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Visão do Peão

Visão do Peão

Dom | 25.09.22

Kodro

Francisco Chaveiro Reis

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Hoje é treinador da segunda equipa da Real Sociedad, estendo a sua longa ligação a San Sebastian, mas, estamos aqui para falar de Meho Kodro como avançado e herói de culto. Nascido na Bósnia, foi no Velez Mostar que desabrochou como goleador, fazendo 48 golos. Seguiu para o País Basco. Em quatro épocas na Real Sociedad, fez 81 golos, ou seja, cerca de 20 por época e tornou-se no quarto melhor marcador da história do clube. Chamou, claro, à atenção e em 1995 chegou ao Barcelona.

Em Camp Nou, vestiu a camisola 9 e marcou 15 golos. Jogou com Figo, Guardiola, Bakero ou Busquets mas não conseguiu vencer nada. Mesmo com números interessantes, só ficou um ano na Catalunha. O 9 seria, no ano seguinte, um tal de…Ronaldo. A vida de Kodro prosseguiu em Tenerife com três anos sem o mesmo nível goleador. Passou pelo Alavés e acabou em Israel, no Maccabi Tel Aviv. Jogaria 2 vezes pela Jugoslávia e 13 já pela Bósnia, marcando 3 vezes.

Sab | 24.09.22

Oli

Francisco Chaveiro Reis

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Oliverio Jesús Álvarez González, hoje com 50 anos, destacou-se como goleador do Oviedo. O avançado espanhol, natural de Oviedo, estreou-se pelo clube da terra em 1992, tendo tido o expoente máximo em 1996-1997, com 20 golos. Quando saiu para o Bétis, já tinha 40 golos pelo Oviedo. Em três épocas em Sevilha, ficou-se pelos 22 golos, regressando ao Oviedo em 2000-2001 para mais 15 golos ao lado de Collymore. Terminou a carreira com 22 golos pelo Cadiz. É o quarto melhor marcador da história do Real Oviedo. Por Espanha, 2 jogos e 1 golo às Ilhas Faroé.

Sex | 23.09.22

Acosta

Francisco Chaveiro Reis

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Chegou a Portugal em fim de carreira para se tornar no goleador do Sporting campeão em 2000. Mas, antes, já tinha carreira de sucesso na Argentina. Beto Acosta, hoje com 56 anos, despontou em 1986 no Union Santa Fé, fazendo 15 golos em duas épocas. Saltou depois para o San Lorenzo, onde regressaria mais do que uma vez. No primeiro ano, fez 19 golos ao lado de Osvaldo Coloccini, pai de um futuro craque argentino. No segundo, marcou mais 15 e saltou para a Europa.

A sua primeira experiência fora da Argentina foi em Toulouse e não teve muito sucesso, marcando apenas 6 golos. Regressou ao San Lorenzo para mais 19 golos e subiu até ao Boca Juniors, clube mítico. Por lá, venceu um Campeonato Abertura e uma Taça de Ouro. Ficou-se pelos 11 golos e mudou-se para o Chile. Em 1994 rumou à Universidade do Chile para explodir como goleador: 43 golos em 45 partidas e a conquista de um Campeonato Abertura. Teve uma curta experiência no Japão, no Yokohama Marinos, marcando 10 vezes e regressou à Universidade para mais 12 golos. Antes do regresso à Europa, regresso a San Lorenzo para mais 17 golos.

Chegou ao Sporting em janeiro de 1999 e os seus 3 golos não impressionaram. No ano seguinte explodiu e os seus 24 golos e 4 assistências foram determinantes na conquista do campeonato nacional. Na época seguinte, a sua última por cá, marcou mais 21 vezes, estreou-se na Liga dos Campeões e fez mais 21 golos. Regressou ao San Lorenzo, aos 34 anos. Fez mais 32 golos e venceu uma Copa Sudamericana e uma Copa Mercosul. Terminou em 2004, mas voltou em 2008 para marcar 2 golos pelo Fénix, ao lado do filho, Mickael Acosta.

Pela Argentina, 19 jogos e 2 golos. Esteve na Taça das Confederações de 1992 e nas Copas América de 1993 e 1995.

