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Visão do Peão

Visão do Peão

Qui | 31.08.23

Morreu Jongbloed

Francisco Chaveiro Reis

Visão do Peão (12).pngO futebol total não vivia apenas do bonito futebol de ataque. Cá atrás, contava com a qualidade de, entre outros o seu guarda-redes, Jan Jongbloed, falecido hoje, aos 82 anos, após doença prolongada. Nascido em Amsterdão, Jongbloed não chegou a jogar pelo poderoso Ajax, nem sequer pelos rivais PSV ou Feyenoord, apesar de ter sido internacional por 24 vezes, com sucesso. Jogou por AFC DWS, FC Amsterdam, Roda e Go Ahead Eagles alcançado apenas um título: foi campeão holandês em 1964 pelo DWS. Saltou para a ribalta em 1974, ao assumir-se como titular da seleção quando se pensava que seria apenas a terceira escolha. Aos 35 anos, jogou atrás de homens como Suurbier, Krol, Haan, Rep, Neeskens e, claro, Cruyff. Usava então o número 8, jogava sem luvas e foi vicecampeão do mundo. 

Qui | 31.08.23

Abdel-Ghani

Francisco Chaveiro Reis

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Muito antes de Sabry, Shikabala ou Hassan, chegou à nossa liga, um internacional egípcio: Magdi Abdel-Ghani. O médio trocou o Cairo por…Aveiro, em 1988. Orientado pelo belga Jean Thissen, o egípcio conquistou logo os adeptos, fazendo 8 golos na época de estreia mesmo que o Beira-Mar tenha ficado quase em posição de descida. Na defesa jogavam Costeado ou Dinis; no meio, além de Abdel-Ghani havia Freitas e Simões e no ataque, os brasileiros Dreiffus, Jarbas, Bugre e Bira e o belga, Julien. No segundo ano em Portugal, o médio marcou apenas 2 vezes, mas o Beira Mar terminou em 11.º já com a ajuda de Penteado, António Sousa (ex-FCP), Mário Jorge (ex-Sporting) ou Bozinovski (iria para o Sporting no fim do ano). No terceiro ano, Abdel-Ghani voltou a marcar 8 vezes e ajudou o Beira-Mar a ir ao Jamor. Na final da Taça, derrota com o FCP. Domingos fez o primeiro e Abdel-Ghani levou o jogo para o prolongamento onde se destacaram Kostadinov e Jaime Magalhães. O egípcio ficaria apenas mais um ano regressando em 1992 ao Egito.

Pelo seu pais, 2 golos em 28 jogos, tendo estado nos JO de Los Angeles e no Mundial de Itália (marcou à Holanda de Van Basten). Jogou em quatro CAN´s, vencendo uma delas. Em 2012, o Mais Futebol recordou o jogador.

Qua | 30.08.23

Litos

Francisco Chaveiro Reis

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Depois do médio ofensivo do Sporting, o futebol português recebeu, anos mais tarde, um outro Litos.  Carlos Manuel de Oliveira Magalhães, hoje com 49 anos, ficou conhecido por liderar a defesa do Boavista campeão. Natural de Paranhos, Porto, passou pelo FC Lapa antes de se juntar ao Boavista em 1987. Terminou a formação no Bessa e, emprestado, estreou-se como sénior com a camisola do Campomaiorense. Na defesa, com a companhia de Lito Vidigal, fez 30 jogos e 1 golo. No ano seguinte, novo empréstimo, subindo um pouco mais no país, para jogar no Estoril, com menos sucesso (17 jogos). No último empréstimo, já estava “ao lado” de casa, fazendo 35 jogos pelo Rio Ave com Jaime Pacheco no banco.

