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Visão do Peão

Visão do Peão

Qua | 14.08.19

Norte na Europa

Francisco Chaveiro Reis

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Braga e Guimarães marcaram, cada um, quatro golos europeus e a jogar fora. O Braga, mais forte, jogou com um adversário de maior nome e ainda assim, marcou quatro vezes na Dinamarca. Mesmo sofrendo dois golos, é resultado que orgulha os portugueses. Falta a segunda mão mas é dificil que os minhotos não se juntem ao Sporting na Liga Europa. Poucos esperavam era que o FCP também seguisse o mesmo caminho. O FCP, mesmo depois de abrir a bolsa para ir buscar Marchesin, Saravia, Marcano, Uribe, Diaz ou Nakajima, estampou-se no Dragão. Em Krasnodar até venceu mas em casa, viu-se a perder por claros 0-3 ao intervalo. Estava o caldo entornado. É verdade que os reforços Zé Luís e Luis Diaz ainda reduziram mas com três golos sofridos em casa, não há milagres. O Porto nem ao play-off chegou. Habituado à Liga dos Campeões, o FCP jogará nas noites de quinta-feira, as suas noites europeias. Com grandes implicações. A segunda prova não rende nem um terço do que rende a Champions. Vendas à vista? 

Qua | 14.08.19

Desnorte

Francisco Chaveiro Reis

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O Sporting está desnorteado. Na época passada, sem que os adeptos tivessem grandes espectativas, o Sporting, muito graças a Bruno Fernandes, conseguiu vencer duas taças. Temos que ser sérios e perceber que o desmérito dos adversários teve o seu papel. O Benfica, pensado ter a eliminatória controlada, deixou-se surpreender nas meias da Taça de Portugal e na final, não fosse o FCP perdulário e a Taça não viria para Alvalade. Mas só os factos interessam. O Sporting venceu a Taça da Liga e a Taça de Portugal. Não é o mesmo que vencer o campeonato, mas numa época que começou sem presidente e com o plantel a debandar, acabou por não ser um mau registo.

Mau é a situação atual. Desde dia 5 de maio que o Sporting não vence um jogo nos noventa minutos. Isto inclui uma pré-temporada na qual se defrontou Liverpool e Valência, mas também equipas de divisões secundárias. O pior aconteceu no Algarve. Keizer voltou ao sistema de três centrais, nunca testado na pré-época, e o Sporting saiu goleado. Terá sido um resultado demasiado duro e o Sporting até teve fogachos de perigo antes do Benfica começar a carburar, mas foi apresentou um futebol demasiado curto, ante de uma equipa bem organizada. No arranque da liga, empate na Madeira e novo deserto de ideias. Nos dois casos, surpreendeu-me a falta de aposta em Vietto, avançado argentino que pode ser mais valia e quanto mais não seja pelo elevadíssimo preço, deve ser aposta insistente, mesmo que ocupe os mesmos terrenos de Fernandes.

É óbvio que falta qualidade no plantel (um defesa esquerdo, um médio defensivo, dois extremos, um avançado…), mas também o é que sem vendas, não há dinheiro para investir. E não faltam compromissados financeiros para honrar. Falhou a ida de Fernandes para Inglaterra, mas até fim do mês, o Sporting vai ter que vender. Percebo que saia Fernandes (o mais valioso) e até Acuña (dá ideia que pode ser expulso a qualquer momento, mesmo no jogo mais calmo). Dost, mesmo sendo um goleador de exceção nunca recuperou do ataque sofrido e é colocado no mesmo pacote de transferíveis. Muito me custaria (acredito que para além do carinho dos adeptos, precisa que um esquema que o ajude, talvez com Vietto no seu apoio) e extremos mais certeiros do que Raphinha. Raphinha, precisamente, tem sido associado a Sevilha e Rennes. Pelos 15 milhões falados, eu venderia. Tem sido uma desilusão, fraco a cruzar e a rematar. E claro, há excedentários por colocar: Viviano, Gaspar, Pinto, Petrovic ou Matheus são para colocar. Os seus salários juntos já pagariam o de Dost, ou ajudariam bastante. Mas há um problema para além do plantel.

