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Visão do Peão

Visão do Peão

Dortmund flurescente

Da Nike à Puma

07.03.25

A partir de uma certa altura dos anos 90, o Borussia de Dortmund, por obra da Nike e mais especificamente do seu mítico designer, Drake Ramberg, passou a vestir de amarelo florescente, em vez do amarelo mais comum. As camisolas de então são peça obrigatória na coleção de qualquer aficionado e mais recentemente, a Puma prestou homenagem a esses tempos. Hoje sai aquela que é a camisola mais parecida a essas Nike dos anos 90. Recordemos os modelos da Nike e as homenagens:

1990-1991 (a alternativa era roxa)1991-19921992-19931993-1994 (a alternativa era vermelha e os números estavam inclinados)1994-1995 (a da Puma que agora sai é uma homenagem direta a esta)1995-19961996-19971997-1998 (usada já na final da Liga dos Campeões de 1997)2020-2021 (apenas as mangas são flurescente)2021-2022 (para as competições europeias)2025

Schuster

Heróis de culto

03.03.25

Começou e acabou a carreira na Alemanha, mas ficou conhecido, sobretudo, pelos seus muitos anos em Espanha, ao serviço de Barcelona, Real Madrid e Atlético de Madrid. Falo do médio ofensivo, Bernd Schuster.

Nascido em Augsburgo há 65 anos, começou a carreia ao serviço do Colónia, no fim dos anos 70. Aos 19 anos, tornou-se titular do Koln, fazendo 29 jogos e marcando uma vez. A sua ligação com Espanha começou logo aí. Na pré-temporada, venceu o Troféu Juan Gamper, batendo Botafogo e Rapid Viena. Nessa época, chegaria ainda às meias-finais da Taça dos Campeões Europeus caindo aos pés do Forest de Brian Clough, que seria o vencedor máximo. No segundo ano em Colónia, já com Tony Woodcock, goleador inglês contratado ao Forest, o melhor que o Koln fez foi chegar à final da Taça da Alemanha. Antes, chegara novamente à final do Juan Gamper, perdendo-a para o Barça. Terá impressionado. Marcou 9 golos na época e apesar de ainda começar a seguinte, mudou-se para Camo Nou, para 8 anos a jogar pelo Barcelona.

No primeiro ano marcou 11 golos e conviveu com Migueli, Quini ou Allan Simonsen. Venceu a Taça do Rei. No segundo ano, apenas 17 jogos, marcando ainda assim, 10 golos e vencendo a Taça das Taças, não jogando a final. Em 1982-1983 passou a ter ao seu lado, no meio-campo, Maradona e voltou à bola forma, estando em 47 partidas, marcando 14 vezes. Venceu a Taça do Rei e a Taça da Liga. Na sua quarta época, mais 9 golos e uma Supertaça de Espanha no ano em que o Barça perdeu a Taça do Rei para o Athletic, num jogo mais conhecido por uma verdadeira batalha campal.

Ao quinto ano, com a ajuda do escocês Archibald, foi finalmente campeão espanhol, marcando 13 golos. No ano seguinte, marcou por 12 vezes e venceu a Taça da Liga. Nas outras provas, foi segundo. Vicecampeão da liga espanhola; finalista vencido da Taça do Rei (1-0 para o Saragoça); vencido na final a duas mãos da Supertaça espanhola (acumulado de 3-2 para o Atlético) e vencido também na final da Taça dos Campeões, ante do Steua de Bucareste, que contava com o médio Lazlo Boloni, que seria treinador campeão pelo Sporting. A sétima temporada em Barcelona seria de pouca atividade, afastado da equipa por desavenças com o presidente. O “Anjo Louro”, provavelmente o maior ídolo do clube depois de Cruyff, colecionou polémicas também com vários treinadores. Já com Amor e Lineker, fez uma última época no clube, marcando mais 13 vezes e vencendo uma Taça do Rei. No fim, o mau ambiente pesou e Schuster mudou-se para o Real.

