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Visão do Peão

Visão do Peão

Ter | 26.04.22

Divórcio

Francisco Chaveiro Reis

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A corda partiu. Dificilmente Slimani voltará a jogar pelo Sporting após graves divergências com o treinador. Slimani até começou bem, desviando as suspeitas de que fisicamente já não seria jogador para o Sporting e Amorim até lhe abriu as portas do onze mais do que uma vez, colocando-o ao mesmo tempo do que Paulinho. Slimani respondeu com garra e com 4 golos e uma assistência em 12 participações. Agora, parece que treinará à parte até sair no fim da época.

Ruben Amorim será dos primeiros treinadores do Sporting em que confio cegamente. Acredito que Slimani não tenha estado à altura do que lhe é pedido nos treinos e confio no julgamento de Amorim. Claro que, com Slimani, acredito que os últimos jogos poderiam ter sido diferentes, mas não posso deixar de respeitar quem segue os seus princípios.

Fiquei feliz, como grande parte dos sportinguistas, quando Slimani regressou. Corri a comprar uma camisola com o seu nome e não me arrependo. Slimani parece amar o clube e, em campo, dá tudo. Se o divórcio for, como parece, inevitável, o argelino ficará sempre na minha memória pelo que deu ao clube.

Ter | 26.04.22

Ainda não há campeão

Francisco Chaveiro Reis

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Ainda não há campeão. Numa jornada a que o Porto foi a Braga perder a invencibilidade e o Sporting foi golear ao Bessa, os de Sérgio Conceição não festejaram nem no sofá nem no campo. Ricardo Horta, provavelmente o melhor jogador deste campeonato, voltou a marcar e derrotou o provável campeão. Já o Sporting, sem Paulinho e Slimani, venceu 0-3 no Bessa, com golos de Nunes, autogolo de Abascal e penalty de Tabata.

Seg | 25.04.22

Milan respira

Francisco Chaveiro Reis

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Noite épica em Roma. O Milan precisava de vencer a Lázio para se manter na frente da tabela, mas, logo aos quatro minutos, Ciro Immobile, perigo público número um laziale, fez o 1-0. Num campo tradicionalmente difícil, os adeptos do Milan temeram o pior, mas Rafael Leão, um dos melhores em campo, foi levando perigo à baliza da Lázio. Mas, o empate só surgiria na segunda parte, por Giroud. O golo milagroso aconteceu aos 92 minutos, por Sandro Tonali, médio…defensivo. O Milan tem mais um ponto do que o campeão Inter mas, menos um jogo.

Curiosamente, o Inter, a outra equipa de Milão, venceu a Roma por 3-1. E esse foi o resultado que o Milan aplicou à Roma na jornada 20, em que o Inter não pode jogar. Esse Bolonha-Inter acontece amanhã e pode voltar a mudar a classificação, a quatro jornadas do fim.

Na jornada 20, ficaram ainda por jogar-se o Fiorentina-Udinese que pode fazer com que a Fiorentina passe Roma e Lázio e suba ao quinto posto; o Atalanta-Torino que pode fazer com que os de Bérgamo subam dois postos e ainda o Salernitana-Veneza que pode dar continuidade ao bom momento dos de Salerno, que pareciam irremediavelmente relegados mas que podem chegar aos mesmos 28 pontos da primeira equipa acima da linha de água, caso vençam o último classificado.

Seg | 25.04.22

Campeões na Europa

Francisco Chaveiro Reis

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O PSG recuperou o título de campeão, que lhe fugiu na época passada. O empate a uma bola, na receção ao Lens bastou, para mais um título. O momento do jogo foi o grande golo de Messi (apenas o seu nono golo da época). O PSG é campeão a quatro jogos do fim, com 24 vitórias, 6 empates e 4 derrotas. Leva 76 golos marcados e 31 sofridos, sendo o melhor ataque e a melhor defesa. Mbappé é dono e senhor dos golos e assistências. Marcou 22 até agora e ofereceu 14. Este é o décimo título da história do PSG, oitavo nos últimos dez anos.

Seg | 25.04.22

Campeões na Europa

Francisco Chaveiro Reis

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Sem surpresa, o Bayern de Munique é campeão alemão, pela décima vez consecutiva. A vitória por 3-1, ante do Borussia de Dortmund, segundo classificado, garantiu o título, a três jornadas do fim. Até agora, o Bayern leva 24 vitórias, 3 empates e 4 derrotas. Marcou 92 golos e sofreu apenas 30, sendo o melhor ataque e a melhor defesa. O fantástico Lewandowski é o melhor marcador, com 33 golos e Muller, o melhor assistente, com 17 ofertas para golo. Este é o 32.º campeonato conquistado pelo Bayern, muitos mais do que os 9 do Nuremberga; 8 do Dortmund; 6 do Shalke 04 e 6 do Hamburgo. 