Sex | 23.09.22

As camisolas do Mundial

Francisco Chaveiro Reis

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Já são conhecidos os equipamentos para o Mundial. Comecemos a análise pelos grupos A e B. No Grupo A, o Catar, equipa da casa, usará equipamentos Nike. O primeiro, cor de vinho com pormenores nas mangas, escudo e swoosh centrados é um dos melhores do torneio. O segundo, essencialmente branco, cumpre a sua função. O Equador também se apresenta bem vestido, pela Marathon. O primeiro é simples, essencialmente amarelo mas, é sólido. O segundo é um equipamento muito bonito, em azul escuro, com padrões. O Senegal fica a perder em relação aos equipamentos anteriores. O principal parece ter demasiada informação visual no peito e o segundo, obedece ao novo template Puma que é melhor do que o anterior, mas continua a ser muito limitado. Por fim, os Países Baixos, que já vimos muito melhor vestidos. A Nike apostou num equipamento tye die que pessoalmente, não me convence e fica a dever muito a quase todos os equipamentos Nike feitos para a Holanda. O segundo, é dos piores da competição, sendo apenas um template em azul escuro.

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No Grupo B, Inglaterra, Irão, EUA e Gales. Inglaterra consegue finalmente ter alguma novidade no seu segundo equipamento que tem tendência para ser vermelho e quase sempre igual. Este ano, é vermelho, mas com um design algo vintage que resulta muito bem. Já o primeiro, perde claramente para a obra prima que era o equipamento levado ao Euro do ano passado. Ainda assim, aqui, a Nike arriscou e a novidade é um azul claro que se vira nas camisolas Umbro de 1996. Pior estão as outras equipas do grupo. O Irão, vestido pela Majid, não apresenta nada digno de relevo, tendo equipamentos medianos em termos de design. Não se pode criticar nada em especial, nem elogiar. Já os EUA, apresentam um dos piores equipamentos do torneio. A Nike fez um péssimo trabalho com a seleção do seu país. O primeiro equipamento é branco, destaca o escudo do país no centro e apresenta dois swoosh nos braços. Não resulta. Pouco melhor é a versão azul escura. Por fim, o País de Gales. A adidas acertou em quase todos os seus equipamentos e no caso galês, o segundo, predominantemente branco, não foge à regra. A simplicidade é cortada com pormenores vermelhos e verdes debaixo dos braços e na gola. A camisola principal segue a tendência de ter padrões geométricos, não funcionando tão bem como o Japão e México, mas sendo uma camisola sólida.

Qui | 22.09.22

Guivarc’h

Francisco Chaveiro Reis

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Tem um nome curioso e é conhecido sobretudo pelo período entre 1997 e 1998. Stéphane Guivarc’h marcou 37 golos pelo Auxerre e no verão de 1998 foi o camisola 9 da França campeã do mundo. Iniciou a carreira no Brest e prosseguiu no Guingamp onde deu nas vistas em 1994-1995, marcando 23 golos na segunda liga francesa, onde acabaria logo atrás do campeão Marselha. O registo chamou à atenção do lendário Guy Roux e mudou-se para o Auxerre. Marcou apenas 3 golos como suplente de Laslandes mas faria parte de um plantel campeão nacional, com Goma, West, Lamouchi, Martins ou Diomede e vencedor da taça. Mudar-se ia para o Rennes onde marcaria 26 golos e fixar-se-ia no Auxerre na tal época de 1997-1998 na qual fez 37 golos na época, sendo o melhor marcado da liga francesa à frente de Trezeguet e Ikpeba, ambos do Mónaco.

Campeão do mundo, tentou a sorte no Reino Unido. Sem sucesso. 4 jogos e 1 golos pelo Newcastle e 6 golos em 14 jogos pelo Rangers onde venceu a liga e a taça da Escócia. Aos 29 anos regressou ao Auxerre para mais 28 golos em dois anos e ao Guingamp para 1 golo (ao lado de Drogba ou Malouda). Retirou-se aos 31 anos. Por França, jogou 14 vezes, marcando 1 golo (na estreia, num particular contra a África do Sul). Fez 6 jogos no Mundial de 1998 e foi ativamente campeão do Mundo. Mítico.

Qui | 22.09.22

Parabéns, Vitória!

Francisco Chaveiro Reis

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Conhecido comummente como Vitória de Guimarães, o Vitória Sport Club, comemora hoje o seu centenário. Sem muitos títulos no seu palmarés é um clube essencialmente conhecido pela paixão que desperta na cidade e por ter dos adeptos mais fiéis do país. Provavelmente é o quarto clube português em termos de envolvimento com os sócios e adeptos, que quinzenalmente, não enchem, mas compõem de forma muito interessante o Estádio D. Afonso Henriques.

O Vitória conta com 78 participações na primeira divisão, sendo apenas superados pelos Três Grandes. Os momentos altos da sua história são a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e da Taça de Portugal em 2013. Treinado por Geninho e com homens em campo como Neno, Basílio ou Chiquinho Carlos, o Vitória venceu o FCP na Supertaça, por 2-0, com golos de N´Dinga e Décio, na segunda mão, em Guimarães após um nulo no Porto. Em 2013, o segundo momento alto para os vimaranenses: sob o comando de Rui Vitória, 1-2 ao Benfica, no Jamor. Gaitán adiantou os encarnados, mas El Arabi Soudani (hoje no Olympiacos) e Ricardo Pereira (hoje no Leicester) viraram o resultado.