De 1995 a 2001 fixou-se no seu Boavista. Ainda com Manuel José fez-se titular ao lado de nomes como Paulo Sousa, Tavares, Hélder ou Artur. 29 jogos, 6 golos e o 4.º lugar no regresso à primeira divisão (estreara-se no Estoril). Nada mau. No ano seguinte, mais 5 golos, uma roda viva de treinadores e o primeiro título. Com Mário Reis no banco, o Boavista foi ao Jamor bater o Benfica por 3-2. Sanchez e Nuno Gomes foram as estrelas da tarde, com Litos a jogar 90 minutos ao lado de Isaías. Ainda em 1997, o segundo título. A duas mãos, 2-1 ao FCP e conquista da Supertaça, com Ayew e Timofte a serem os heróis boavisteiros. 1997-1998 acabou já com Pacheco como treinador. Ele que conquistou o vice-campeonato na época seguinte, a 8 pontos do FCP, mas deixando Benfica e Sporting para trás.

Em 1990-2000, estreia na Liga dos Campeões. O Boavista não passou a primeira fase de grupos, mas ainda empatou duas vezes o Feyenoord de Tomasson e Julio Cruz e bateu o Dortmund, no Bessa, por 1-0, com golo de Pedro Emanuel. Em 2000-2001, a alegria suprema. Com Ricardo, Rui Óscar, Erivan, Petit, Rui Bento, Martelinho ou Duda, foi campeão. Pela primeira vez, o Boavista era campeão, sucedendo ao Sporting.

Foi o fim da história de Litos no Bessa. Não resistiu ao apelo da liga espanhola e passou cinco anos no Málaga. Jogou com nomes como Dely Valdes e os portugueses Edgar e Duda e fez mais de 80 jogos numa das melhores ligas do mundo. Regressou a Portugal para duas épocas na Académica.

Por Portugal, jogou 6 vezes, entre 1999 e 2001. Estreou-se a jogar 3 minutos no 0-0 com a Holanda, em Paris e despediu-se na goleada a Angola, por 5-1, em Alvalade. Poderia ter sido chamado para o Euro 2000 mas vendo os nomes escolhidos – Jorge Costa, Beto e Fernando Couto – não se pode criticar Humberto Coelho.

Ter | 29.08.23

Chelsea perdido

Francisco Chaveiro Reis

O Chelsea de 2023 parece absolutamente perdido. Por um lado, quer avançar para mais jogadores, falando-se em Raphinha, Ferran, Smith-Rowe ou Edwards, mesmo já tendo gasto mais de 400 milhões de euros. Por outro, Maurício Pochettino não faz ideia de quem são Malang Sarr e Jamie Cumming, seus jogadores. No ano passado, o Chelsea foi 12.ª e perante o que se vê, não parece que esta vá ser uma grande época…

Sex | 18.08.23

Bobó

Francisco Chaveiro Reis

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Mamadou Bobó Djalo, hoje com 60 anos, foi um possante médio centro, que passou grande parte da carreira no Bessa. Natural da Guiné Bissau, foi em Portugal que se formou, primeiro no Vilanovense e depois no FCP, onde se estreou como sénior em 1982, fazendo 2 jogos, num plantel que tinha Lima Pereira, José Alberto Costa, Jaime Magalhães, Jaime Pacheco ou António Sousa. Foi emprestado ao Águeda e regressou para mais 8 jogos e 2 golos pelo FCP. Curiosamente, saltou duas vezes do banco em deslocações para dar duas vitórias. Primeiro, na jornada 10, em Penafiel e depois, na 18, em Espinho.

Passou depois por Varzim e Vitória, antes de se fixar no Estrela da Amadora, onde venceu uma Taça de Portugal. De 1990 a 1996, esteve no Boavista, camisola com a qual mais o associamos. Fez meio campo com Casaca, Nelo e Jaime Alves e na primeira época no velho Bessa, ficou em 4.º e foi às meias da Taça. No segundo ano, pódio na liga e vitória na Taça, ante do FCP, com Ricky como estrela da companhia. Em 1992-1993, ida à final da Taça e vitória na Supertaça, contra o FCP. 1993-1994 terá sido a sua última de grande fulgor, chegando quase aos 40 jogos. Acabou a carreira em 1998, no Gondomar.

