Rumor do dia
Andrés García
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Há jogadores dos quais só nos lembramos devido às suas participações num jogo ou numa competição. É fácil lembrar os cinco golos de Salenko aos Camarões no verão americano de 1994 ou, no mesmo torneio, lembrar o goleador romeno Răducioiu. De outros, íamos-nos lembrando de 2 em 2 ou de 4 em 4 anos, quando havia competições de seleções. Até parecia que Podolski não jogava por nenhum clube e aguardava por um Euro ou Mundial para brilhar. Até parece que Ochoa, que hoje até joga em Portugal, só era guarda-redes de 4 em 4 anos. O mesmo parece aplicar-se a Mirolasv Klose. Mas isso, é uma injustiça.
Klose nasceu na Polónia e mudou-se em criança para a Alemanha, com os pais. Antes de falar a língua, fez amizades através da bola, que dominava. Estudante de carpintaria, a jogar algures na sétima divisão alemã, o avançado, agora com 46 anos, começou a jogar profissionalmente no modesto Homborg. Só marcou 1 golo pela equipa A, mas o histórico Kaiserslautern foi busca-lo.
Passou cinco anos no clube onde fez 53 golos. Só na segunda época se fez titular e logo ao lado de Djorkaeff, campeão do mundo e da europa em título. Marcou 10 golos, ajudou o clube a ficar em oitavo na Bundesliga e chegou às meias da Taça UEFA, caindo com estrondo com o Alavés de Contra, Jordi Cruyff e Javi Moreno. Na segunda época, 16 golos e o sétimo lugar na liga, sendo servido por virtuosos como Basler e Lincoln. Na terceira, 13 golos, com a ajuda de Sforza e a ida à final da Taça alemã, no Olímpico de Berlim. Titular, tal como o português José Dominguez, fez o único golo do 1-3 ante do Bayern. Marcou 12 vezes na sua última época ali.
Bremen seria o próximo destino. No verão de 2004, aterrou no campo do Werder para marcar 17 vezes e fazer dupla de grande sucesso com o croata Klasnic (19 golos). Nessa época, com Valdez, Zidan, Charisteas, Micoud ou Borowski, o Bremen fechou o pódio do campeonato, foi às meias da Taça e perdeu a final da Taça da Liga. No segundo ano, uma explosão de golos. Klose marcou 31 vezes! O Werder foi vicecampeão. No último ano no clube, mais 15 golos e, finalmente, um título. A Taça da Liga, após um 2-0 ao Bayern, com dois golos de Klasnic.
Goleador credenciado, com trabalho feito na Bundesliga e na seleção, só aos 30 anos se mudou para um gigante. No verão de 2008, juntou-se a Toni, Ribery, Lahm, Lúcio ou Kahn e logo começou a saciar a fome de títulos: marcou 21 golos e venceu campeonato e taças. No ano seguinte, mais 20 golos e....zero títulos. Ficou mais dois anos, marcando apenas mais 12 golos, 6 em cada época. Em 2009-2010, suplente de Gomez e Olic, perdeu a final da Liga dos Campeões, mas venceu campeonato e taça (0-4 ao Bremen...). Em 2010-2011, suplente de Gomez e Muller, venceu a Supertaça, fazendo o 0-2 final ao Shalke.
Seguiram-se cinco anos na Lázio, numa liga que não liga muito à idade dos jogadores. Veterano, marcou por 63 vezes. Em maio de 2013, venceu a Taça de Itália, no Olímpico de Roma, à rival Roma. Aos 38 anos, retirou-se, com 8 golos e 7 assistências.
Mas, claro, o seu impacto foi ainda maior na seleção alemã. Marcou 71 vezes em 137 jogos e foi campeão do mundo. É o melhor marcador de sempre de Campeonatos do Mundo e o melhor marcador da história da seleção alemã, à frente de Gerd Muller, Podolski, Voller (que, como treinador, o estreou) e Klinsmann, entre outras grandes figuras do futebol.
Este nos Mundiais de 2002, 2006, 2010 e 2014. Em 2002, no Japão e na Coreia do Sul, marcou por 5 vezes (e uma assistência), começando por marcar 3 vezes à Árabia Saudita. Em 2006, na Alemanha, mais 5 golos e uma assistência. Em 2010, na África do Sul, 4 golos e por fim, em 2014, no Brasil, marcou mais 2 vezes, incluindo nas meias-finais, na goleada por 7-1 ao Brasil. Seria campeão mundial, dando lugar na final a Gotze, herói supremo do jogo decisivo. Foi menos goleador nos quatro Euros em que esteve. Não marcou no Euro 2004, e, Portugal; marcou 2 vezes na Suíça e Áustria e marcou uma vez no Euro 2012, na Polónia e Ucrânia. Curiosamente, o seu golo foi marcado na sua Polónia natal.