Ao longo dos anos o Vitória teve figuras marcantes. É impossível dissociar o clube de Pimenta Machado, líder polémico entre 1980 e 2004. Nos treinadores, destacaram-se José Maria Pedroto, Marinho Peres, Paulo Autuori, Manuel José, João Alves, Quinito, Manuel Cajuda, Rui Vitóriane Pedro Martins. Também em jogadores, o Vitória acabou por lançar inúmeros craques para carreiras de maior nível como Raphinha que está no Barcelona, após passagens por Sporting, Rennes e Leeds ou Tapsoba, que está no Leverkusen. Vestiram a camisola branca muitos outros como Dimas, Meira, Geromel, Quim Berto, Pedro Barbosa, Paneira, Capucho, Zahovic, Ziad ou Cascavel.

André André, Estupinan, Nuno Assis, Edgar Silva e Paolo Hurtado são os melhores goleadores da história do clube com 37, 28, 28, 26 e 25 golos, respetivamente. Os guarda-redes Douglas (235) e Nilson (223) são os homens com mais jogos pelo clube, seguidos de Flávio Meireles (204); Moreno, atual treinador, que fez 203 partidas e Nuno Assis, com 198 jogos.

No que toca a competições europeias, o Vitória chegou uma vez ao play-off da Liga dos Campeões; esteve 15 vezes na Taça UEFA/Liga Europa, tendo chegado aos quartos de final em 1986-1987; uma vez na Taça das Taças e duas na Taça das Cidades com Feiras.

PS: Entretantom foi eleito o 11 do Centenário: Neno, Ricardo Pereira, Geromel, Tapsoba e Dimas; Mendes, Paneira, Barbosa e N´Dinga; Raphinha e Cascavel.

 

Qua | 21.09.22

Xeka fica em França

Francisco Chaveiro Reis

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Sem contracto até agora, via Xeka como uma excelente opção para o Sporting. Acabou por ser apresentado no Rennes, mantendo-se em França após quatro anos e meio no Lille e meia época no Dijon. Miguel Ângelo da Silva Rocha, de 27 anos, é natural de Paredes e representou Paços de Ferreira, Sporting da Covilhã e Sporting de Braga antes de rumar a França onde venceu um campeonato e uma supertaça pelo Lille.

Qua | 21.09.22

Ginola

Francisco Chaveiro Reis

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Francês bonitão, deu nas vistas no PSG, mas foi no nordeste de Inglaterra que se tonou num jogador mítico. David Ginola quase levou o Newcastle à conquista da Premier League e ofereceu alguns dos momentos mais bonitos dos anos 90 aos fãs ingleses. Estreou-se em 1986-1987 ao serviço do modesto Toulon, onde ficaria três anos, destacando-se sobretudo na última, ajudando o modesto clube a chegar ao quinto lugar da liga francesa. Mudou-se depois para a capital para dois anos no RCF Paris (encontrou por lá, Jorge Plácido, Francescoli, Guerin ou Luis Fernandez). Passou depois por Brest até chegar ao PSG em janeiro de 1992.

Por lá, começou por ajudar a equipa a chegar ao terceiro posto. Na segunda época, completa, festejou a conquista da taça, foi vice-campeão e chegou às meias-finais da Taça UEFA, sendo eliminado pela Juventus. Em 1993-1994, com Weah, Raí, Valdo, Le Guen, Roche ou Lama, foi campeão francês, marcando 18 golos. Chegou às “meias” da Taça das Taças, perdendo com o Arsenal. Fez um último ano no Parc des Princes, vencendo uma taça e uma taça da liga. Em mais um quase, tónico da sua carreira, chegou às “meias” da Liga dos Campeões, sendo eliminado pelo Milan. Seguiu-se Inglaterra.

Em 1995-1996 liderou uma grande equipa do Newcastle, treinada por Kevin Keegan que terminou o campeonato a quatro pontos do Manchester United, tendo estado muito próxima do sonho do título. Ginola era o criativo de uma equipa que contava com Clark, Lee, Gillespie, Ferdinand, Beardsley ou Asprilla. No ano seguinte, já com Shearer, novo vice-campeonato, com o Newcastle a perder para o United, mais uma vez. Seguiu-se o Tottenham, onde Ginola conquistou os adeptos, mas esteve bem mais longe do título de campeão. Com Ferdinad e Fox, que encontrara em Newcastle e outros como Klinsmann, Berti ou Sol Campdbell, ficou três épocas em Londres. Em 1998-1999, venceu a Taça da Liga, após vencer o Leicester por 0-1, em Wembley. Quando Nielsen fez o golo já Ginola estava no banco ao lado do português José Dominguez. Passados os seus melhores anos, Ginola ainda fez ano e meio no Aston Villa e meia época no Everton.