Sex | 22.04.22

Jamor negado

Francisco Chaveiro Reis

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Se era difícil ao Sporting vencer no Porto e virar a eliminatória, mais difícil se tornou quando Slimani nem no banco se sentou. A relação do argelino e do treinador estará tensa e Amorim, no fim do jogo, voltou a dar uma bicada ao 9. Sem ele em campo, o Sporting perdeu por 0-1 e não vai ao Jamor. Ninguém sabe como seria com o argelino em campo, mas Paulinho, que tem os seus méritos, voltou a passar ao lado do jogo, não criando uma ocasião de perigo.

O Sporting terminará a época com a conquista da Supertaça e da Taça da Liga. Tendo em conta os últimos quarenta anos, grande parte deles a seco, não é mau, mas, tendo em conta as expetativas que Amorim trouxe com a sua qualidade, é mau. Numa semana, perdeu-se o campeonato (que era difícil) e a Taça (que era difícil) mas pior, parece ter-se perdido a equipa. O Sporting dos últimos dois jogos pareceu entrar derrotado e sem garra, mesmo que a exibição de domingo tenha sido bem mais interessante do que a de ontem.

Teria sido mais fácil perder ontem com Nuno Santos, Sarabia, Edwards e Pote a bombear bolas para Slimani e Coates, tentando até à última. Não aconteceu. É hora de vencer dois jogos e garantir o segundo lugar para preparar a época que aí vem. De preferência com Amorim e sem dúvida, com reforços, em especial na defesa e no ataque onde Toni Martinez, suplente do Porto, parece ter mais instinto de baliza do que todo o ataque leonino.

Sex | 22.04.22

Lukaku não triunfou

Francisco Chaveiro Reis

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Depois de um ano de sonho em Itália, Lukaku não resitiu a voltar à Premier League. Ia reforçar o campeão europeu e estava na melhor forma da sua vida. O que poderia correr mal? Meses depois, o Inter, com o veterano Dzeko a fazer as vezes do belga, está na luta pelo bicampeonato e na final da Taça e Lukaku é suplente do contestado Werner, levando apenas 12 golos na época, apenas 6 na Premier League.

Jogador mais caro da história do Chelsea, Lukaku tem até ao fim da época para convencer Tuchel e os adeptos, sendo que o treinador já deu conta que ainda acredita no avançado, como aliás continuou a acreditar em Werner, “patinho feio” da equipa, que voltou recentemente aos golos. Uma coisa, é certa, Lukaku é um dos melhores avançados do mundo e se se encontrar será um dos melhores da Premier League.

Adolescente maravilha, deu nas vistas no Anderlecht, aos 16 anos. Depois de 40 golos na Bélgica chegou, pela primeira vez, ao Chelsea em 2011-2012. Não convenceu totalmente e só se fez goleador em Inglaterra com as camisolas de WBA e Everton. Estrela em Liverpool, regressou à ribalta, transferindo-se para o Manchester United. Marcou 42 vezes em duas épocas, mas deixou a melhor liga do mundo, seduzido pelo apelo do projeto do Inter de Antonio Conte.

Em Itália, teve impacto imediato. À primeira, 34 golos e 6 assistências. À segunda, foi campeão e marcou 30 vezes e ofereceu 11 golos. Não admira que o belga já tenha manifestado vontade de regressar a Milão, mas o investimento feito pelo Chelsea, de mais de 100 milhões não facilita o negócio. Caso não fique, poderão abrir-se outros destinos. É que Lukaku ficaria bem nos ataques de Bayern (vai perder Lewandowski), PSG (vai perder Mbappé) ou Barcelona (precisa de uma estrela).

Qui | 21.04.22

Sporting vai ao Dragão

Francisco Chaveiro Reis

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O Sporting não acabará a época em “seco”. Será, pelo menos, o vencedor da Supertaça e da Taça da Liga. Mas, ainda pode vencer a Taça de Portugal e esse é o grande objetivo do clube para a reta final da época, partindo do princípio de que o segundo lugar já não foge. O Sporting volta ao Dragão depois de lá ter empatado em fevereiro, num jogo marcado pela polémica dentro e fora de campo. Para chegar à final, o Sporting tem que anular o 1-2 da primeira mão.

