundiais de Clubes. No verão de 2014 surpreendeu com a decisão de deixar o seu clube de sempre. Em busca de novas experiências acabou por se lesionar e ficar sem clube. Em janeiro de 2015 juntou-se ao Manchester United, pelo qual só fez 2 jogos, tapado por De Gea. Não teve boa relação com Van Gaal, recusou-se a jogar pelas reservas do gigante inglês e acabou emprestado ao Standard de Liege. Nem 10 jogos fez mas ficou com uma Taça da Bélgica no CV, o seu último título. Quis despedir-se em grande e fez uma boa época pelo Boro, treinado por Karanka. A equipa desceria mas a nível pessoal, Valdes faria 28 jogos, a melhor marca desde Barcelona. Fez parte dos planteis de Espanha que venceram o Mundial 2010 e o Euro 2012, na sombra de Casillas e Reina. Fez um jogo na Taça das Confederações em 2013. Foi uma das 21 partidas que fez por Espanha. A nível individual venceu cinco vezes o trofeu de guarda-redes menos batido da liga espanhola.
Ousmane Dembele já foi apresentado em Barcelona como reforço. O jovem de 20, que pode custar ao todo, mais de 140 milhões de euros, carregará no corpo o peso da transferência e da sombra de Neymar, sendo que até herda o 11 do astro brasileiro. Se qualidade não lhe falta, Dembele será mais um extremo do que um finalizador. Veremos como lida com a enorme pressão que o espera. Nas suas duas épocas como sénior marcou 22 golos por Rennes e Dortmund. É já internacional A e com Mbappé ou Coman, é uma das grandes esperanças do futebol francês.