A fazer uma época dececionante, já se percebey que não será o mercado de janeiro a “salvar” o Sporting. Ou os que já lá estão melhoram a olhos vistos ou o Sporting parece condenado a falhar a Liga dos Campeões. Era esperança da massa associativa, que chegassem reforços de qualidade, mesmo sabendo-se que o dinheiro não abunda.
Para a defesa, fazia falta um Saint Juste que aguentasse pelo menos 90 minutos. O neerlandês é bom jogador quando está em campo, mas tem tendência para passar mais tempo lesionado. Meia época depois já não parece fugir ao rótulo de grande desilusão. Assim, seria bom que chegasse um bom central que jogasse pela direita, libertando Inácio para a esquerda do trio defensivo, que é onde joga melhor e dando mais uma opção a Amorim. O escolhido parece ser Diomandé e por 7 milhões. Ousmane Diomandé tem apenas 19 anos, é natural da Costa do Marfim e joga no Mafra, por empréstimo do Midtjylland. Confiando no scout, não se pode dizer que seja jogador para ser imediatamente titular, nem que seja um nome que entusiasma. Sabendo-se que na nossa liga até jogadores sem grande projeção, como Feddal, podem ser bons valores, desilude a não chegada de um homem mais experiente para atacar o resto da liga e a Liga Europa.
No meio campo, reside o grande problema desde agosto. Nunes saiu nas vésperas da ida ao Dragão e chegou Sotiris, que nem joga exatamente na mesma posição nem se impôs até hoje. Aliás, parece perder espaço todas as semanas. Um bom oito seria muito bem vindo já que Morita não chega, Sotiris parece que nunca chegará, Bragança que teria o seu ano de afirmação ainda está lesionado e Mateus parece verde. Não há esse reforço em vista. Numa jogada de aproveitamento do mercado, chegou Tanlongo. O adolescente argentino nunca será um mau negócio, já que veio a custo zero e tem um salário baixo. Além disso, mostra raça e personalidade e em breve pode ser uma dor de cabeça para Amorim.
Nas alas, a história parece prestes a repetir-se. Nas vésperas da ida ao Dragão, saiu Nunes. Nas vésperas de defrontar o Porto, numa final, está prestes a sair Porro. Claro que é difícil a um clube português recusar mais de 40 milhões de euros por um jogador, sobretudo no vaso do espanhol que deve sair pela clausula mas tal como Nunes, sai um dos melhores, sem substituto à altura à vista. A não ser que contrate um craque de nível mundial, Esgaio será titular nos próximos tempos até que o substituto de Porro se adapte e seja mais valia, partindo do princípio que se acerta. Histerismo à parte, Esgaio tem o seu valor, mas está muitos furos abaixo de Porro e o Sporting precisa é de melhorar. Aqui é impensável que não se invista e o nome mais falado é o de Milan van Ewijk que vem do meio da tabela da liga holandesa. Pela esquerda, o Sporting depende de Santos já que Reis faz falta lá atrás. Santos tem garra, cruza e marca, mas algo me diz que faz mais falta mais à frente, já que Jovane ou Rochinha pouco acrescentam. Para o render, só há Arthur, também ele extremo e também ele, apesar de ter momentos, pouco mais do que mediano. Lelo, do Casa Pia, foi apontado, mas esse parece ser um negócio parado. Por falar em parado, se Vinagre não joga no Everton, que regresse para que se tente aproveitar o colossal investimento.
No ataque, apenas Edwards é um verdadeiro craque e não é sempre. Santos é desviado para fazer a ala toda e está mais longe do golo, mesmo continuando a cruzar muito e bem; Pote, não havendo 8, vai sendo desviado para o meio campo e Trincão é inconstante. Jovane, Rochinha e Arthur não fazem um Sarabia. Claro que se sabe que o que Sarabia ganha é incomportável, mas o Sporting precisa de mais qualidade nas alas da frente. E não a vai ter neste mercado. Casper Tengstedt foi apontado, mas acabou no Benfica. Não é um nome que entre logo, mas era melhor do que nada, que é o que teremos.
No ataque, já se sabe. Amorim só tem olhos para Paulinho e aposta em Chermiti como alternativa. Ribeiro, que até parece ser o mais goleador, quase não joga. Ir ao mercado buscar quem marque golos como forma de vida, como tivemos Liedson, Slimani ou Dost é que está fora de questão. E sem golos, o resto da época adivinha-se penosa.