Foi ontem, 26 de agosto, que se deu a morte anunciada de Sven-Goran Eriksson, um senhor na vida e na área profissional que lhe deu fama. Conhecido em Portugal por duas passagens no Benfica, o treinador sueco notabilizou-se ainda como selecionador da equipa de Inglaterra além de passar com sucesso por Itália, onde venceu títulos ao comando de Roma, Sampdória, e Lázio.
Depois de uma carreira mediana como defesa, dedicou-se ao ofício de treinador. Começou pelo Degerfors IF e na estreia, venceu o título da terceira divisão sueca. Deu o salto para o IFK de Gotemburgo e voltou a ter sucesso. Muito. Guiou o clube à vitória no campeonato, taça (duas vezes) e Taça UEFA. Em 1982, em duas mãos, venceu o poderoso Hamburgo, por 4-0.
De 1982 a 1984, a primeira estadia no Benfica de Bento, Pietra, Coelho, Shéu, Diamantino, Alves, Carlos Manuel, Chalana, Nené ou Filipovic. No primeiro ano fora da Suécia, venceu campeonato e taça. Foi à final da Taça UEFA, perdendo-a para o Anderlecht.
Foi bicampeão e mudou-se para Roma. Depois de um segundo ano pouco feliz, o seu habitual bom trabalho deu frutos na época seguinte, com a conquista da Taça de Itália. Na liga, ficou apenas atrás da Juventus, de Platini. Ficou mais um ano em Roma e esteve dois na Fiorentina, sem títulos.
Em 1989, estava de volta ao Benfica. As estrelas eram já outras, como Silvino, Veloso, Valdo, Paneira, Pacheco ou os seus compatriotas, Thern e Magnusson. Venceu a Supertaça, foi vice-campeão e chegou à final da Liga dos Campeões, perdida para o grande Milan de Sacchi. Nos dois anos seguintes, foi campeão uma vez e regressou a Itália, onde ficou mais 8 anos.
Na Sampdória, passou cinco anos, vencendo uma Taça de Itália em 1994, com uma equipa que contava com Gullit, Platt, Jugovic, Evani ou Lombardo. Além deste título, no mesmo ano ficou no pódio da Série A e na época seguinte atingiu as meias finais da Taça das Taças.
Em 1997, juntou-se a uma Lázio nova-rica que contava com Mancini, Casiraghi, Fuser, Nedved ou Fuser. Na primeira época, bateu o Milan e venceu a Taça de Itália. Voltou a uma final europeia, perdendo a Taça das Taças para o Inter de Ronaldo Fenómeno. Na época seguinte, já com Vieiri, Conceição, Stankovic e Mihajlovic, venceu a Supertaça de Itália e a Taça das Taças, o seu primeiro título europeu desde os tempos do IFK. Em 1999-2000, com Salas, Véron ou Simeone a somar-se às estrelas já existentes no plantel, venceu campeonato, taça e supertaça europeia. Foram os grandes anos da Lázio.
Seguiu-se o cargo de selecionador de Inglaterra onde tal como quase todos os treinadores da equipa nada conseguiu vencer. Depois da Lázio nada mais ganhou, tendo treinado até 2019, passando por Manchester City, Leicester, Notts, seleção do México, entre outros.
No início deste ano, anunciou a sua doença, tendo sido homenageado em vida por vários clubes, onde se destacou e até pelo Liverpool, com o qual nunca teve ligação algum, apesar de ter manifestado esse desejo por cumprir.
Parte um senhor.