Pela Guiné, apenas 2 jogos, em 1996: 90 minutos em Bissau na vitória por 3-2 contra a Guiné Conacri (Titi Camara, que jogaria pelo Liverpool faria os dois da equipa de fora) e 74 minutos em Conakri na derrota por 3-1. Por Portugal, 4 jogos pelos sub-21.

Sex | 18.08.23

Walcott retira-se

Francisco Chaveiro Reis

Visão do Peão (22).pngTheo Walcott, antigo menino prodígio inglês, terminou a carreira. Walcott, mais um fruto das escolas do Southampton, estreou-se adolescente fazendo 4 golos em 21 jogos. Aos 16 anos, em janeiro de 2006 chegou ao Arsenal e poucos meses depois, seria chamado por Eriksen para o Mundial 2006, na Alemanha. Passaria 12 anos nos Gunners, fazendo mais de 100 golos em quase 400 jogos. Numa fase ingrata do clube, apenas venceu três Taças e duas Supertaças. Fustigado por lesões, foi deixando de ser o extremo supersónico do início de carreira e começou a descer na carreira. Em 2012, mudou-se para o Everton e de 2020 até ao fim da última época, regressou aos Saints. Pela seleção, fez 47 jogos, marcando 8 vezes. Estreou-se em maio de 2006, num 4-1 à Hungria. Em setembro, em Zagreb, foi a estrela do Croácia 1 Inglaterra 4, marcando 3 vezes. O seu último jogo internacional foi em Wembley, em 2016, num 2-2 com a Espanha. Walcott pode orgulhar-se da sua carreira, mas fica a sensação de que poderia ter sido ainda melhor, se tivesse tido mais sorte com as lesões.

Qui | 17.08.23

Waddle

Francisco Chaveiro Reis

Visão do Peão (13).pngDono de um penteado emblemático, o inglês Chris Waddle marcou uma geração, marcando golos por grandes clubes ingleses e pelo Marselha. Hoje com 62 anos, o médio ofensivo/extremo inglês começou a carreira no Newcastle, onde esteve entre 1980 e 1985. Aos 20 anos, fez apenas 17 jogos, marcando 3 vezes, tendo-se imposto depois nas quatro épocas seguintes. Em 1984, chegou finalmente à primeira divisão, fazendo 16 golos em 42 partidas, ao lado de Beardsley e de um jovem Gasgoine. Saiu para Tottenham, 195 jogos e 55 golos depois.

Passou os quatro anos seguintes a jogar em Londres. Na estreia, com Hoddle e Ardiles, fez 14 golos. Na segunda, fez 11 golos, chegou à final da FA Cup e ficou em terceiro no campeonato. Na terceira época, ficou-se pelos 3 golos e em 1988-1989 voltou à boa forma, com 14 golos e com a companhia de Gasgoine. Era hora de rumar a França, para três anos em Marselha. No primeiro ano, fez 14 golos, num trio atacante com Papin e Francescoli, foi campeão e chegou às meias-finais da Liga dos Campeões, sendo eliminado pelo Benfica. No segundo, fez 8 golos, voltou a ser campeão e foi às finais, perdidas, da Liga dos Campeões (para o Estrela Vermelha de Savicevic e Prosinecki) e da Taça de França (para o Mónaco de Weah e Rui Barros). No último ano, 7 golos e novo campeonato francês. Eram os dias de Amoros, Angloma, Mozer, Di Meco, Pelé ou Deschamps.

Aos 32, com os melhores anos atrás de si, regressou a Inglaterra para mais de 150 jogos e 16 golos pelo Sheffield Wednesday. No primeiro ano, chegou às finais da Taça e da Taça da Liga, perdendo-as para o Arsenal de Wright e Merson. Jogou ainda por Falkirk, Bradford, Sunderland, Burnley, Torquay United e Worksop Town, acabando a carreira depois dos 40 anos.

