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Visão do Peão

Visão do Peão

Ponto de situação

Francisco Chaveiro Reis
20
Ago19

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Segundo um comunicado de hoje do Sporting, à vontade do clube reduzir a massa salarial, juntou-se (desde maio), a vontade de Bas Dost deixar Alvalade, com a razão legítima de considerar que o seu ciclo como leão, tinha chegado ao fim. Até aqui, tudo normal. Assim aparecesse um clube que cumprisse os requisitos financeiros que o Sporting considerasse justos.

Ficamos hoje a saber que vários clubes os cumpriram (mais do que o Frankfurt que deve ser, mais tarde ou mais cedo, o destino de Dost) mas que o holandês não aceitou nenhuma mudança. Mais uma vez, por muito frustrante que seja para o clube, Dost tem opção de escolha e de ignorar os benefícios do negócio para o clube.

Depois de anunciar na véspera do jogo contra o Braga (péssimo timing, sem qualquer resultado positivo) a existência de um entendimento com o Frankfurt para a transferência, o Sporting acabou publicamente fintado, até pelo seu treinador, que deu ares de que não sabia da mudança iminente. 

Ontem, nas televisões, falou-se nas lágrimas de Dost, supostamente empurrado para fora do clube que tanto gosta. Hoje nas capas dos desportivos, Dost faz papel de teimoso e diz-se que está inclinado a ficar. Acredito que tudo dependa de valores e que, como sempre nestes casos, os mais próximos do jogador é que possam dificultar o negócio e não o próprio. Mas é o nome de Bas que fica manchado.

O Sporting, encurralado, viu-se na obrigação de retaliar no espaço público e fazer a cronologia dos acontecimentos. Dost já não tem condições para continuar e sabendo disso mesmo, é de crer que o Frankfurt queira um desconto. Dost perdeu o espaço que tinha e terá mesmo que sair, como afinal deseja ou desejou. E isso é triste. O fim de uma relação com memórias tão boas é sempre triste, mas por entre tantas críticas à administração, é preciso dizer que o Sporting nunca é mais pequeno do que qualquer jogador e que jogadas de bastidores para encher bolsos nunca podem ser toleradas.

Bas Dost terá mais jeito para marcar golos do que para escolher companhias. Será sempre celebrado pelos 93 golos e será sempre a imagem máxima do pior dia da história do clube. Mas fica também marcado pelo dia de hoje. Espero que não fique ainda mais pelos dias que se seguem.

Dois bons nomes

Francisco Chaveiro Reis
20
Ago19

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Na altura em que se põe em causa a ida de Bas Dost para Frankfurt, são apontados ao Sporting, dois nomes bastante interessantes: Idrissi e Simeone. Oussama Idrissi é um extremo esquerdo marroquino (nascido na Holanda) de 23 anos que atua no AZ Alkmaar. Leva 3 golos em 3 jornadas e seria uma bela solução para as alas ofensivas, numa altura em que Diaby deixa muito a desejar. Segundo o Transfermarkt, vale 5 milhões de euros. Já Giovanni Simeone, filho do treinador do Atlético de Madrid, Diego, viria por empréstimo da Fiorentina. Simeone, de 24 anos, deu nas vistas no River Plate antes de convencer o Génova a apostar em si. Na época passada marcou 8 golos em 40 partidas e diz-se que este ano poderá perder espaço com a chegada de Boateng.  

Coutinho na Baviera

Francisco Chaveiro Reis
19
Ago19

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Se 8,5 milhões são números de respeito para as grandes equipas portuguesas, para o gigante bávaro Bayern de Munique, esse é apenas o valor a pagar para garantir o empréstimo de Philippe Coutinho. A precisar de estrelas para convencer internamente (o Dortmund está à espreita com reforços de peso) e conseguir ter argumentos europeus (o goleador Lewandowski já tinha pedido reforços de peso), o Bayern pós Ribery e Robben, tentou Sané mas falhou. Chega Coutinho que falhando em Barcelona, tem tudo para se tornar num dos melhores jogadores da Bundesliga. O novo camisola 10 é, aos 27 anos um jogador maduro, capaz de construir o jogo e de marcar muitos golos. Será, com certeza, o novo municionador de Lewandowski. Não é de estranhar que chegue mais um jogador de grande cartel ao Bayern. Para já, o anúncio de Coutinho foi precedido pelo de Cuisance. O médio centro de 20 anos, formou-se nas escolas do Nancy antes de rumar ao Borussia M´gladbach onde fez duas boas épocas. Pavard (Estugarda), Lucas (Atlético) e Perisic (Inter) são as outras caras novas.

