Vencer o Le Havre era suficiente para que o PSG fosse campeão francês no sábado. Mas, aos 77 minutos, em pleno Parc des Princes, o PSG perdia por 1-3. Operi adiantou os forasteiros. Barcola ainda empatou, mas André Ayew (esse mesmo) e Abdoulaye Touré adiantaram mais uma vez o Le Havre, equipa que tem os mesmos pontos do que o Metz, que está em zona de play-off para evitar a descida. Aos 78 minutos, Hakimi reduziu e aos 90+5, Gonçalo Ramos, mais uma vez vindo do banco, fez o 3-3 final. O português soma 14 golos na época, mas a festa ficou adiada.

Seria o Lyon, que ocupou os lugares de descida na primeira metade da época, a oferecer o título aos de Paris. Logo no primeiro minuto, Ben Yedder adiantou o Mónaco e a festa parisiense prometia esperar mais uma semana, mas outro grande goleador, Lacazette, faria o 1-1, aos 22 minutos. 4 minutos depois, Said Benrahma colocaria o Lyon a vencer. O Mónaco voltou a assustar, com o bis de Ben Yedder, mas Malick Fofana, jovem extremo belga, daria a vitória ao Lyon e o título ao PSG.

Em 12 temporadas, o PSG foi campeão em 10, chegando a um total de 12 títulos na sua história de 53 anos. A festa do PSG foi "estragada" em 2017, pelo Mónaco de Leonardo Jardim, com Benardo Silva, Ivan Cavaleiro, João Moutinho, Radamel Falcao e já com Mbappé e depois em 2021, pelo Lille de Christophe Galtier (acabaria contratado pelo PSG), que contava com José Fonte. 

Com este título, Marquinhos chegou aos 9 campeonatos ganhos, igualando Verrati, transferido no verão passado e superando Presnel Kimpembe, que chegou aos 8. O PSG tem agora mais 2 campeonatos do que o Saint-Etienne; mais 3 do que o Marselha; mais 4 do que Mónaco e Nantes; mais 5 do que Lyon e o dobro de Bordéus e Reims.

Da semana do Sporting, salvou-se um minuto. Aquele em que Gyokeres, vindo do banco, bisou no Dragão e, do mal, o menos, deu um ponto ao Sporting. A três jornadas do fim, o Sporting tem mais cinco pontos do que o Benfica e pode sonhar com a grande festa.

Começou mal a semana. Amorim foi fotografado a ir para Inglaterra. Ter-se-á encontrado com o West Ham. No mesmo dia, sorridente, remeteu justificações para sábado. Entre esse dia e sábado, os jornais escreverem que, afinal, Ruben ficaria, poderia até renovar e teria milhões ao dispor para melhorar ainda mais a equipa. Slot foi praticamente confirmado no Liverpool, noiva bem mais apelativa para Amorim.

No sábado, encontro com os jornalistas. Amorim desculpou-se. Admitiu erros, mas não se comprometeu com o futuro. No fim, disse-se mais perdido do que os jornalistas. Mau sinal, sobretudo na véspera de ir ao Dragão.

No Porto, um mau onze. Inácio jogou cerca de uma hora na ala, onde pouco rendeu. Lá atrás, Diomande, a fazer de Inácio também esteve mal. Sem Gyokeres (tocado), o ataque também não resultou, até porque Trincão, um dos melhores da época, também esteve uns furos abaixo do normal. Sem garra nem concentração, foi uma sorte ter chegado ao intervalo a perder apenas por dois.

Na segunda parte, aos poucos, o Sporting normalizou. Com todos nas suas posições, chegou ao empate. Talvez, com onze até ao fim (provavelmente Diomande já deveria ter ido para a rua antes de Edwards), até tivesse vencido.

Venha uma semana melhor!

Arne Slot parece ser o próximo treinador do Liverpool. Klop já referiu a ele, em termos positivos e o próprio já admitiu a existência de negociações e a vontade de seguir para Inglaterra. Slot, de 45 anos está a terminar a sua terceira época no Feyenoord após ter orientado o AZ, por dois anos.