O FCP, em vias de ser campeão, não quererá facilitar, mas não contará com Pepe, líder da equipa, castigado e possivelmente, nem com Uribe, lesionado. Marchesín deve avançar para a baliza, mas nem por isso o Porto estará mais fraco. Objetivamente, a vantagem do Sporting será a de querer mais vencer a Taça do que o adversário. Estará na atitude a grande diferença entre as equipas mesmo que o Sporting já se tenha mostrado superior no confronto direto. Aliás, até na primeira mão deu a sensação de dominar e ser favorito.

Amorim apostará em Adán na baliza e na defesa é previsível que avance o melhor trio: Inácio, Coates e Reis. Nas alas, há que atacar e Porro e Santos devem ser responsáveis por fazer as alas. No centro, Nunes está certo e não admira que Ugarte avance para o lugar de Palhinha. No ataque, com Pote em baixo de forma, não admira que Edwards se junte a Sarabia nas alas. Gostaria de ver Slimani de início, a fechar o 11.

No Porto, Marche será o guarda-redes e previsivelmente serão João Mário, Mbemba, Cardoso e Zaidu a fazer a defesa. Otávio, Grujic, Vitinha e Pepê; Vieira e Taremi devem completar o 11, sempre com Evanilson sem sentido.

Qui | 21.04.22

United Ten Hag

Francisco Chaveiro Reis

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Alex Ferguson deixou o comando técnico do Manchester United em 2013. Saiu com um currículo invejável: 13 Premier League, 5 FA Cups, 4 Taças da Liga, 10 Supertaças de Inglaterra, 2 Ligas dos Campeões, 2 Supertaças Europeias, 1 Taça Intercontinental e um Mundial de Clubes. Fergunson fez sempre o balanço entre jovens formados no clube, como Gary e Phil Neville, Beckham, Scholes, Butt ou Giggs e contratações mais ou menos sonantes, que resultaram em cheio, como Schmeichel, Vidic, Ferdinand, Stam, Keane, Van Nistelrooy, Yorke ou Cole. Quando o escocês deixou o clube, pensava-se que teria no compatriota David Moyes, um sucessor à altura. Mas Moyes foi apenas o primeiro de uma lista de falhanços no banco do United, que foram transformando o plantel num amontado de jogadores demasiado caros para o rendimento apresentado.

Desde a saída de Ferguson, o United venceu apenas uma Liga Europa (Mourinho); uma FA Cup (Van Gaal), uma Taça da Liga (Mourinho) e uma Supertaça (Mourinho). Ao mesmo tempo, City, Chelsea e Liverpool dispararam com conquistas internas e externas. Até o Arsenal, desde 2013, conseguiu 8 títulos, 4 FA Cups e 4 Supertaças. Até o Leicester, conseguiu uma Premier League.

Moyes orientou o United em 51 jogos e alcançou 27 vitórias. Seguiu-se Ryan Giggs, lenda dentro de campo que fez a transição para Van Gaal. O holandês quis construir uma equipa de futuro, gastando rios de dinheiro em jogadores como Martial, Depay, Zaha, Di Maria, Herrera, Blind ou Rojo, mas nenhum se deu particularmente bem. Seguiu-se Mourinho, que acabou por vencer três títulos antes de ser despedido, por jogar mau futebol. Contratações sonantes como Lukaku, Ibrahimovic ou Pogba também não devolveram a glória ao United. Seguiu-se a aposta em Solskajer, com ligação a Ferguson, já que foi a sua arma secreta goleadora, quase toda a sua carreira, mas os muitos milhões – Fred, Maguire ou Bissaka – voltaram a servir de pouco. Nos últimos anos, a contratação de Bruno Fernandes, com impacto positivo imediato terá sido daquelas (poucas) que teriam recebido o OK de Sir Alex.

Sem ter um projeto definido e um modelo de jogo próprio, o United tem gasto demasiado milhões em jogadores que não rendem e tem vindo a perder a sua cultura de vitória. É fácil olhar para o plantel de hoje e ver que Lindeloff, Bailly, Jones, McTominay, Matic ou Telles não teriam lugar nas equipas que correm pelo título inglês. Mas, também seria difícil que as estrelas desses clubes brilhassem em Manchester, com esta confusão.

Ralf Rangnick é o atual técnico, desde sempre pensado como a prazo. O seu papel será, a partir do verão, o de ser diretor desportivo, ou seja, pensar a estrutura e programar melhor o plantel. Erik ten Hag, holandês de 52 anos, parece se o senhor que se segue. Já mostrou no Ajax europeu que sabe o que faz e que pode fazer muito com pouco, mesmo que o pouco seja a fabulosa escola do clube. Com 5 anos no maior clube holandês e experiência na equipa B do Bayern, pode ser uma boa opção e o seu futebol bonito e de ataque, pode devolver o orgulho aos adeptos do United.