 

Voltemos a Coutinho. Menino prodígio do futebol brasileiro, deu nas vistas pelo Vasco da Gama, ainda adolescente. Aos 19 anos veio para a Europa, jogando 20 partidas pelo Inter de Milão. Ao lado tinha os compatriotas Júlio César, Maicon, Lúcio ou Mancini. Jogou menos no segundo ano e acabou emprestado ao Espanhol. Depois de mais meia época em Milão, juntou-se ao Liverpool, tinha já 21 anos. Gerrard, Lucas Leiva ou Suarez eram seus companheiros. Em 2013-2014, fez grande época e por pouco o Liverpool não conseguiu voltar a ser campeão. Ele, Sterling e Suarez eram as estrelas da companhia. Pelo Liverpool fez um total de 201 jogos e marcou 54 golos. Em janeiro de 2018, o Barcelona gastou mais de 145 milhões no seu passe. Não foi uma boa jogada para nenhuma das partes. Coutinho, vencedor da Copa América 2019, parte em busca de mais títulos.

3 pontos

Francisco Chaveiro Reis
19
Ago19

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Não foi brilhante, mas valeu três pontos. O Sporting venceu finalmente um jogo e logo diante do Sporting de Braga. Comandado por Sá Pinto, figura da história do Sporting e com Esgaio e Wilson Eduardo no onze, ilustres representantes das escolas leoninas, o Braga, mesmo estando a protagonizar um excelente início de época, não conseguiu pontuar. Do lado do Sporting, no primeiro jogo sem Bas Dost nas contas, Acuña passou para lateral e Diaby, para titular. E a primeira parte foi verde, coroada com dois belos golos dos médios ofensivos, Wendel e Fernandes. Talvez convencido da vitória, talvez cansado, o Sporting desceu de rendimento e acabou por sofrer até ao fim. Wilson reduziu (Renan mal) e o Braga não cessou de procurar pelo 2-2. Keizer nada arriscou e até colocou Neto e Eduardo em campo para segurar. Vietto ainda jogou (bem), durante cinco minutos, não se percebendo porque não é titular. Um balão de oxigénio. Veremos se tem sequência em Portimão.

Bas Dost vai embora

Francisco Chaveiro Reis
18
Ago19

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Quando Slimani foi embora, parecia o fim do mundo. Quando se anunciou a vinda de Bas Dost, fiquei feliz. Disse logo a família e amigos que não teríamos saudades do argelino. Este holandês é que era. E foi. Em duas épocas, 70 golos. São números tremendos, mesmo que só tenham ajudado a conquistar uma Taça da Liga. O fim da sua segunda época foi trágico. Dost e a sua cabeça de ouro, golpeada, foram a imagem do ataque a Alcochete. O avançado não mais seria o mesmo. Afetado pelo ataque, jogou menos na época passada. Lesões e a aposta de Marcel Keizer num ataque mais móvel dimunuiram-lhe a confiança. Ainda assim, olhando para 2018-2019, Bas Dost marcou 23 golos. Para a maior parte dos avançados a jogar por cá, esses são números de sonho. Em três épocas, 93 golos. São números que deixam saudades. Tal como a personalidade easygoing, pelo menos vista daqui de cima, da bancada. Os cerca de 9 milhões (menos do que o preço de custo...) e a poupança de ordenados, nada dizem aos adeptos. Queremos quem marque golos e o golo é um bem caro. É triste ver a saída de Dost. Só o nome do seu substituto poderá dimunuir a tristeza ou até aprofunda-la. Boa sorte em Frankfurt. 

 

Que jogadores foram os treinadores da Premier League?

Francisco Chaveiro Reis
16
Ago19

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É bonito ver Frank Lampard regressar ao Chelsea. Como jogador, fez 648 jogos pelo clube, marcou 211 golos e ajudou a conquistar 13 títulos, incluindo uma Liga dos Campeões e três campeonatos ingleses. Como treinador, fez uma época ao comando do Derby County e começa agora uma aventura no banco do seu clube de sempre. Começou a ser goleado pelo United e a ser derrotado nas grandes penalidades pelo Liverpool, mas tendo uma equipa jovem, há que ter calma.

Mas olhemos para os outros técnicos da Premier League, vários deles antigos jogadores e alguns, jogadores de topo. Desde logo Solskajer. O norueguês passou dez anos no United, sempre como arma pouco secreta vinda do banco. Fez 126 golos em 266 jogos e ajudou a vencer 16 títulos. Também em Manchester, mora um antigo jogador de topo e o melhor treinador da atualidade (provavelmente). Guardiola nunca jogou em Inglaterra, mas adaptou-se cedo ao banco. Pep foi estrela do Barcelona, tendo feito depois uma perninha em Itália e no México.

