Ponto de situação
Segundo um comunicado de hoje do Sporting, à vontade do clube reduzir a massa salarial, juntou-se (desde maio), a vontade de Bas Dost deixar Alvalade, com a razão legítima de considerar que o seu ciclo como leão, tinha chegado ao fim. Até aqui, tudo normal. Assim aparecesse um clube que cumprisse os requisitos financeiros que o Sporting considerasse justos.
Ficamos hoje a saber que vários clubes os cumpriram (mais do que o Frankfurt que deve ser, mais tarde ou mais cedo, o destino de Dost) mas que o holandês não aceitou nenhuma mudança. Mais uma vez, por muito frustrante que seja para o clube, Dost tem opção de escolha e de ignorar os benefícios do negócio para o clube.
Depois de anunciar na véspera do jogo contra o Braga (péssimo timing, sem qualquer resultado positivo) a existência de um entendimento com o Frankfurt para a transferência, o Sporting acabou publicamente fintado, até pelo seu treinador, que deu ares de que não sabia da mudança iminente.
Ontem, nas televisões, falou-se nas lágrimas de Dost, supostamente empurrado para fora do clube que tanto gosta. Hoje nas capas dos desportivos, Dost faz papel de teimoso e diz-se que está inclinado a ficar. Acredito que tudo dependa de valores e que, como sempre nestes casos, os mais próximos do jogador é que possam dificultar o negócio e não o próprio. Mas é o nome de Bas que fica manchado.
O Sporting, encurralado, viu-se na obrigação de retaliar no espaço público e fazer a cronologia dos acontecimentos. Dost já não tem condições para continuar e sabendo disso mesmo, é de crer que o Frankfurt queira um desconto. Dost perdeu o espaço que tinha e terá mesmo que sair, como afinal deseja ou desejou. E isso é triste. O fim de uma relação com memórias tão boas é sempre triste, mas por entre tantas críticas à administração, é preciso dizer que o Sporting nunca é mais pequeno do que qualquer jogador e que jogadas de bastidores para encher bolsos nunca podem ser toleradas.
Bas Dost terá mais jeito para marcar golos do que para escolher companhias. Será sempre celebrado pelos 93 golos e será sempre a imagem máxima do pior dia da história do clube. Mas fica também marcado pelo dia de hoje. Espero que não fique ainda mais pelos dias que se seguem.