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Visão do Peão

Visão do Peão

Antunes

31.07.20

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Sempre tive simpatia por Vitorino Antunes e por diversas vezes o quis ver de verde e branco. Aos 33 anos, parece que vai chegar a hora. Em fim de carreira e com histórico de lesões, Antunes não é homem de fazer o lado esquerdo todo, muito menos quando desponta Nuno Mendes, que duvido que fique em Alvalade para além de 2020-2021. Se o entendimento de Amorim e Viana é colocar Antunes como terceiro central para o lado esquerdo, como tem jogado Acuña, a ideia é boa. A defesa ganha experiência e a equipa ganha um marcador de bolas paradas de excelência. Antunes é a par de Adán, Feddal e Porro dado como fechado. Claro que os adeptos, mesmo sabendo do estado das finanças leoninas, querem mais e melhor.

 

O caso Joelson

31.07.20

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Joelson Fernandes deverá deixar o Sporting. Entre tê-lo mais um ano e vê-lo sair a custo zero e ganhar cerca de 20 milhões por um miúdo promissor mas que factualmente, não sabe o que vai dar, a segunda hipótese é a mais atrativa, sobretudo para um clube com dificuldades financeiras. 

É natural que clubes como Arsenal fascinem um miúdo que acaba de fazer 17 anos mas olhando para outros casos que saíram demasiado cedo, esta poderá não ser a melhor opção para o extremo, que tem tudo para renovar e se assumir como titular, fintando Plata. 

Já o Sporting pode perder um dos seus ativos de maior futuro, sendo que há outros extremos de qualidade à espreita. Quem tem mais a perder, parece mesmo ser o jogador.

Rumor do dia: Yairo

28.07.20

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Yairo Moreno, lateral colombiano de 25 anos que milita no León (México), está a ser associado ao Sporting. O último defesa esquerdo colombiano que veio do México - Borja - não encheu as medidas e Yairo, desconhecido na Europa, tem o seu passe avaliado em 6 milhões. Com Antunes e Mendes e sem Borja e Acuña terem sido vendidos, é um negócio pouco provável.

Dança de treinadores

28.07.20

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O FC Porto é dos poucos clubes que mantém o treinador para a próxima época. De resto, uma razia quase completa. O segundo, Benfica, após ter tido Bruno Lage, acabou a época com Veríssimo e vai contar, já se sabe, com Jorge Jesus. O terceiro, Braga, depois de ter tido Sá Pinto, Ruben Amorim e Custódio, acabou a época com Artur Jorge. Carlos Carvalhal, após excelente trabalho no Rio Ave e uma suposta recusa ao Flamengo, é o novo timoneiro.

O quarto, Sporting, teve Keizer, Leonel Pontes e Silas. Ruben Amorim, que acabou a época, continua em 2020-2021. Em Vila do Conde, mora o primeiro ponto de interrogação. Sá Pinto é nome apontado ao Rio Ave. Logo a seguir, o Famalicão, até parecia que ia perder João Pedro Sousa para o Braga, mas a escolha foi outra. Por enquanto, há treinador. Em Guimarães, Ivo Vieira não renova depois de falhar a Europa e Mário Silva, antigo jogador de Boavista e FCP e treinador das camadas jovens do FCP e do suposto novo rico, Almeria, é o favorito. Ali ao lado em Moreira de Cónegos, espera-se que Ricardo Soares se mantenha, ele que rendeu Vítor Campelos já no decorrer da época.

Nos Açores, João Henriques fez toda a época, mas não segue para a próxima. Daniel Ramos, com vasta experiência, deve ser o próximo timoneiro. Chegamos, pois, ao 10.º classificado, Gil Vivente, que não conseguiu segurar Vítor Oliveira, seguido pelo Portimonense. Ainda não há que o substitua. Voltando às ilhas, desta vez a outro arquipélago, temos o Marítimo, em época menos. Nuno Manta Santos acabou a época no Aves e José Gomes, que o rendeu já está em Espanha para, depois de Pedro Emanuel e Mário Silva, orientar o Almeria. Lá pelo Bessa, começou Lito Vidigal que acabou em Setúbal e acabou Daniel Ramos, o tal que vai para o Santa Clara. Quem treina a Pantera, não se sabe ainda.