Em Liverpool, o caso é bem diferente. Klopp foi um médio banal, que jogou sobretudo pelo Mainz. Marco Silva foi também jogador banal (defesa), distinguindo-se no Estoril. Klopp, como técnico, há muito que deixou a banalidade e Silva, também não se tem dado mal na vida.

Regressando a Londres, onde começamos, é inevitável pensar em Pochettino. O antigo internacional argentino teve uma carreira sólida e mesmo não tendo chegado a nenhum gigante europeu, passou com sucesso por Espanhol e PSG. Venceu apenas duas Taças do Rei e uma Taça Intertoto. O Arsenal, é treinado pelo basco Unay Emeri que teve carreira muitíssimo discreto. Das camadas jovens da Real Sociedad passou pelo Toledo, Leganés, Ferrol ou Lorca. O chileno Pellegrini passou a vida na Univerdad Chile, vencendo apenas uma Taça do Chile. Tem sido bem mais feliz como treinador ainda que, pelo West Ham, não se lhe adivinhem grandes alegrias. No Watford, treina Javi Gracia. Tem dado nas vistas. Na carreira como futebolista, nem por isso. Ainda assim, passou por Real Sociedad e Villareal. Para acabar Londres, vamos até ao Crystal Palace. Roy Hodgson, um senhor do futebol inglês, treina desde os anos 70. Antes, teve uma carreira muito discreta, passada em clubes sem grande expressão como Gravesend & Northfleet, Maidstone United, Ashford Town, Berea Park ou Carshalton Athletic.

 

Vamos ao Burnley. Sean Dyche tem trabalhado bem no banco. Como defesa, não passou de clubes como Chesterfield, Bristol City, Luton Town ou Millwall. No Brighton, mora Graham Potter, que teve longa carreira como defesa. Passou Boston United, York City ou WBA. Nada que impressione. Por falar em defesas, também Chris Wild, timoneiro do Sheffield United, o foi, no clube que agora treina, bem como no Walsall, Charlton ou Notts. Mais um clube – Bournemouth, mais um defesa – Eddie Howe. Passou a vida quase toda no clube que agora treina. Brendan Rodgers, treinador do Leicester, ganhou também a vida de jogador, a defender. Se como treinador tem passagens por Liverpool e Celtic, a carreira como jogador foi bem mais modesta: Ballymena United, Reading, Newport, Witney Town e Newbury Town.

Ainda mais á defesa jogava Nuno, técnico no surpreendente Wolves. Para além de ser o primeiro jogador transferido pelo superagente Jorge Mendes, Nuno teve carreira de algum sucesso, especialmente entre Porto e Galiza.

 

Tal como no banco do próprio United, no banco do Newcastle, mora um histórico dos Red Devils. Steve Bruce, central à inglesa, fez 309 jogos e marcou 36 golos (incluindo aquele que deu um título) pelo United. De regresso à Premier League, o Aston Villa é orientado por Dean Smith, defesa (o que mais?) que passou por Walsall, Hereford United       ou Leyton Orient. Daniel Farke, alemão, subiu o Norwich e foi avançado (aleluia!) mas calma, andou por clubes desconhecidos - SV Lippstadt 08, SV Wilhelmshaven ou Bonner SC – e pouca marca deixou. Sou falta o Southampton. É treinado pelo austríaco Ralph Hasenhüttl. Ainda passou pelo Bayern de Munique B, mas foi no seu pais que mais deu nas vistas. Passou por Red Bull Salzsburg e Austria Wien.

Um leão nunca verga

Francisco Chaveiro Reis
16
Ago19

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O holandês Ricky Van Wolfswinkel, antigo goleador do Sporting, vai fazer uma pausa na carreira devido a um problema de saúde. O Sporting, os sportinguistas e todos os outros fãs do futebol desejam-lhe um regresso rápido. O internacional holandês atua no Basileia, tendo passado por o Sporting entre 2011 e 2013, marcando 45 golos em 88 jogos. Hoje com 30 anos, Ricky deu nas vistas no Vitesse, tendo passado pelo Utrecht antes de ter aterrado em Lisboa. Seguiu-se Norwich, Saint Etienne, Bétis, regresso a Vitesse e Basileia.

