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Visão do Peão

Visão do Peão

Dom | 08.03.20

A primeira vitória de Amorim

Francisco Chaveiro Reis

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Na estreia de Amorim, o Sporting venceu por 2-0. É certo que o fez ante do último classificado, numa exibição sem brilho e que só marcou o 1-0 muito depois do Aves estar a jogar com 9, após duas expulsões. Mas o facto, é que venceu e de vitórias é o que o Sporting mais precisa neste momento. Com estes três pontos, o Sporting fica a quatro do Braga, na luta pelo terceiro lugar. Com apenas dois dias de trabalho, Amorim não podia fazer muito e ainda assim, fez mais do que eu esperava, apostando desde logo no "seu" 3-4-3 com Max; Ilori, Coates e Mathieu; Ristovski, Battaglia, Wendel e Acuña; Plata, Sporar e Vietto. Com a expulsão de dois jogadores, Amorim retirou desde logo Ristovski, para colocar Jovane e ao intervalo, retirou Mathieu, para colocar Geraldes, naquilo que parecia um treino ofensivo. Rosier também somou minutos, ante cerca de 26 mil pessoas. Sporar desbloqueou, de cabeça, o jogo e, Vietto, de penalty, fez o 2-0 final.

Dom | 08.03.20

Craques da bola, 41

Francisco Chaveiro Reis

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Aos 51 anos, Oliver Bierhoff é diretor desportivo da seleção alemã. Para trás, deixou uma carreira plena de golos e títulos, por vários clubes e pela equipa nacional, à qual “deu” o Euro 1996.

Oliver estrou-se como sénior no seu país natal onde marcou apenas 10 golos, entre 1986 e 1990, ao serviço de Bayer Uerdingen, Hamburgo e Borussia Mönchengladbach. Não mais voltaria e seria no estrangeiro, principalmente em Itália que o seu génio goleador se revelaria. Começou a dar nas vistas na Áustria, com 23 golos em 32 jogos pelo Austria Salzburgo e transferiu-se para o Ascoli.

Depois de 2 golos na época de estreia, na segunda, marcou 20. Seguiram-se mais 17 e mais 9, antes de subir um pouco na hierarquia do Calcio e juntar-se à Udinese, aos 28 anos. Marcou 17 golos e foi chamado à seleção. Já campeão da Europa, teve que passar mais duas épocas em Udine, marcando mais 44 golos. Só em 1998, chegou ao Milan, o maior clube que representou.

Aterrou em San Siro já com a experiência dos 30 anos e com a concorrência de Weah e Ganz, marcou 22 golos e foi campeão. Seria o seu único título por um clube e o segundo e último da sua carreira. Ficou mais duas épocas em Milão, marcando mais 23 golos e convivendo com craques como Maldini, Costacurta, Albertini, Boban ou Leonardo.

Ainda passou um ano (4 golos) no Mónaco, treinado por Deschamps e ao lado de Simone, Nonda, Giuly, Răducioiu ou Jugovic mas regressou a Itália, para acabar a carreira no Chievo, com 7 golos e com o clube de Verona a ficar na sétima posição.

Pela sua seleção, 70 jogos (só começou a ser chamado em 1996) e 37 golos. O mais famoso foi no prolongamento da final do Euro 1996, em Wembley, o golo da vitória contra a República Checa. Este ainda no Euro 2000 e nos Mundiais de 1998 e 2002.

Sab | 07.03.20

Craques da bola, 40

Francisco Chaveiro Reis

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Nwankwo Kanu, hoje com 42 anos, é um dos jogadores que mais apreciei quando estava a crescer. Alto e aparentemente desengonçado, o nigeriano não aparentava ser uma máquina goleadora, cheia de técnica. Kanu deu nas vistas no Mundial de sub-17 no Japão, que a sua seleção venceu. Kanu, ao lado de Babayaro e Babangida, marcou 5 golos em 6 jogos (ainda assim ficou atrás do compatriota Wilson Oruma, com 6) e saltou para o Ajax. Em 1993-1994, estreou-se na equipa principal, marcando 2 golos em 6 aparições. Na época seguinte, jogou mais e esteve na equipa que venceu a Liga dos Campeões, com uma multidão de estrelas: Kluivert, Litmanen, irmãos De Boer, Blind, Van der Sar e muito mais.