Em Paços de Ferreira, onde começou Filipe Rocha, está Pepa, que se deve manter mesmo que já comece a reclamar oportunidade uns degraus acima. Tondela e Belenenses devem manter Natxo e Petit, que os mantiveram na primeira. Recorde-se que a Belenenses SAD tinha tido Silas e Jorge Ribeiro antes do antigo médio se juntar ao projeto. Lá para baixo, Lito conseguiu salvar o Setúbal, mas parece que é Renato Paiva, do Benfica B, o desejado para o lugar. Não é de admirar que Lito ocupe um dos lugares vagos. Nos que sobem, Luís Freire mantem-se no Nacional e Sérgio Vieira, no Farense.

Fim da Liga. Venha outra

27.07.20

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Terminou a liga portuguesa, versão 2019-2020. Devido à pandemia, durou quase um ano e viu-se um campeonato antes e depois da pausa. O Benfica de Lage, à beira de se tornar bicampeão, acabou em desgraça e o jovem treinador nem acabou a época. Aproveitou o Porto, mesmo que tenha soluçado também, no campeonato da nova normalidade. Sem nova normalidade, os dois primeiros lugares foram entregues às equipas mais dominadoras das últimas épocas. Sem orçamento nem talento, o Sporting luta (e desta vez, perdeu), com o Braga pelo terceiro lugar).

 

Golos e mais golos

Ninguém chegou sequer aos 20 golos, numa liga que não é das mais fortes. Os avançados, sobretudo, os dos Grandes já não são o que eram. Mas dos três homens que marcaram 18 golos, dois são do Benfica. Pizzi, que começou a época a dar uma de Bruno Fernandes, foi o médio goleador da época. Carlos Vinícius, justificou o investimento, mesmo que cada golo tenha custado cerca de 1 milhão de euros. Taremi, herói iraniano, foi o trunfo do Rio Ave. Nota para Paulinho, avançado português, que marcou 17 vezes. Fábio Abreu, avançado português do Moreirense, completa um top-5 onde não há espaço para um jogador do campeão, nem para um do Sporting. Nas assistências, Pizzi foi dono e senhor. 14 passes para golo.

 

Na CEE

O Braga vai jogar a Liga Europa e Sporting e Rio Ave vão tentar juntar-se, mais tarde. Na luta pela Europa, ganhou o Rio Ave de Carlos Carvalhal, que jogou muito bom futebol e contou com um dos heróis do campeonato. Taremi deixou o Irão onde ganhava muito mais e era adorado por milhões de fãs para se fixar em Vila do Conde. Melhor marcador do campeonato, tem agora a possibilidade de escolher em qual dos Grandes quer jogar. O Sporting tentou-o logo em janeiro, mas agora parece ser o Benfica que está mais perto de o levar. O Rio Ave roubou, à última, o lugar europeu à sensação Famalicão. Vindo da segunda divisão, contratou um antigo adjunto de Marco Silva e uma série de jovens promissores – Gustavo Assunção, Racic, Guga ou Pote. Juntou-lhe Fábio Martins e Tony Martinez e arriscou o pódio. O sexto posto é, ainda assim, sinal claro de grande época. A desilusão foi o Guimarães, mais por mérito da concorrência e o Marítimo, por seu claro demérito.

 

Olá, segunda

Portimão e Vila das Aves vão ver, na próxima época, jogos de segunda. São duas surpresas. Em Portimão, há um investidor e jogadores de grande qualidade individual como Tabata, Jackson, Boa Morte sobrinho, dois Lucas ou um japonês na baliza, Gonda. Não chegou. Já o Aves, vencedor da Taça de Portugal há dois anos e com um plantel de alguma qualidade, que até teve um Zidane até janeiro, prometia mais. Para descer, o Gil Vicente regressado e retalhado parecia candidato maior não só à descida, mas como ao último lugar. Mas, com a ajuda de Ruben Fernandes, Kraev, Ruben Ribeiro, Sandro Lima ou do regressado Hugo Vieira, acabou por ficar num confortável 10.º lugar, à frente de equipas como Marítimo ou Boavista. E a jogar bem.

 

 

O onze

Na baliza, Marchesin, guarda-redes campeão, foi o melhor da liga. Na defesa, três homens, que queremos é ver avançados. Mbemba livrou-se da fama de coxo e fez grande época. Ruben Dias, na época em que Ferro se foi abaixo, continuou a brilhar mesmo que nem sempre e completa-se o trio com Alex Telles, defesa/assistente de luxo e que nem mais um ano deve ficar. No meio ainda cabe Bruno Fernandes, que em meio ano fez mais do que quase todos os outros num ano. Pizzi não podia faltar e o miolo recebe ainda Sérgio Oliveira, jogador refinado e com garra à Porto e ainda Ricardo Horta, pensador e catalisador do Braga. Na frente, os goleadores Carlos Vinícius, Paulinho e Taremi.