Jovens de Lampard não chegaram para Adrián

Francisco Chaveiro Reis
16
Ago19

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Tranferido do West Ham para o Liverpool, Adrián, guarda-redes espanhol tinha poucas esperanças de jogar muito, com a baliza red bem entegue a Alisson Becker. Mas ao primeiro jogo, jogou. Aproveitou a lesão do brasileiro e jogou mais de meia parte. Ao segundo jogo, defendeu um penalty e ajudou o Liverpool a vencer a Supertaça Europeia. Num jogo com grande ritmo, os jovens de Lampard - Pulisic, Mount ou Abraham - não chegaram para Adrián e companhia. Sendo essa companhia, homens como Salah, Firmino ou Mané. Começou melhor o Chelsea, com Pulisic a servir Giroud (nem só de jovens vive uma equipa, claro) para o primeiro. Ao intervalo, a fé era azul. Mas Firmino entrou e mesmo sendo um ponta de lança à frente da baliza, deu para o lado. Mané fez o empate. E Mané, esse mesmo, que quase não teve férias, fez o segundo, já se jogava o prolongamento. Teve que ser Abraham a ganhar um penalty e cinco minutos depois de Mané, Jorginho (na camisola, Jorgihno), fez o 2-2. Até à hora dos penaltys, o marcador não mais mexeu. Kepa e Adrián deram o seu melhor mas apenas Abraham falhou. Ou antes, Adrían defendeu. Com o pé. O Liverpool soma e segue.

Norte na Europa

Francisco Chaveiro Reis
14
Ago19

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Braga e Guimarães marcaram, cada um, quatro golos europeus e a jogar fora. O Braga, mais forte, jogou com um adversário de maior nome e ainda assim, marcou quatro vezes na Dinamarca. Mesmo sofrendo dois golos, é resultado que orgulha os portugueses. Falta a segunda mão mas é dificil que os minhotos não se juntem ao Sporting na Liga Europa. Poucos esperavam era que o FCP também seguisse o mesmo caminho. O FCP, mesmo depois de abrir a bolsa para ir buscar Marchesin, Saravia, Marcano, Uribe, Diaz ou Nakajima, estampou-se no Dragão. Em Krasnodar até venceu mas em casa, viu-se a perder por claros 0-3 ao intervalo. Estava o caldo entornado. É verdade que os reforços Zé Luís e Luis Diaz ainda reduziram mas com três golos sofridos em casa, não há milagres. O Porto nem ao play-off chegou. Habituado à Liga dos Campeões, o FCP jogará nas noites de quinta-feira, as suas noites europeias. Com grandes implicações. A segunda prova não rende nem um terço do que rende a Champions. Vendas à vista? 

Desnorte

Francisco Chaveiro Reis
14
Ago19

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O Sporting está desnorteado. Na época passada, sem que os adeptos tivessem grandes espectativas, o Sporting, muito graças a Bruno Fernandes, conseguiu vencer duas taças. Temos que ser sérios e perceber que o desmérito dos adversários teve o seu papel. O Benfica, pensado ter a eliminatória controlada, deixou-se surpreender nas meias da Taça de Portugal e na final, não fosse o FCP perdulário e a Taça não viria para Alvalade. Mas só os factos interessam. O Sporting venceu a Taça da Liga e a Taça de Portugal. Não é o mesmo que vencer o campeonato, mas numa época que começou sem presidente e com o plantel a debandar, acabou por não ser um mau registo.

Mau é a situação atual. Desde dia 5 de maio que o Sporting não vence um jogo nos noventa minutos. Isto inclui uma pré-temporada na qual se defrontou Liverpool e Valência, mas também equipas de divisões secundárias. O pior aconteceu no Algarve. Keizer voltou ao sistema de três centrais, nunca testado na pré-época, e o Sporting saiu goleado. Terá sido um resultado demasiado duro e o Sporting até teve fogachos de perigo antes do Benfica começar a carburar, mas foi apresentou um futebol demasiado curto, ante de uma equipa bem organizada. No arranque da liga, empate na Madeira e novo deserto de ideias. Nos dois casos, surpreendeu-me a falta de aposta em Vietto, avançado argentino que pode ser mais valia e quanto mais não seja pelo elevadíssimo preço, deve ser aposta insistente, mesmo que ocupe os mesmos terrenos de Fernandes.