Slot foi um médio sem grande expressão, tendo defendido Zwolle (por duas vezes), NAC Breda e Sparta de Roterdão. Foi adjunto do Cambuur e do AZ antes de, em 2019, ter assumido o comando do AZ. Foi vice-campeão. Na segunda época não teve o mesmo sucesso e acabaria substituído. Não impediu que o Feyenoord apostasse nele. Na estreia, levou a equipa à final da Liga Conferência, perdida para a Roma, de Mourinho. No segundo ano, foi campeão holandês. Esta época, está a 9 pontos do PSV e é quase impossível ser campeão. Já perdera a Supertaça, para o PSV, mas venceu a Taça dos Países Baixos há dias.

Slot gosta do 4-2-3-1. Wellenreuther tem sido o guarda-redes mais utilizado. No centro da defesa moram, habitualmente, Beelen e o eslovaco Hancko. Geertruida e Hartman são os alas. No duplo pivot, essencial para o esquema de Slot estão o argelino Zerrouki e Wieffer, com Timber sempre à espreita. Stengs, que Slot já orientara no AZ é o médio mais criativo. No ataque Gimenez (candidato a voar também para Liverpool?) é o goleador, servido por Igor Paixão, brasileiro e pelo gambiano Minteh. Jahanbakhsh e Ueda são outras boas opções.

O Bayern de Munique esterá a pensar trocar Thomas Tuchel por Ralf Rangnick e, apesar da época estar longe de ser um sucesso, os sócios do gigante bávaro não aprovam a jogada. E percebe-se. O Bayern falhou a conquista do campeonato, pela primeira vez em 12 anos e com certeza que precisa de sangue novo, mesmo que até tenha recebido Harry Kane, por mais de 100 milhões. Mas Tuchel é um dos melhores treinadores do mundo, a meu ver, apesar de, curiosamente ser muitas vezes menosprezado pela imprensa.

Tuchel, de 50 anos, está na “berra” há cerca de 9 anos, altura em que foi escolhido para suceder a Klopp no Dortumund. Tuchel tem uma carreira com parecenças com Klopp. Teve uma carreira com pouca exposição, como defesa, jogando por Augsburgo, Kickers de Estugarda e Ulm, começando a treinar bem cedo. Depois de ser adjunto e treinador de camadas jovens e equipas B, estreou-se como treinador principal, aos 36 anos no mesmo Mainz onde Klopp jogou e treinou antes de chegar ao Dortmund. Após cinco épocas e um ano sabático avançou para dois anos no Dortmund. A equipa jogava bem, mas ante do Bayern, o Dortmund só alcançou um título, o da Taça da Alemanha. Chegou para convencer o PSG.

Em Paris, começou a ser menosprezado. Com Neymar, Cavani e Mbbapé venceu a Supertaça e o campeonato. Perdeu a final da Taça de França nas grandes penalidades. No seu segundo ano, venceu os quatro trofeus nacionais possíveis. E chegou à final da Liga dos Campeões. Em Lisboa, em plena pandemia, derrota por 0-1, com golo de Coman, extremo do Bayern. Venceria a Liga dos Campeões apenas um ano depois, também em Portugal, no Porto. Ficou mais meia época em Paris, mas seria afastado. O Chelsea recebeu-o e, longe de ser favorito, Tuchel guiou o clube à “orelhuda”. Bateu o City na final, depois de eliminar Real Madrid, FCP ou Atlético. Terá sido o melhor momento da sua carreira.

Começou e acabou a época seguinte em Londres. Venceu a Supertaça Europeia e foi à final da Taça de Inglaterra e Taça da Liga. Na época seguinte, esteve em apenas 7 jogos e foi, mais uma vez, dispensado. Acabou a época passada no Bayern, rendendo Julian Nagelsmann e sendo campeão na última jornada, com uma grande ajuda do Dortmund.

Este ano, o Bayern de Tuchel está nas meias-finais da Liga dos Campeões e esse é o único título que ainda pode vencer. E, convenhamos, o Real Madrid é o grande favorito a vencer a eliminatória. Haverá, claro, melhores treinadores para o Bayern mas parece-me, mais ou menos óbvio que Ralf Rangnick não é um deles.

