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Visão do Peão

Visão do Peão

Qua | 25.01.23

Enigma Silva

Francisco Chaveiro Reis

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Fábio Silva é reforço do PSV, por empréstimo do Wolverhampton. O português brilhou nas camadas jovens do FCP antes de fazer três golos pelo equipa principal. Foi suficiente para ser vendido aos Wolves por mais de 40 milhões. Na Premier League, quatro golos em duas temporadas. Muito pouco para um goleador pago a peso de ouro. Este ano, acabou emprestado ao Anderlecht e em 32 partidas, 11 golos. Bons números. Mas, a 11.ª posição do clube de Bruxelas, na tabela, terão pesado na decisão de ser emprestado ao PSV, que luta pelo título e perdeu Gakpo e Madueke. Se correr bem, Silva, sairá com maior prestígio mas a pressão de um projeto mais ambicioso de onde saíram verdadeiros wounderkids pode ser-lhe fatal. E ainda não será desta que faz uma época completa de qualidade e…golos.

Qua | 25.01.23

O topo do mercado

Francisco Chaveiro Reis

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2000-2001 foi uma época de grandes contratações. No topo, claro, a ida de Figo, do Barcelona para o Real Madrid, por 60 milhões de euros, mas o destaque são as seis entradas de jogadores para equipas italianas, algo impensável nos dias de hoje em que o Cálcio se tornou secundário.

Passemos por Figo, cujo caso e carreira dispensam apresentações e passemos para o número dois do top dez de 2000-2001. Aos 25 anos, Crespo trocou o Parma pela Lázio. Eram os melhores dias da equipa de Roma que não se coibiu de gastar mais de 56 milhões no argentino. Crespo, que já levava quatro anos de Itália, passou duas épocas no Olímpico de Roma, fazendo 39 golos em 54 jogos. No entanto, só venceu uma Supertaça. Saiu por cerca de 40 milhões de euros, numa altura em que se começava a perceber que talvez a Lázio estivesse com problemas financeiros. Esta foi também a época em que outro goleador argentino, Gabriel Batistuta, trocou o seu clube de sempre, a Fiorentina, por Roma. Batigol chegou à Roma por 36 milhões. Na estreia, foi, finalmente, campeão em Itália e fez 21 golos. Marcaria mais 12 antes de rumar ao Inter, por empréstimo. Não surpreende que os líderes destas listas sejam os avançados. No verão de 2000, o PSG fez a pequena loucura de contratar Anelka ao Real Madrid por 34 milhões. Aos 21 anos, o francês tinha despontado no PSG, precisamente, brilhando no Arsenal e falhado em Madrid. Fez 18 golos em ano e meio e regressou à Premier League, emprestado ao Liverpool e depois vendido ao City por menos de metade do que custou. Curiosamente o top cinco termina com um defesa. Rio Ferdinand, um dos mitos da Premier League, trocou então o West Ham, onde se formou, pelo Leeds. Fez parte da equipa que atingiu as meias final da Liga dos Campeões e passadas duas épocas, o United foi busca-lo por 46 milhões.  

Seguiu-se Savo Milosevic, visto pelo Parma como substituto de Crespo. Fez 14 golos em época e meia e saiu para Espanha. Não foram os 25 milhões mais bem gastos pelo Parma. O mesmo se pode dizer da ida de Flávio Conceição para o Real Madrid pelos mesmos 25 milhões. O brasileiro não rendeu o mesmo que na Corunha e saiu a custo zero, quatro épocas depois, com um empréstimo ao Dortmund, pelo meio. Fantástico foi o negócio que fez Trezeguet aterrar em Turim. Por 23 milhões de euros, o francês tornou-se no grande goleador da Juve, fazendo 171 em 320 jogos. Por cerca de 23 milhões, Almeyda, médio defensivo, deixou a Lázio e reforçou o Parma. Ou seja, na verdade, Crespo custou à Lázio, 33 milhões mais o passe de Almeyda. Sem surpresa, o argentino nada venceu em Parma e 50 jogos depois rumou ao Inter.

A lista acaba com Piojo Lopez, que chegou à Lázio por 23 milhões, após quatro bons anos em Valência. Passou quatro anos em Roma, fazendo 10 golos por ano. Nada de fabuloso mas dificilmente pode ser visto como um falhanço.

Qua | 25.01.23

Mercado falhado

Francisco Chaveiro Reis

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A fazer uma época dececionante, já se percebey que não será o mercado de janeiro a “salvar” o Sporting. Ou os que já lá estão melhoram a olhos vistos ou o Sporting parece condenado a falhar a Liga dos Campeões. Era esperança da massa associativa, que chegassem reforços de qualidade, mesmo sabendo-se que o dinheiro não abunda.

