Depois do médio ofensivo do Sporting, o futebol português recebeu, anos mais tarde, um outro Litos. Carlos Manuel de Oliveira Magalhães, hoje com 49 anos, ficou conhecido por liderar a defesa do Boavista campeão. Natural de Paranhos, Porto, passou pelo FC Lapa antes de se juntar ao Boavista em 1987. Terminou a formação no Bessa e, emprestado, estreou-se como sénior com a camisola do Campomaiorense. Na defesa, com a companhia de Lito Vidigal, fez 30 jogos e 1 golo. No ano seguinte, novo empréstimo, subindo um pouco mais no país, para jogar no Estoril, com menos sucesso (17 jogos). No último empréstimo, já estava “ao lado” de casa, fazendo 35 jogos pelo Rio Ave com Jaime Pacheco no banco.
De 1995 a 2001 fixou-se no seu Boavista. Ainda com Manuel José fez-se titular ao lado de nomes como Paulo Sousa, Tavares, Hélder ou Artur. 29 jogos, 6 golos e o 4.º lugar no regresso à primeira divisão (estreara-se no Estoril). Nada mau. No ano seguinte, mais 5 golos, uma roda viva de treinadores e o primeiro título. Com Mário Reis no banco, o Boavista foi ao Jamor bater o Benfica por 3-2. Sanchez e Nuno Gomes foram as estrelas da tarde, com Litos a jogar 90 minutos ao lado de Isaías. Ainda em 1997, o segundo título. A duas mãos, 2-1 ao FCP e conquista da Supertaça, com Ayew e Timofte a serem os heróis boavisteiros. 1997-1998 acabou já com Pacheco como treinador. Ele que conquistou o vice-campeonato na época seguinte, a 8 pontos do FCP, mas deixando Benfica e Sporting para trás.
Em 1990-2000, estreia na Liga dos Campeões. O Boavista não passou a primeira fase de grupos, mas ainda empatou duas vezes o Feyenoord de Tomasson e Julio Cruz e bateu o Dortmund, no Bessa, por 1-0, com golo de Pedro Emanuel. Em 2000-2001, a alegria suprema. Com Ricardo, Rui Óscar, Erivan, Petit, Rui Bento, Martelinho ou Duda, foi campeão. Pela primeira vez, o Boavista era campeão, sucedendo ao Sporting.
Foi o fim da história de Litos no Bessa. Não resistiu ao apelo da liga espanhola e passou cinco anos no Málaga. Jogou com nomes como Dely Valdes e os portugueses Edgar e Duda e fez mais de 80 jogos numa das melhores ligas do mundo. Regressou a Portugal para duas épocas na Académica.
Por Portugal, jogou 6 vezes, entre 1999 e 2001. Estreou-se a jogar 3 minutos no 0-0 com a Holanda, em Paris e despediu-se na goleada a Angola, por 5-1, em Alvalade. Poderia ter sido chamado para o Euro 2000 mas vendo os nomes escolhidos – Jorge Costa, Beto e Fernando Couto – não se pode criticar Humberto Coelho.