Por Inglaterra, fez 6 golos em 62 partidas tendo estado nos Mundiais de 1986 e 1990 e no Euro 1988.

Qui | 17.08.23

Marlon Brandão

Francisco Chaveiro Reis

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Com nome de estrela de cinema, Marlon Brandão chegou a Portugal em 1986 para marcar golos por Sporting, Estrela da Amadora e Boavista. Antes, o avançado, hoje com 59 anos, jogou no Brasil por Marília, Guarani, Esportivo e Santa Cruz. Chegou a Alvalade em 1986, aos 23 anos, sendo suplente de Manuel Fernandes e Ralph Meade, num plantel que tinha ainda Jordão. Marcou 2 golos em 10 jogos. No segundo ano, esteve em 26 partidas, marcando 4 golos. Com uma Supertaça no currículo, rumou, por empréstimo, ao Estrela da Amadora onde apresentou números melhores: 8 golos. Regressou ao Sporting para apenas mais 3 golos.

Fizeram-lhe bem os ares do Norte. Pelo Boavista, estreou-se com apenas 3 golos. Na época seguinte, 11 e na seguinte, apenas 2. A partir de 1992, 28 golos em duas épocas e a transferência para o futebol espanhol onde não teve grande sucesso no Valhadolid. Regressou a Portugal. Nunca jogou pela principal seleção do seu país.

Qui | 17.08.23

Nórdicos por cá

Francisco Chaveiro Reis

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Morten Hjulmund, de 24 anos, tem como cartão de visita os 18 milhões que o Sporting apostou nele, mas também a imensa vontade que Ruben Amorim tinha em contar com ele. É provável que se estreie já amanhã e claro, todos esperamos que deixe a sua marca em Alvalade. Se fizer o mesmo que o primeiro dinamarquês que jogou o Sporting, está tudo certo. Em 1999, Peter Schmeichel trocou o Manchester United, onde tudo venceu, pelo Sporting, onde seria figura e campeão nacional, antes de regressar a Inglaterra. Na mesma cidade, pelo Benfica, jogou Manniche, avançado que deixou marca na Luz e inspirou o nome artístico de um belo internacional português.

Já Gyokeres é o terceiro sueco a jogar pelo Sporting. O primeiro foi também um avançado, Hans Eskilsson, que marcou seis golos, mas só ficou um ano, tendo ainda passado por Braga e Estoril. Cerca de 18 anos depois, chegou Pontus Farnerud, outro que deixou poucas saudades. Esteve em planteis que venceram duas Taças e um Supertaça, mas o sueco pouco contribuiu, passando depois pela Noruega antes de regressar à Suécia. Também na Luz, os suecos fizeram escola, desde logo no banco, com Eriksen mas nomes como Glenn Stromberg, Mats Magnusson, Jonas Thern ou Victor Lindelof. Pelo Porto e Guimarães passou ainda Fredrik Söderström.

Qui | 17.08.23

Neymar foge da Bola

Francisco Chaveiro Reis

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Menino prodígio do Santos e aquele que mais se aproximou (com as devidas distâncias) de Pelé, Neymar fez sucesso tremendo no Santos, tendo resistido a uma vinda precoce para a Europa. Chegou ao Barcelona aos 22 anos para fazer com Messi e Suarez um grande trio de ataque. Destinado a ser Bola de Ouro, quando Messi e Ronaldo baixassem a guarda, Neymar resolveu trocar a Catalunha por Paris, a troco de mais de 200 milhões de euros, quatro anos depois. Após seis anos no Parc des Princes, saiu sem o dever cumprido. Não levantou a Liga dos Campões e nunca convenceu totalmente os fãs, mesmo tendo bons números. Parece sempre que Neymar tem mais interesse no que acontece entre os jogos do que dentro do relvado. Aos 31 anos, vai receber 100 milhões por época, na Arábia Saudita mas está cada vez mais afastado do título de melhor do mundo.

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