Aos 29 anos, Schuster juntou-se a Buyo, Sanchis, Gordillo, Michel, Hugo Sanchez ou Butragueño e venceu quase tudo: campeonato espanhol, Taça do Rei e Supertaça. Foi eliminado pelo Milan nas meias da Taça dos Campeões. No segundo ano no Real, mais 6 golos e um campeonato e uma supertaça.

De 1990 a 1993, jogou pelos rivais da cidade, o Atlético, encontrando Paulo Futre. Em 1991, venceu a Taça do Rei, num 1-0 ao Maiorca (onde estava Hassan Nader, futuro goleador em Portugal). Em 1992, nova Taça do Rei, desta vez ganha ao Real. Schuster e Futre fizeram os golos colchoneros. Despediu-se em 1993, com 1 golo em 29 jogos, deixando para trás 13 anos de liga espanhola.

Aos 34 anos estava de volta à Bundesliga, pela porta do Leverkusen de Paulo Sérgio e Kirsten. Conviveu ainda com Worns, Reyna ou Voller e em três anos, nada venceu.

A última aventura foi nos Pumas, do México. Aos 37 anos, fez apenas 9 jogos. Retirou-se.

Pelo seu país, apenas 21 jogos e 4 golos. Chamado para o Euro de 1980, jogou duas vezes e fez duas assistências, uma delas na final. Despediu-se logo em 1984, num particular na Bélgica, vencido por 0-1. Desentendidos com treinadores e dirigentes fizeram com que não fosse considerado na década seguinte, quando era um dos melhores jogadores do mundo.

Tirsense volta à ribalta

Estás nas "meias" da Taça

02.03.25

As meias finais da Taça de Portugal vão ter um confronto duplo entre Benfica e Tirsense, o que inevitavelmente traz memórias de um Tirsense de outros tempos, que chegou a fornecer jogadores ao Benfica, nomeadamente Paredão (mais tarde conhecido como Emerson Thome, na sua longa estadia em Inglaterra) e Marcelo.

Fundado em janeiro de 1938, o Tirsense, que passou grande parte da vida nas competições não profissionais, subiu à segunda divisão em 1983, saltando para a primeira, em 1989. Em 1989/1990, com o Professor Neca no banco, o Tirsense estreou-se em grande, ficando no nono posto e chegando aos quartos da Taça de Portugal. O médio Tueba, que passou pelo Benfica, era o nome mais reconhecível a par de Eusébio, médio, que fez carreira na primeira divisão. A aventura acabou logo na época seguinte. Em 1990/1991, o Tirsense voltou aos quartos da Taça, mas desceu de divisão. O extremo Caetano (ficaria 7 épocas) estreou-se esse ano pelo Tirsense.

Em 1992/1993, nova subida para nova descida acontecer. Com Rodolfo Reis no banco, o Tirsense ficou no 16.º posto. Vital ou Cao, com carreira de primeira, faziam parte do elenco.

O regresso à primeira divisão deu-se em 1994-1995, com o memorável oitavo lugar. No banco sentava-se Eurico Gomes e em campo havia um grupo muito interessante. Na defesa, destaque para o brasileiro Paredão que passaria pelo Benfica e depois, com o nome Emerson Thome, passaria pela Premier League, chegando a jogar pelo Chelsea. Nessa defesa morava o também brasileiro Batista, que fez 33 jogos pelo clube nessa época e ficaria seis anos em Santo Tirso. Rui Gregório, que passou muitos anos na primeira divisão era também defesa do Tirsense.

No meio, Giovanella, médio brasileiro era a estrela tendo depois jogando no Barcelona, Salamanca e Celta de Vigo. No ataque, Caetano (35 jogos e 5 golos) deu nas vistas e Hugo Porfírio, emprestado pelo Sporting fez 21 jogos. Mas era o avançado Marcelo a grande estrela. O brasileiro que aterrou na Luz no verão seguinte, marcou 19 golos (17 na liga) e foi o terceiro melhor marcador do campeonato atrás de Domingos e de Hassan, que seria seu concorrente na Luz. Ainda marcou 13 golos no Benfica, mas não se fixou, tendo passado por Espanha e Inglaterra. Desde 1996 que Santo Tirso não vê jogos de primeira divisão.

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