Com o antigo goleador Rudi Voller no banco, estreou-se a 24 de março de 2001 em Leverkusen. Frente da Albânia, entrou para o lugar de Neuville e marcou o golo da vitória por 2-1. Poucos dias depois, segunda internacionalização e segundo golo, no 2-4 à Grécia, em Atenas, com o português Vítor Pereira no apito. Marcou depois 3 hat-tricks de seguida. Primeiro, no 7-1 a Israel; depois num 6-2 à Áustria e finalmente à Arábia Saudita já no Mundial 2002. Já em 2008, mais três golos, providenciais, num 3-3 na Finlândia. Deixou a equipa nacional após o Mundial de 2014. O seu último golo foi ao Brasil, nas meias finais e a sua última presença foi na final, no mítico Maracanã, ante da Argentina de Messi, jogando 88 minutos.
É um pequeno milagre. Mesmo após a saída de Ruben Amorim, a passagem infeliz de João Pereira pelo banco e a gigantesca onda de lesões, o Sporting acabou a primeira volta em primeiro lugar. A vantagem para o FCP é de apenas um ponto e para o Benfica, de 2, mas se o campeonato acabasse hoje, o título estava entregue.
Em 17 jornadas, o Sporting soma 41 pontos, resultado de 13 vitórias, 2 derrotas e 2 empates. O Sporting tem o melhor ataque, com 48 golos (21 de Gyokeres, melhor marcador do campeonato) e a segunda melhor defesa (atrás de Benfica e FCP que sofreram 11 golos, menos 3 do que os leões).
Com Rui Borges a parecer dar uma boa direção à equipa, a perspetiva de contratações e o regresso de lesionados, o Sporting nada venceu, mas está na luta.
O Visão do Peão foi hoje referido (e mostrado) no Watch TM, podcast que oiço semanalmente. Obrigado, Pedro Teixeira da Mota.
Não ganhou os mesmos títulos e provavelmente não ganhou os mesmos milhões do que Kaká e Ronaldinho. Não foi tantas vezes internacional como Juninho Paulista ou Juninho Pernambucano, mas, em talento puro, Djalminha nada lhes deve.
Nascido em Santos, São Paulo, há 54 anos, Djalma Feitosa Dias, começou a jogar no Flamengo. Fez a formação no Mengão e em 1989 fez 2 jogos, convivendo com Zinho, Júnior, Bebeto, Zinho ou Leonardo. No ano seguinte, 20 jogos e 2 golos, ao lado de Zé Carlos, guarda-redes que passaria depois por Farense, Vitória e Felgueiras; André Cruz e Renato Gaúcho. Venceu a Copa do Brasil. Em 1991, mais 19 jogos, 2 golos e a conquista do Carioca e da Copa Rio.
Em 1992, com Júnior Baiano, Paulo Nunes e muitos outros craques, venceu o primeiro Brasileirão. Ficou mais uma época, com Marcelinho Carioca. O passo seguinte foi o Guarani, deixando para trás mais de 130 jogos e uma briga feia com Renato Gaúcho. Impôs-se de verde, fazendo 21 golos em mais de 40 partidas, não sendo suficiente para ir ao Mundial, devido à fortíssima concorrência. A primeira saída do Brasil não foi para a Europa, passando brevemente pelo Japão. Regressou ao Guarani para fazer trio de ataque como Amoroso (jogaria no Milan, Udinese, Parma ou Dortmund) e Luizão (campeão do mundo em 2002).
Em 1996 continuou a vestir de verde, mas a atuar pelo Palmeiras, contratado pela multinacional Parmalat. Ao lado de Cafu, Júnior, Flávio Conceição, Rivaldo, Müller e Luizão, “fez miséria”. Marcou 50 golos em 90 jogos; venceu o Paulista e recebeu a Bola de Ouro da revista Placar como melhor jogador do Campeonato Brasileiro.
No verão de 1997 chegou finalmente à Europa, aos 27 anos. Teve impacto imediato marcando 10 golos na época e sendo o melhor marcador. Apesar de ter também Donato, Fran, Mauro Silva, Bassir e novamente, Luizão, a época coletiva não foi brilhante. Seria melhor 1998-1999, já com Ziani, Turu Flores e Pauleta. Marcou 9 vezes, mas a equipa ficou em 6.º na La Liga e alcançou as “meias” da Taça do Rei.