 

Com três campeonatos holandês no palmarés, Kanu ganhou uma transferência para Itália. Antes de chegar a Milão, fez 6 jogos pela sua seleção, marcando 3 golos e sagrando-se campeão olímpico. No entanto, só jogaria pelo Inter um ano depois. Um problema no coração, obrigou a uma operação e a um período de convalescença. A experiência marcou o avançado que até criou a Kanu Heart Foundation, para apoiar crianças africanas. Com poucos jogos (18) e apenas 1 golo pelo Inter, Kanu mudou-se para o Arsenal, para começar de novo.

 

Resultou em pleno. Em Inglaterra, voltou a ser um goleador e a jogar com regularidade. Em cinco épocas e meia, marcou 44 golos em 198 partidas, tendo ajudado o clube a vencer dois campeonatos, três taças e três supertaças. Eram os tempos de Henry, Bergkamp, Ljungberg, Vieira ou Pires e ainda eram os de Seaman ou Adams. Em 2004, Kanu, frequentemente suplente, muda de vida e segue para o WBA. A equipa tem muito menos ambições, mas o avançado joga mais. Em duas épocas, marca 9 vezes em quase 60 jogos.

 

Segue-se o Portsmouth, onde fica até se retirar. De 2006 a 2011, joga pelos Pompey, marcando 28 vezes em 166 partidas. Em 2007-2008, ajuda a equipa a vencer a Taça de Inglaterra. Numa equipa que contava com Pedro Mendes, Lass Diarra, Sulley Muntari ou Sol Campbell, Kanu era a estrela e claro, o golo da vitória, foi dele.

Sex | 06.03.20

Custódio

Francisco Chaveiro Reis

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Custódio Castro é o novo treinador do Braga. Também ele sem formação para ser treinador principal, transita da equipa de sub-17 para o lugar até agora ocupado por Ruben Amorim, que transita para o mesmo Sporting, onde Custódio se formou. Natural de Guimarães, mudou-se para Lisboa em 1999 para jogar pelo Sporting, juntamente com Ronaldo, Quaresma, Lourenço, Marinho, Hugo Viana ou Miguel Garcia. Estrear-se-ia pelo Sporting aos 21 anos, na época em que o clube foi campeão pela última vez (tem ainda duas Taças de Portugal no currículo). Usando a camisola número 27, fez belas épocas em Alvalade, ao lado de homens como Fábio Rochemback, Carlos Martins ou João Moutinho. Deixou Alvalade em 2007, com 122 jogos e 8 golos pelo Sporting, tendo chegado a ser capitão. Depois de 16 jogos na liga russa pelo Dinamo de Moscovo, regressou a Portugal e ao Minho. Primeiro, passou pelo Vitória SC, onde já tinha passado nas camadas jovens e, depois, no Braga, numa troca direta com direito a polémica regional. Por lá, venceu uma Taça da Liga e tal como no Sporting, perdeu uma final da Taça UEFA. Acabou a carreira na Turquia.

Sex | 06.03.20

A outra estrela de inverno do United

Francisco Chaveiro Reis

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Bruno Fernandes é a nova e incontestada estrela do Manchester United mas não chegou sozinho, no mercado de janeiro. O nigeriano Odion Ighalo, nigeriano que estava na liga chinesa, chegou a Old Trafford mas não teve entrada direta no onze, até porque teve que cumprir um período de quarentena. Mas assim que começou a jogar, mostrou ao que vinha. Fez ontem a sua sexta aparição e o seu terceiro golo, com uma bela média de 1 golo a cada 2 jogos. E não soma assim tantos minutos.

