Começou e acabou a carreira na Alemanha, mas ficou conhecido, sobretudo, pelos seus muitos anos em Espanha, ao serviço de Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid. Falo do médio ofensivo, Bernd Schuster.
Nascido em Augsburgo há 65 anos, começou a carreia ao serviço do Colónia, no fim dos anos 70. Aos 19 anos, tornou-se titular do Koln, fazendo 29 jogos e marcando uma vez. A sua ligação com Espanha começou logo aí. Na pré-temporada, venceu o Troféu Juan Gamper, batendo Botafogo e Rapid Viena. Nessa época, chegaria ainda às meias-finais da Taça dos Campeões Europeus caindo aos pés do Forest de Brian Clough, que seria o vencedor máximo. No segundo ano em Colónia, já com Tony Woodcock, goleador inglês contratado ao Forest, o melhor que o Koln fez foi chegar à final da Taça da Alemanha. Antes, chegara novamente à final do Juan Gamper, perdendo-a para o Barça. Terá impressionado. Marcou 9 golos na época e apesar de ainda começar a seguinte, mudou-se para Camo Nou, para 8 anos a jogar pelo Barcelona.
No primeiro ano marcou 11 golos e conviveu com Migueli, Quini ou Allan Simonsen. Venceu a Taça do Rei. No segundo ano, apenas 17 jogos, marcando ainda assim, 10 golos e vencendo a Taça das Taças, não jogando a final. Em 1982-1983 passou a ter ao seu lado, no meio-campo, Maradona e voltou à bola forma, estando em 47 partidas, marcando 14 vezes. Venceu a Taça do Rei e a Taça da Liga. Na sua quarta época, mais 9 golos e uma Supertaça de Espanha no ano em que o Barça perdeu a Taça do Rei para o Athletic, num jogo mais conhecido por uma verdadeira batalha campal.
Ao quinto ano, com a ajuda do escocês Archibald, foi finalmente campeão espanhol, marcando 13 golos. No ano seguinte, marcou por 12 vezes e venceu a Taça da Liga. Nas outras provas, foi segundo. Vicecampeão da liga espanhola; finalista vencido da Taça do Rei (1-0 para o Saragoça); vencido na final a duas mãos da Supertaça espanhola (acumulado de 3-2 para o Atlético) e vencido também na final da Taça dos Campeões, ante do Steua de Bucareste, que contava com o médio Lazlo Boloni, que seria treinador campeão pelo Sporting. A sétima temporada em Barcelona seria de pouca atividade, afastado da equipa por desavenças com o presidente. O “Anjo Louro”, provavelmente o maior ídolo do clube depois de Cruyff, colecionou polémicas também com vários treinadores. Já com Amor e Lineker, fez uma última época no clube, marcando mais 13 vezes e vencendo uma Taça do Rei. No fim, o mau ambiente pesou e Schuster mudou-se para o Real.
Aos 29 anos, Schuster juntou-se a Buyo, Sanchis, Gordillo, Michel, Hugo Sanchez ou Butragueño e venceu quase tudo: campeonato espanhol, Taça do Rei e Supertaça. Foi eliminado pelo Milan nas meias da Taça dos Campeões. No segundo ano no Real, mais 6 golos e um campeonato e uma supertaça.
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De 1990 a 1993, jogou pelos rivais da cidade, o Atlético, encontrando Paulo Futre. Em 1991, venceu a Taça do Rei, num 1-0 ao Maiorca (onde estava Hassan Nader, futuro goleador em Portugal). Em 1992, nova Taça do Rei, desta vez ganha ao Real. Schuster e Futre fizeram os golos colchoneros. Despediu-se em 1993, com 1 golo em 29 jogos, deixando para trás 13 anos de liga espanhola.
Aos 34 anos estava de volta à Bundesliga, pela porta do Leverkusen de Paulo Sérgio e Kirsten. Conviveu ainda com Worns, Reyna ou Voller e em três anos, nada venceu.
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A última aventura foi nos Pumas, do México. Aos 37 anos, fez apenas 9 jogos. Retirou-se.
Pelo seu país, apenas 21 jogos e 4 golos. Chamado para o Euro de 1980, jogou duas vezes e fez duas assistências, uma delas na final. Despediu-se logo em 1984, num particular na Bélgica, vencido por 0-1. Desentendidos com treinadores e dirigentes fizeram com que não fosse considerado na década seguinte, quando era um dos melhores jogadores do mundo.