Aos 54 anos, Hagi, “O Maradona dos Cárpatos”, é dono e treinador dos romenos do Viitorul Constanta, nascido em 2009 e campeão em 2016-2017. Mas Hagi é, sobretudo, conhecido por uma carreira como médio ofensivo de fino recorte.
Logos aos 18 anos, estreou-se pelo modesto Farul, fazendo 7 golos em 18 partidas. No ano seguinte, em 1983, mudou-se para o Sportul Studenţesc, onde passou quatro épocas, fazendo 118 partidas e marcando 62 golos. A grande evolução na sua carreira deu-se em 1987, quando chegou ao Steua, maior clube da Roménia. Fez exatamente os mesmos 118 jogos que fizera pelo clube anterior, mas marcou mais – 88 golos. Melhor do que isso, venceu os seus primeiros trofeus da carreira: três campeonatos romenos, uma taça romena e ainda uma Supertaça europeia. A sua estreia pelo Steua foi em grande. Único golo na vitória na Supertaça Europeia contra o Dinamo de Kiev, no Mónaco. De um lado, Hagi, Boloni (esse mesmo), Piturca ou Lacatus, treinados por Anghel Iordanescu. Do outro, Belanov, Blokhin ou Mykhaylychenko, treinados por Valeriy Lobanovskyi.
O regime de Ceausescu impediu sua saída mais cedo para Milan, Juventus ou Bayern mas em 1990, Hagi saiu finalmente da liga romena, pronto para abraçar uma aventura no gigante Real Madrid. Sem surpresa, “pegou de estaca”. Em duas épocas, venceu apenas uma Supertaça, mas marcou 20 golos em mais de 80 jogos. Jogou lado a lado com Lopetegui, Sanchis, Hierro, Milla, Michel ou Butragueno. Surpresa maior foi ter-se mudado para a Série A, mesmo que este fosse o campeonato mais fulgurante de então. Hagi chegou ao modesto Brescia em 1992 para duas épocas, sendo que a na segunda, jogou a segunda divisão italiana. E foi como jogador do Bréscia que jogou o Mundial 1994, um dos momentos altos da sua carreira.
Regressaria a um gigante mundial sediado em Espanha, a seguir ao Mundial, juntando-se ao Barcelona para duas épocas. Voltou a vencer apenas uma Supertaça e jogou e marcou menos do que quando jogou pelo Real. Aos 31 anos, começava a ser ultrapassado por jovens estrelas como Figo, Guardiola ou De la Peña.
Os últimos cinco anos da carreira seriam passados no Galatasary, onde se tornou referência. Em 132 jogos, fez 59 golos e venceu sete competições internas turcas. Melhor, ajudou o Gala a vencer a Taça UEFA e a Supertaça Europeia, em 2000, contra o Real Madrid (brilharete de Jardel). Conviveu com Sukur, Sas, Emre ou com os compatriotas Ilie, Popescu, Lutu ou Filipescu.
Pela seleção, fez 124 jogos e marcou 35 golos. Liderou a Roménia que chegou aos quartos do Mundial 1994 e jogou os Euro 1984, 1996 e 2000 e os Mundiais de 1990 e 1998. Em 1994, marcou 3 golos em 5 jogos, sendo o camisola 10 de uma equipa com Petrescu, Munteanu ou Dumitrescu, para além de vários antigos companheiros do Steua. A Roménia venceu um grupo equilibrado com Suíça, EUA e Colômbia e nos oitavos eliminou a poderosa Argentina.