Para a defesa, fazia falta um Saint Juste que aguentasse pelo menos 90 minutos. O neerlandês é bom jogador quando está em campo, mas tem tendência para passar mais tempo lesionado. Meia época depois já não parece fugir ao rótulo de grande desilusão. Assim, seria bom que chegasse um bom central que jogasse pela direita, libertando Inácio para a esquerda do trio defensivo, que é onde joga melhor e dando mais uma opção a Amorim. O escolhido parece ser Diomandé e por 7 milhões. Ousmane Diomandé tem apenas 19 anos, é natural da Costa do Marfim e joga no Mafra, por empréstimo do Midtjylland. Confiando no scout, não se pode dizer que seja jogador para ser imediatamente titular, nem que seja um nome que entusiasma. Sabendo-se que na nossa liga até jogadores sem grande projeção, como Feddal, podem ser bons valores, desilude a não chegada de um homem mais experiente para atacar o resto da liga e a Liga Europa.

No meio campo, reside o grande problema desde agosto. Nunes saiu nas vésperas da ida ao Dragão e chegou Sotiris, que nem joga exatamente na mesma posição nem se impôs até hoje. Aliás, parece perder espaço todas as semanas. Um bom oito seria muito bem vindo já que Morita não chega, Sotiris parece que nunca chegará, Bragança que teria o seu ano de afirmação ainda está lesionado e Mateus parece verde. Não há esse reforço em vista. Numa jogada de aproveitamento do mercado, chegou Tanlongo. O adolescente argentino nunca será um mau negócio, já que veio a custo zero e tem um salário baixo. Além disso, mostra raça e personalidade e em breve pode ser uma dor de cabeça para Amorim.

Nas alas, a história parece prestes a repetir-se. Nas vésperas da ida ao Dragão, saiu Nunes. Nas vésperas de defrontar o Porto, numa final, está prestes a sair Porro. Claro que é difícil a um clube português recusar mais de 40 milhões de euros por um jogador, sobretudo no vaso do espanhol que deve sair pela clausula mas tal como Nunes, sai um dos melhores, sem substituto à altura à vista. A não ser que contrate um craque de nível mundial, Esgaio será titular nos próximos tempos até que o substituto de Porro se adapte e seja mais valia, partindo do princípio que se acerta. Histerismo à parte, Esgaio tem o seu valor, mas está muitos furos abaixo de Porro e o Sporting precisa é de melhorar. Aqui é impensável que não se invista e o nome mais falado é o de Milan van Ewijk que vem do meio da tabela da liga holandesa. Pela esquerda, o Sporting depende de Santos já que Reis faz falta lá atrás. Santos tem garra, cruza e marca, mas algo me diz que faz mais falta mais à frente, já que Jovane ou Rochinha pouco acrescentam. Para o render, só há Arthur, também ele extremo e também ele, apesar de ter momentos, pouco mais do que mediano. Lelo, do Casa Pia, foi apontado, mas esse parece ser um negócio parado. Por falar em parado, se Vinagre não joga no Everton, que regresse para que se tente aproveitar o colossal investimento.

No ataque, apenas Edwards é um verdadeiro craque e não é sempre. Santos é desviado para fazer a ala toda e está mais longe do golo, mesmo continuando a cruzar muito e bem; Pote, não havendo 8, vai sendo desviado para o meio campo e Trincão é inconstante. Jovane, Rochinha e Arthur não fazem um Sarabia. Claro que se sabe que o que Sarabia ganha é incomportável, mas o Sporting precisa de mais qualidade nas alas da frente. E não a vai ter neste mercado. Casper Tengstedt foi apontado, mas acabou no Benfica. Não é um nome que entre logo, mas era melhor do que nada, que é o que teremos.

No ataque, já se sabe. Amorim só tem olhos para Paulinho e aposta em Chermiti como alternativa. Ribeiro, que até parece ser o mais goleador, quase não joga. Ir ao mercado buscar quem marque golos como forma de vida, como tivemos Liedson, Slimani ou Dost é que está fora de questão. E sem golos, o resto da época adivinha-se penosa.

Qua | 25.01.23

Na sétima final

Francisco Chaveiro Reis

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O Sporting já tipu bilhete para a final da Taça da Liga de 2023, após vencer o Arouca por 1-2. Foi mais uma exibição fraca e sofrida, mas acabou bem. O Sporting esteve bem melhor na primeira parte, em Leiria, chegando ao 0-1 por Paulinho, figura desta Taça da Liga, já depois de ter sido anulado um golo ao Arouca. O Arouca chegou bem melhor à segunda parte e aos 58 minutos, Oday Dabbagh, goleador amarelo, fez o empate. Pouco depois, entrou Inácio para ajudar a travar os ataques arouquenses e Saint Juste voltou a não conseguir acabar um jogo. Já com Porro em campo, Paulinho fez o 1-2 final, a cruzamento de Nuno Santos. Segue-se FCP ou Académico Viseu na final de sábado.

O Sporting estará na sua sétima final, a terceira consecutiva, sendo que luta pelo seu quinto título, o terceiro seguido.

Já Ruben Amorim, que já venceu o trofeu duas vezes pelo Sporting e uma pelo Braga, pode vencer a sua quarta Taça consecutiva, ele que a venceu seis vezes, como jogador ou seja, pode estar à beira de vencer a prova pela décima vez.