Neste momento, Marcel Keizer, parece ser o problema central. Como holandês com passagem pelo Ajax, esperava-se que fosse destemido. Não o é. Raramente junta Dost a Phellype, mesmo quando é preciso ganhar desesperadamente; não se coibiu de usar Petrovic vezes a mais e ainda não lançou Plata, mesmo perante a pobreza do futebol de Raphinha. Esperava-se, sobretudo, que lançasse jovens. Não lança. É verdade que os levou para o estágio (mas sempre soubemos que Quaresma ou Joelson não eram para já), mas só Thierry é aposta e porque Rosier e Ristovski estão lesionados. Depois de Tiago Fernandes, Jovane e Miguel Luís pouco parecem contar. A meu ver, não incluir Ivanildo e/ou Domingos no plantel, é criminoso. Com tudo isto, será que Keizer não tem olho nem coragem ou foi a mina de Alcochete que ficou estéril? Mesmo sabendo dos progressos do rival nos últimos anos, os ecos que oiço são de qualidade abundante.

Keizer encantou no início, a jogar à holandesa, a marcar muitos golos e com os jogadores sempre em movimento, mas todos sabíamos que isso não ira durar. Os treinadores adversários aprenderam os truques para anular Keizer e sobraram as debilidades defensivas que duram até hoje. Ao contrário do que se esperava de um holandês, Keizer, talvez por se ver no seu emprego de sonho, onde não contaria chegar aos 50 anos, tornou-se cada vez mais conservador. 

No futebol, contam os resultados. Vencer e convencer nas próximas jornadas, darão um balão de ar a Keizer mas mais tarde ou mais cedo, será óbvio para todos que o holandês não acrescenta muito. E, mesmo o plantel precisando de retoques, olhando para a matéria prima (há homens experientes de qualidade como Neto, Coates, Mathieu ou Dost e há jovens de grande potencial como Rosier, Doumbia, Camacho ou Wendel), nada justifica as exibições do Algarve e da Madeira. Venda-se, compre-se e depois faça-se nova análise. Mesmo que já saibamos o resultado. 

Qua | 14.08.19

A queda de Paím tem novo nível

Francisco Chaveiro Reis

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Fábio Paim deu mais um passo rumo ao fundo do poço e encontra-se detido por alegado tráfico de droga. Aquele que sempre foi considerado o melhor jogador das escolas do Sporting, sendo visto como melhor do que Cristiano Ronaldo, é a prova que o talento não é suficiente para se ter uma carreira ao mais alto nível. Aliás, Paim nem uma carreira mediana conseguiu, mesmo tendo diversas oportunidades. O antigo avançado, agora com 31 anos, jogou pela última vez em 2018, nas divisões secundárias do Brasil.

Paim juntou-se ao Sporting em 1998, com 11 anos e desde logo se tornou na estrela das camadas jovens. Os treinadores de então viam-lhe mais potencial do que em jovens de grande futuro como Ronaldo, Quaresma ou Nani. Oriundo de um meio pobre, não terá tido estrutura nem apoio quando ainda adolescente começou a ganhar milhares de euros. Tornou-se no rei do seu bairro, em troca de dinheiro dado e emprestado a todos. Nunca fez a transição para os séniores, com sucesso. Acabada a formação, passou por Olivais e Moscavide, Trofense e Paços de Ferreira. As histórias de gastos excessivos são conhecidas. A última grande oportunidade de ser grande, terá sido quando treinou no Chelsea de Scolari. Não ficou.

Seguiram-se outras desilusões. Passou por Real Massamá, Torreense, Benfica de Luanda, 1.º Agosto, Futebol Benfica e mais dez (!!!!) clubes. Oportunidades não faltaram, mas Fábio Paim nunca as aproveitou, admitindo a sua culpa, em diversas entrevistas. O seu papel no mundo do futebol é o de exemplo a não seguir.

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