Em 2000, já com a ajuda de Makaay, máximo goleador da equipa, foi campeão espanhol, um feito na história do Depor. Djalminha fez 13 golos na época, tantos como fez no ano seguinte, já com Tristán, e venceu a Supertaça. Na sua última época completa, marcou apenas 3 golos, mas venceu a Taça do Rei. Um desentendimento feio com o treinador fez com que saísse do clube.
Passou um ano no Austria Viena, vencendo tudo o que havia para vencer. Regressou a Espanha para mais 15 jogos na Galiza. Terminou a carreira no México, em 2005, após 6 jogos pelo Club América.
Pela seleção principal, apenas 13 jogos e 5 golos. Estreou-se em Curitiba, em novembro de 1996, marcando um golo no 2-0 aos Camarões. Voltaria a marcar, à Noruega, numa derrota por 4-2. Esteve na Copa América de 1997, vencendo-a, ajudando o Escrete com 2 golos em 3 partidas. Jogou ao lado de Romário, Ronaldo, Denilson, Roberto Carlos, Cafu e muitos mais.
Gyokeres
É um herói esloveno, passou por Portugal, Espanha e Grécia. Chama-se Zlatko Zahovic e acaba de completar 53 anos.
Começou no Kovinar Maribor antes de rumar ao gigante jugoslavo, Partizan. Em Belgrado, aos 19 anos, marcou apenas uma vez em 10 jogos. Seguiu-se um empréstimo ao Proleter Zrenjanin, onde esteve em 25 jogos, sem marcar. Regressou ao Partizan para mais dois anos, com números modestos. 28 jogos e 5 golos. Em 1991-1992, com Mijatovic como grande estrela e com Vujacic (jogaria no Sporting) e Vorkapic (Vitória SC e Ovarense), venceu a Taça. No ano seguinte, já com Milosevic, venceu Taça e Campeonato da Jugoslávia.
A sua carreira ganharia nova dimensão em 1993 quando chegou a Guimarães. Treinado por Bernardino Pedroto, assumiu-se como titular no meio-campo, ao lado de N´Dinga e Paulo Bento, fazendo 2 golos em 29 partidas. Brassard, Dimas, Pedro Barbosa ou Ziad eram outros dos titulares. No ano seguinte, já com Gilmar, Pedro Martins e Quim Berto no onze, marcou 4 golos e o Vitória terminou em 4.º na liga portuguesa. Ficou mais um ano, chegando aos 8 golos e jogando com outros grandes vultos do futebol português como o malogrado Neno, Vítor Paneira, Capucho ou Edinho.
Em 1996 chegou às Antas. Deu-se às mil maravilhas com Drulovic, Folha, Sérgio Conceição e Jardel e ajudou a equipa com 9 golos. Foi campeão e venceu a supertaça, num acumulado de 6-0 ao Benfica, fazendo duas assistências na segunda mão, num 0-5, na Luz. Estreou-se na Liga dos Campeões e no primeiro jogo, ofereceu dois golos no mítico 2-3 em San Siro, ao Milan de Maldini, Albertini, Baggio, Simone ou Weah.
Em 1997-1998, 11 golos do camisola 25 e mais um campeonato e uma Taça de Portugal. No terceiro ano no Porto, já com Fernando Santos no banco, “explodiu” com 22 golos e mais um campeonato e supertaça. A história de sucesso terminou em 1999.
O destino seguinte surpreendeu. Zahovic trocou o FCP pelo Olympiacos, passando um ano em Atenas. Jogou com Giovani, Alexandris, Giannakopoulos ou Djordevic e foi campeão grego. Depois, regressou à Ibéria.
O próximo capítulo foi o Valência. Com Canizares, Ayala, Kily, Baraja, Mendieta e Carew, chegou à final da Liga dos Campões (perdida para o Real Madrid de Zidane e Raul).
Dois anos depois, estava de regresso a Portugal para quatro anos no Benfica, pelo qual marcou 20 golos. Em 2004, venceu a Taça ao "seu" FCP e terminaria a carreira em 2005, sendo campeão, com Giovanni Trapattoni.
É o melhor jogador de sempre do seu jovem país, marcando 35 golos em 80 jogos. Esteve no Euro 2000, marcando um histórico hat-trick à Jugoslávia onde alinhavam vários antigos colegas dos tempos do Partizan. Jogou também o Mundial 2002.