Qui | 05.03.20

Pontapé de saída

Francisco Chaveiro Reis

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"O meu foco é defender esta casa, como defendi o Casa Pia, como defendi o SC Braga, o meu empenho será igual. Sei a grandeza deste clube e não venho para aqui esconder o meu passado. O meu foco é defender estas cores e ninguém aqui quer mais ganhar como eu. Acredito que todos juntos vamos conseguir boas coisas no Sporting"

Qua | 04.03.20

Está tudo errado na escolha de Ruben

Francisco Chaveiro Reis

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Ruben Amorim foi um jogador de primeira divisão com passagens pela seleção. Acabou a carreira e quis ser treinador. Começou pelo Casa Pia, teve por lá problemas que vão para além da sua competência e terá recusado o Benfica B (assumiu-se publicamente benfiquista, algo que será lembrado assim que perder um jogo) para treinar o Braga B, onde rapidamente chegou à primeira equipa. Teve no Braga, um efeito Keizer. Mudou o esquema tático e a mentalidade e o Braga desatou a marcar, a jogar bem e a vencer jogos. Em poucas semanas venceu os três grandes e conquistou a Taça da Liga. Ruben parece ser treinador de futuro, corajoso e que sabe comunicar. Posto isto, parece-me estar tudo errado com esta escolha.

O timing é mau. O Sporting está a uma derrota da sua pior época de sempre. É provável que em onze jogos, Amorim perca pelo menos um e fique na história como o homem que estava à frente da equipa nesse recorde negativo. Além disso, mesmo podendo apostar em jovens e mudar o esquema, a verdade é que herdará, como Silas, um plantel miserável. Não há milagres. Com Doumbias, Jesés e Borjas, nem Klopp. Além disso, até agora, mais de 16 horas depois das palavras de Silas, não sabemos oficialmente de nenhuma saída ou entrada.

O custo é incomportável. Não sabemos ainda detalhes, mas Amorim será caro. Será o treinador mais caro de sempre do futebol português, superando Jorge Jesus. Na pior das hipóteses, custará 10 milhões de euros. O mesmo, sensivelmente, que Bruno Fernandes ou Bas Dost. 10 milhões são uma fortuna para o Sporting, sobretudo à luz de eventos recentes. Recebendo cerca de 35 por Bruno, o Sporting gastou apenas 6 em Sporar e antes até da venda do capitão. No restante mercado, mesmo com um plantel fraco, não gastou 1 milhão. Mas gasta agora, um terço do que recebeu, num treinador. No verão, vendeu-se o melhor goleador da equipa por cerca de 7. A bem da poupança. Com Bas Dost por cá, o que teria sido a época? Já sem falar de Nani, Montero ou Raphinha. A outra hipótese é a cedência de passes de jogadores. Palhinha, Dala e Ivanildo foram falados e felizmente, ao que parece, recusados. Em qualquer cenário, encheremos mais uma vez os cofres de Braga, depois de já termos contratado vários jogadores que não vingaram em Lisboa, ou termos emprestado ou oferecido outros, como Palhinha, Esgaio ou Wilson, que perante os últimos planteis, teriam sido muito úteis em Alvalade. 

A formação- Ruben ainda tem menos formação do que Silas e não poderá sequer levantar-se do banco. Isto num clube que promove a formação também fora do campo e prepara os seus talentos para a hipótese de uma vida que não a de profissional de futebol. No próximo ano, a ASAE toma conta desta fiscalização e há sempre a possibilidade desta aposta ir pelo cano abaixo. 

A estrutura – O último e mais importante ponto é a estrutura de futebol, que não serve para o Sporting. Esta foi a única época preparada pelos escolhidos de Varandas e vai ser a pior de sempre. São factos. Não é o treinador que vai resolver tudo, por muito bom ou caro que seja. Faltam pessoas experientes que saibam gerir o futebol, contratar bem, apostar na formação e fazer negócio, conforme fazem os rivais e o Braga. Até o Guimarães parece ter uma estratégia desportiva, com atenção ao lucro (Raphinha e Tapsoba). No Sporting, tem havido navegação à vista com a contratação de Keizer e Silas e a promoção fugaz de Tiago Fernandes e Leonel Pontes.

Qua | 04.03.20

Bateu no fundo

Francisco Chaveiro Reis

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Foi Silas a anunciar o seu sucessor. Mais de doze horas depois, o Sporting nada disse. Em organização e comunicação, o Sporting bateu no fundo.

Ter | 03.03.20

Neto dixit

Francisco Chaveiro Reis