Rangnick, de 56 anos, teve também carreira modesta. Tem longa experiência no banco, mas como mostra o seu pequeno palmarés não será a melhor opção. Ralf treinou o Ulm (onde treinou…Tuchel), Estugarda, Hannover, Shalke 04, Hoffenheim, de novo Shalke e Leipzig, onde se notabilizou, sobretudo como…coordenador técnico. Foi apontando a Milan, mas acabou por orientar o United antes de Ten Haag assumir o cargo. Ainda treinou a Áustria. Este seria, provavelmente o seu maior desafio.

É difícil mas pode acontecer. O Sporting pode ser campeão já no domingo. Para tal acontecer é preciso que ganhe no Dragão e que o Braga vença na Luz. No sábado, o Braga, na luta pelo pódio, procurará vencer em Lisboa, o Benfica, que por sua vez, quer lutar pelo título enquanto for matematicamente possível. Mas, a verdade é que será um encontro entre duas equipas irregulares, num verdadeiro jogo de 1X2. Também não será fácil ao Sporting vencer no Porto. O Sporting terá motivação extra caso o Braga vença, mas que tal aconteça poderá encontrar uma equipa com vontade de mostrar mais do que tem mostrada na generalidade da época. O Sporting entra no Dragão numa altura em que o FCP vive dias de “guerra civil” com as eleições a acontecerem no dia antes do jogo. Pinto da Costa parece ter pela primeira vez um candidato com possíveis hipóteses de vencer e que tem enervado o establishment. Veremos. Mas o título mais dia, menos dia, parece estar muito perto.

Portugal – Só uma catástrofe afastará o Sporting do título, uma vez que precisa de 6 pontos em 12 em disputa.  A verdadeira luta parece ser pelo terceiro lugar, já que que FCP e Braga partem para as últimas 4 jornadas empatados e o Vitória ainda por ter uma palavra a dizer.

Espanha – O Real está ainda mais perto do título do que o Sporting. Provavelmente nada mexerá nos primeiros quatro, com Barcelona a ser vice-campeão, Girona (grande campanha) a ser o terceiro e o Atlético, quarto.

Itália – Mais um campeonato, mais um campeão virtual. O Inter é praticamente campeão, com mais 14 pontos do que o Milan, que hoje defronta. Vencendo, é campeão já hoje. Milan e Juve completam o pódio e o fabuloso Bolonha de Thiago Motta pode muito bem manter a quarta posição.

França – Aqui também não há surpresas. O PSG vai ser campeão, bastando-lhe ir gerindo a vantagem de 11 pontos. O Mónaco deve ser segundo e a sensação Brest tentará manter-se no pódio.

Inglaterra – Só aqui há dúvidas. A luta parece ir durar até ao fim entre Liverpool, Arsenal e Manchester City. Os dois primeiros somam 74 pontos, mais 1 do que o City, a quem falta um jogo. Um empate, coloca os três com 74 pontos e uma vitória, coloca o clube de Guardiola com apenas mais 2 pontos do que os rivais.

Outros – Na Holanda, o PSV tem mais 9 pontos do que o Feyenoord e não deve perder a oportunidade de ser campeão; na Bélgica, na luta está renhida entre Anderlecht, Club Brugge (menos 2 pontos), Union St. Gilloise (menos 3) e Genk (menos 4). Na Grécia, AEK tem mais um ponto do que o Panathinaikos e 5 do que o PAOK e na Turquia, o Galatasary tem mais 1 jogos e 5 pontos do que o Fenerbahce. Na Escócia, o Celtic tem apenas mais 3 pontos do que o Rangers.

O Sporting jogou ontem com o seu quinto equipamento da época. Primeiro, conhecemos o equipamento listado, o mais bonito dos três, apresentados pela Nike até agora. Depois veio um segundo, maioritariamente branco, com finas listas horizontais verdes. Seguiu-se o primeiro equipamento de sempre com a marca CR7, preto, com mangas e pormenores a dourado. Já este ano, o Sporting apresentou novo equipamento, todo preto, possivelmente para uso, sobretudo europeu. Ontem foi a vez de um novo equipamento branco, com o símbolo antigo (o que fica sempre bem), ir a jogo, poucas horas depois de ser apresentado. Trata-se de uma homenagem à conquista da Taça das Taças, à beira de fazer 60 anos dessa vitória. Acredito que fique já para a próxima época como segundo ou terceiro equipamento, mas não me lembro de uma época tão produtiva em termos de equipamentos lançados.