Nas revelações, a baliza é de Max, que começou como suplente e acaba a época cobiçado. Na defesa, dois meninos com a maturidade dos craques: Quaresma e Mendes tudo fizeram para combater a depressão leonina. Mais feliz estará David Carmo, central do Braga, a caminho do Milan. O búlgaro Kraev, emprestado ao Gil por um clube dinamarquês de meio da tabela, bem que podia estender a sua estadia por cá. De Famalicão chegam mais dois para as revelações da liga. Racic e Gustavo Assunção foram estrelas da liga. Acaba o meio com um extremo: Jovane. Só Ruben tirou tanto dele. Parece que até ia ser emprestado. No ataque, Fábio Abreu, por marcar 13 golos por uma equipa mais pequena. Nuno Santos, extremo do Rio Ave, já andava na liga, mas só esta época explodiu. E falta um avançado. Chiquinho, que parecia daqueles que nunca sequer jogaria pelo Benfica, foi o mais perto de um João Félix que por ali andou.

 

O pior

O pior do ano foi a pandemia e a longa pausa. O resto, é crónico: maus e barulhentos dirigentes; máxima hipocrisia na análise às arbitragens com virgens ofendidas e lobos maus a trocar de lugar conforme o penalti e claro,  clubes a viver acima das suas possibilidades que hipotecam o seu futuro.

Rumor do dia: Jason para as alas

27.07.20

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Antunes estará quase certo no Sporting e hoje surge a notícia que um antigo companheiro seu do Getafe se lhe pode juntar em Lisboa. Jason Remeseiro, extremo que atua na equipa dos arredores de Madrid depois de uma carreira de saltibanco - Valência, Levante, Albacete, Villareal, Ferrol ou Deportivo - somou 25 jogos e 1 golo esta época. Não é um reforço que entusiasme.

Desastre

27.07.20

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A primeira época totalmente planeada pela dupla Frederico Varandas – Hugo Viana, foi um desastre. Quarto lugar, eliminações humilhantes na Taça de Portugal e na Liga Europa e queda nas meias da Taça da Liga. O Sporting perdeu os quatro jogos com os rivais históricos e somou o maior número de sempre de derrotas. Marcou apenas 49 golos (menos do FCP, Benfica, Braga, Famalicão e Guimarães). Aliás, não se avista ninguém do Sporting na lista dos melhores marcadores do campeonato sendo que Bruno Fernandes, saído em janeiro, foi o melhor marcador da equipa.

A época começou com uma vergonhosa goleada sofrida na Supertaça e acabou com uma derrota, diante do mesmo adversário que atirou o Sporting para o quarto lugar. Pela primeira vez, em sete anos, o Sporting não ficou no pódio. É altura de lembrar que Marcel Keizer, primeira grande aposta de Varandas, começou a época, mas foi despedido sem que existisse alternativa. Leonel Pontes deixou a vitoriosa equipa de sub-23 para falhar na primeira equipa, regressando à base para uma equipa que nunca mais foi a mesma. Veio Silas, sem curso completo para falhar redondamente e por fim, veio Amorim, por quem pagaremos 12 milhões, que foi o melhor da época. Sabe comunicar, mudou a dinâmica da equipa e apostou na formação. Mas não chegou.

Nesta altura, o Sporting está mais perto de ser concorrente do Sporting de Braga (a quem oferece dinheiro e jogadores sucessivamente) na luta pelo terceiro lugar do que ser um candidato sério ao título. Em termos pontuais, o clube ficou a 22 pontos do campeão e a 17 do segundo, já depois de ter tido um bom (melhor, vá…) período pós pandemia.

A época foi um desastre, mas o pior está para vir. A época que se avizinha será mais dura. O Braga terá mais dinheiro, muito do qual oferecido pelo Sporting e sobretudo, o Sporting continua a ser gerido pela mesma equipa que despachou Raphinha e Dost para manter Fernandes, que sairia meses depois; que ofereceu Mama Baldé e 5 milhões por Rosier; que foi buscar, em cima do joelho, Bolasie, Jesé e Fernando e que fez um plantel dos mais fracos que há memória. É obra.

Sem que fonte oficial do clube tenha ainda vindo a público, o desnorte é palpável e novo desastre, expectável.

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