BVB, 2020-2021. Puma
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Uma caderneta que lembra os cromos do nosso futebol não está completa sem a presença do simpático e talentoso romeno, Ioan Timofte, figura que brilhou largos anos no Porto. Médio ofensivo, hoje com 55 anos, começou a jogar no seu país, pelo CSM Resita, passando depois para o ACS Poli Timisoara, que o emprestou ao FCP, em 1991.
Nas Antas, convenceu, fazendo 13 golos em 34 jogos. Foi campeão e venceu a Supertaça. Ainda foi à final da Taça. Uma entrada em grande, com a ajuda de Domingos, Kostadinov, Jaime Magalhães ou de João Pinto. No segundo ano, 14 golos em 31 jogos e mais um campeonato ganho. Ficou mais um ano, perdendo algum espaço, mas marcando 9 vezes em 32 jogos. Venceu mais uma Taça e uma Supertaça e foi às meias-finais da Liga dos Campeões, caindo aos pés do Barcelona de Romário, Stoichkov ou Guardiola, vencedor final da prova.
Apesar dos bons números, não ficou no FCP, andando uns poucos quilómetros até ao Bessa onde passou seis grandes anos. No primeiro, 28 jogos e 6 golos, ao lado de Artur, Rui Bento ou Alfredo. Sem títulos, como estava habituado. No ano seguinte, mais 8 golos e zero títulos. Ao terceiro ano, o seu primeiro título pelo Boavista: a Taça de Portugal, com a ajuda de Nuno Gomes, Jimmy, Simic ou Hélder. Em 1997-1998, 11 golos e ajuda na conquista da Supertaça. Na final, a duas mãos, Timofte fez o 2-0 que seria decisivo, já que a final a duas mãos acabou 2-1.
1998-1999 foi a última grande época do romeno, que fez 16 golos e ajudou o Boavista a ser vice-campeão. Estavam lançados os pilares de um título que demoraria pouco mais a chegar ao Bessa, já sem Timofte. O romeno fez mais uma época, mas reformou-se um ano antes da grande festa da história do clube.
Pela Roménia apenas 10 jogos e 1 golo (a Espanha, num amigável). Foi ignorado para os Mundiais de 1994 ou 1998.
Nome incontornável do futebol em língua portuguesa, Marinho Peres morreu aos 76 anos. Como defesa central defendeu São Bento, Portuguesa dos Desportos e Santos antes de se juntar ao Barcelona, para a primeira experiência na Europa. Migueli, Neeskens e o grande Cruyff eram seus companheiros. Regressou ao Brasil para defender Internacional, Galícia, Palmeiras e América. Jogou 12 vezes pelo Escrete, marcando 1 golo ao Paraguai. Esteve no Mundial de 1974, com Jairzinho ou Rivellino, tendo terminado em quarto lugar.
De 1981 a 2009, foi treinador, passando quatro vezes por Portugal. Em 1986 chegou para o Vitória, ajudando a equipa de Guimarães a ser terceira no campeonato e a chegar aos quartos de Taça de Portugal e Taça UEFA. Paulinho Cascavel era a estrela de então. Na época seguinte, mudou-se para Os Belenenses, sendo novamente terceiro. Após uma passagem pelo Brasil, em 1990 regressou a Lisboa. Foi novamente terceiro, com o Sporting e guiou Gomes, Cadete, Carlos Xavier ou Litos às meias da Taça UEFA. No ano seguinte, já com Figo, a época não foi tão boa. Regressou ao Vitória, para apenas 8 jogos. Em 1996, aos 50 anos treinou o Marítimo, também brevemente. Regressou ao Restelo em 2000, ficando até 2003. Em maio de 1989 venceu a Taça de Portugal, num 2-1 ao Benfica, sendo esse o seu único trofeu como treinador.
Descanse em paz, Marinho Peres.