![mw-860.jpg mw-860.jpg]()
O mundo do futebol terá poucas figuras mais interessantes do que André Villas Boas, atual treinador do Marselha. AVB, que não promete ficar no sul de França e que se vê como cidadão do mundo e que não tem limites geográficos, tem tido uma carreira peculiar, que se pode resumir com esta frase: “Deixei o futebol chinês, onde recebia 12 milhões de euros líquidos, para participar no Dakar”.
A história de como começou é conhecida. Vivia no mesmo prédio de Bobby Robson e escrevia-lhe cartas, com as suas opiniões sobre as táticas do FCP, seu clube do coração. Tornar-se-ia amigo do Sir. Teve carreira fugaz como jogador e muito jovem, rumou às Ilhas Virgens Britânicas, como coordenador técnico. Passaria depois para as camadas jovens e equipa B do FCP antes de se tornar observador e um dos principais apoios de José Mourinho.
Esteve na dream team técnica de Mourinho no FCP, Chelsea e Inter antes de procurar uma carreira a solo. Começou na Académica e logo foi apontado ao Sporting. No ano seguinte – 2010-2011 – chegou ao Dragão, que anunciou ser a sua cadeira de sonho. Venceu campeonato, taça, supertaça e Liga Europa. Foi uma época de sonho, mas não haveria segunda. No defeso do ano seguinte, aceitou o convite do Chelsea e fez de Vítor Pereira, o seu substituto.
O balneário do Chelsea, cheio de craques, olhou para ele como figura secundária e AVB só vingaria em Inglaterra no Tottenham, de Bale. Seguiram-se aventuras distantes, na Rússia e na China. E depois, da China, o Dakar. AVB é fã de corridas. Depois de um hiato, rumores e propostas, escolheu o Marselha. Teria a ilusão de fazer de Jardim e roubar o título ao PSG. Mas as armas do Marselha, estão no banco, mais do que em campo.
Com pouco investimento na equipa, é pouco provável que Villas Boas fiquei mais do que um ano no Velodrome. Aos 42 anos, ninguém sabe se vai continuar no futebol europeu ou se escolhe fazer outra coisa qualquer, algures no mundo.