Por França, apenas 17 jogos e 3 golos, não tendo estado em nenhuma grande competição. As chamadas para o Euro 1996 (Cantona também foi riscado da lista) e para o Mundial 1998 não teriam sido descabidas mas o médio ofensivo ficou marcado pela responsabilidade que lhe foi atribuída na não ida de França ao Mundial de 1994.

Ter | 20.09.22

Rafa despede-se da seleção

Francisco Chaveiro Reis

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Rafa Silva renunciou à seleção portuguesa poucos dias após ter sido chamado por Fernando Santos. Alegando questões pessoais, o extremo vai dedicar-se apenas ao Benfica. Pouco utilizado – 25 jogos e 0 golos – fica na história da seleção por ter sido campeão da Europa e vencedor da Liga das Nações, mas, tirando alguns fogachos do seu talento (entrou bem no último Euro, por exemplo), não será uma grande baixa, estranhando-se o timing da decisão e até o destaque mediático que tem tido. Para o seu lugar na atual convocatória, foi chamado Gonçalo Ramos, sendo que outros, como Francisco Trincão podem beneficiar em breve desta vaga ocasional.

Ter | 20.09.22

Papin

Francisco Chaveiro Reis

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Jean-Pierre Papin, hoje com 58 anos, teve uma carreira longa e cheia de golos. Nascido em Boulogne-sur-Mer, estrear-se-ia como sénior pelo INF Vichy, a mais de 600 quilómetros de casa. Jovem avançado de 20 anos, marcaria 13 golos e venceria a quarta divisão francesa. Saltou para o Valenciennes, da segunda, onde fez 15 golos e subiu para o Club Brugge, da Bélgica. Por lá, marcou ainda mais: 25 golos. Venceu a Taça da Bélgica ao lado de Jan Ceulemans ou Marc Degryse e foi vice-campeão. Com tais números, 22 anos e a chamada ao Mundial do México, não admirou que saltasse para o Marselha.

No OM tornou-se numa lenda, com 184 golos em 279 jogos, tornando-se no melhor marcador da história do clube. Os golos ajudaram, e muito, a conquistar títulos: 4 campeonatos e uma taça. Chegou, ainda às meias finais da Taça das Taças de 1988 (eliminado pelo Ajax de Bergkamp), às meias da Liga dos Campeões de 1990 (eliminado pelo Benfica) e à final da Liga dos Campeões de 1991 (derrota com o Estrela Vermelha). O Marselha seria campeão da Europa em 1993, numa altura em que Papin foi suplente da outra equipa finalistas, o Milan…Em Marselha conviveu com nomes como Amoros, Boli, Domergue, Giresse, Tigana, Deschamps, Cantona, Stojkovic, Abedi Pelé, Waddle ou Allofs.

Papin seguiu para San Siro, morada de uma das melhores equipas do mundo de então e de um campeonato central, mais destacado do que o francês. Correu-lhe bem a vida. Na primeira época, 22 golos e a conquista do campeonato e da supertaça, além da chegada à tal final da Liga dos Campeões e às meias-finais da Taça de Itália. Papin tornou-se titular absoluto ao lado de homens como Lentini, Massaro, Eranio, Albertini, Maldini ou Rossi. No ano seguinte, menos golos, “apenas” 11, mas mais títulos: campeonato, supertaça e Liga dos Campeões. Na final, um fabuloso 4-0 ao Barcelona, sem Papin em campo. Acossado por lesões, mudaria de gigante europeu. Em Munique marcou apenas 6 vezes em duas épocas, valendo a passagem pela conquista de uma Taça UEFA e do convívio com nomes como Klinsmann, Sforza, Scholl ou Helmer.

1996-1997 marou o seu regresso a França e à boa forma de goleador. Na estreia pelo Bordéus, com Micoud, Pavon ou Ziani, marcou 18 vezes. No ano seguinte, ficar-se-ia pelos 11 e aos 34 anos, começava a aproximar-se o fim da carreira. Passou pelo Guimgamp, JS Saint-Pierroise (Ilha de Reunião) antes de se retirar aos 40 anos, no modestíssimo US Lège-Cap-Ferret.

Pela seleção francesa entre títulos, fez 54 jogos marcando 30 vezes. Jogou o Mundial de 1986 e o Europeu de 1992 e ajudou a vencer a Kirin Cup, em 1994.