Mas qualquer treinador precisará de algum tempo e de uma revolução no plantel. Cavani, Pogba, Lingard, Mata ou Matic estão em fim de contrato e devem mesmo sair. Não admira que haja abertura para negociar suplentes como Henderson, Jones ou Bailly. Não será comportável fazer uma remodelação tão profunda como necessário, mas cerca de dez caras novas devem chegar a Manchester.

A acreditar que o treinador mantem o 4-3-3 que utiliza no Ajax, pensemos num possível plantel. É de crer que De Gea, um dos melhores do mundo e já com história no clube, se mantenha e seja uma das pedras basilares do novo projeto. Aos 30 anos, tem muitos pela frente e mesmo que pense em regressar a casa, Real, Atlético e Barcelona estão muito bem servidos. Heaton deve manter-se e o United terá que contratar um segundo guarda-redes para o lugar de Henderson, que tem mercado. Aqui, não deve gastar muito. Butland (Palace) seria uma boa opção.

No centro da defesa, Varane parece ser o único acima da média e sua experiência no Real e França e deve receber um novo companheiro. É possível que se mantenha Lindeloff e mais um, talvez um dos jovens emprestados, Tuanzebe ou Mengi e que homens como Jones e Bailly saiam à melhor oferta. Maguire, altamente criticado, pode sair, mesmo que o United nunca venha a receber sequer metade do que por ele pagou. Aqui, não me admiraria que Tem Hag gostasse de contar com De Ligt, jovem, mas com experiência e sem estar no seu melhor na Juventus. Opções mais em conta seriam NDicka (Frankfurt), Konsa (Aston Villa) ou Tomori (Milan).

Nas alas, Bissaka e Shaw têm qualidade e podem dar muito à equipa. Laird, emprestado e Telles, num quadro de poupança podem render e salvar fundos para outras posições. Uma delas, seria a de 6, onde Rice seria uma grande mais valia mas seria uma contratação economicamente estratosférica. O mesmo seria o caso de Jude Bellingham que, mais jovem seria ainda mais caro. Mas o United já mostrou que quando quer, dinheiro arranja-se. É natural que Hag possa trazer alguém do Ajax e pensando numa dupla de médios, salta desde logo o nome de Ryan Gravenberch, de 19 anos, que pode ser 6 ou 8 e tem capacidade técnica e física para jogar na Premier League. Neste quadro, Fred e McTominay assumem-se como opções B. Para atacar, Fernandes é candidato a ter um papel ainda de maior destaque como médio de ataque. Na lógica do nem tudo se muda numa janela e na poupança para outros alvos, o seu suplente deve ser um jovem das escolas, como Hannibal.

Para o ataque, espera-se um avançado e dois extremos. Para as laterais, há Sancho, virtuoso e Rashford, que parece ter por onde explodir. Pelo menos mais um, chegará. Pensando no atual clube, Antony seria opção a ter em conta. Recuperar o Dembelé de Barcelona ou apostar numa das estrelas ascendentes da Premier como Bowen seriam boas soluções. E, depois, há jovens para potenciar, como Shoretire ou Elanga. No ataque, a dúvida maior é a continuidade de Ronaldo. O português caminha para o fim da carreira e poderá não ter vontade de experimentar mais um treinador e ter uma época em branco. Irregular, entre jogos pouco conseguidos e hat-tricks, pode também não agradar ao treinador. A meu ver, não continua e para o seu lugar e de Cavani, devem chegar dois homens. Um mais móvel, que até pode ser extremo, se necessário. Para este perfil, o meu escolhido seria Richarlison. Está habituado à liga e mostra qualidade e compromisso. Dentro do universo de primeira, não é uma opção demasiado cara. Depois, sobretudo se sair Ronaldo, fará falta uma estrela goleadora. Kane, estrela do Tottenham e de Inglaterra, seria uma fantástica opção, capaz de levar o United a outro nível. Partindo do princípio de que Haaland só se muda para Madrid ou para o City, poucos, além de Kane seriam boas opções. Talvez Lautaro, fosse a segunda melhor opção.

Assim, teríamos um plantel mais ou menos assim: De Gea, Heaton e Butland; Varane, De Ligt, Lindeloff e Tuanzebe; Bissaka, Laird, Shaw e Telles; Rice, Fred, McTominay, Gravenberch, Hannibal e Fernandes; Rashford, Sancho, Shoretire, Elanga e Antony; Richarlison e Kane.

Curiosamente, o Transfermarkt apontava ontem um 11 muito diferente daquele que eu sugiro: De Gea, Timber, Akanji, Rudiger e Shaw; Nkunku, Laimer e Fernandes; Sancho, Ronaldo e Darwin.