É óbvio que falta qualidade no plantel (um defesa esquerdo, um médio defensivo, dois extremos, um avançado…), mas também o é que sem vendas, não há dinheiro para investir. E não faltam compromissados financeiros para honrar. Falhou a ida de Fernandes para Inglaterra, mas até fim do mês, o Sporting vai ter que vender. Percebo que saia Fernandes (o mais valioso) e até Acuña (dá ideia que pode ser expulso a qualquer momento, mesmo no jogo mais calmo). Dost, mesmo sendo um goleador de exceção nunca recuperou do ataque sofrido e é colocado no mesmo pacote de transferíveis. Muito me custaria (acredito que para além do carinho dos adeptos, precisa que um esquema que o ajude, talvez com Vietto no seu apoio) e extremos mais certeiros do que Raphinha. Raphinha, precisamente, tem sido associado a Sevilha e Rennes. Pelos 15 milhões falados, eu venderia. Tem sido uma desilusão, fraco a cruzar e a rematar. E claro, há excedentários por colocar: Viviano, Gaspar, Pinto, Petrovic ou Matheus são para colocar. Os seus salários juntos já pagariam o de Dost, ou ajudariam bastante. Mas há um problema para além do plantel.

Neste momento, Marcel Keizer, parece ser o problema central. Como holandês com passagem pelo Ajax, esperava-se que fosse destemido. Não o é. Raramente junta Dost a Phellype, mesmo quando é preciso ganhar desesperadamente; não se coibiu de usar Petrovic vezes a mais e ainda não lançou Plata, mesmo perante a pobreza do futebol de Raphinha. Esperava-se, sobretudo, que lançasse jovens. Não lança. É verdade que os levou para o estágio (mas sempre soubemos que Quaresma ou Joelson não eram para já), mas só Thierry é aposta e porque Rosier e Ristovski estão lesionados. Depois de Tiago Fernandes, Jovane e Miguel Luís pouco parecem contar. A meu ver, não incluir Ivanildo e/ou Domingos no plantel, é criminoso. Com tudo isto, será que Keizer não tem olho nem coragem ou foi a mina de Alcochete que ficou estéril? Mesmo sabendo dos progressos do rival nos últimos anos, os ecos que oiço são de qualidade abundante.

Keizer encantou no início, a jogar à holandesa, a marcar muitos golos e com os jogadores sempre em movimento, mas todos sabíamos que isso não ira durar. Os treinadores adversários aprenderam os truques para anular Keizer e sobraram as debilidades defensivas que duram até hoje. Ao contrário do que se esperava de um holandês, Keizer, talvez por se ver no seu emprego de sonho, onde não contaria chegar aos 50 anos, tornou-se cada vez mais conservador. 

No futebol, contam os resultados. Vencer e convencer nas próximas jornadas, darão um balão de ar a Keizer mas mais tarde ou mais cedo, será óbvio para todos que o holandês não acrescenta muito. E, mesmo o plantel precisando de retoques, olhando para a matéria prima (há homens experientes de qualidade como Neto, Coates, Mathieu ou Dost e há jovens de grande potencial como Rosier, Doumbia, Camacho ou Wendel), nada justifica as exibições do Algarve e da Madeira. Venda-se, compre-se e depois faça-se nova análise. Mesmo que já saibamos o resultado. 

A queda de Paím tem novo nível

Francisco Chaveiro Reis
14
Ago19

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Fábio Paim deu mais um passo rumo ao fundo do poço e encontra-se detido por alegado tráfico de droga. Aquele que sempre foi considerado o melhor jogador das escolas do Sporting, sendo visto como melhor do que Cristiano Ronaldo, é a prova que o talento não é suficiente para se ter uma carreira ao mais alto nível. Aliás, Paim nem uma carreira mediana conseguiu, mesmo tendo diversas oportunidades. O antigo avançado, agora com 31 anos, jogou pela última vez em 2018, nas divisões secundárias do Brasil.

Paim juntou-se ao Sporting em 1998, com 11 anos e desde logo se tornou na estrela das camadas jovens. Os treinadores de então viam-lhe mais potencial do que em jovens de grande futuro como Ronaldo, Quaresma ou Nani. Oriundo de um meio pobre, não terá tido estrutura nem apoio quando ainda adolescente começou a ganhar milhares de euros. Tornou-se no rei do seu bairro, em troca de dinheiro dado e emprestado a todos. Nunca fez a transição para os séniores, com sucesso. Acabada a formação, passou por Olivais e Moscavide, Trofense e Paços de Ferreira. As histórias de gastos excessivos são conhecidas. A última grande oportunidade de ser grande, terá sido quando treinou no Chelsea de Scolari. Não ficou.

Seguiram-se outras desilusões. Passou por Real Massamá, Torreense, Benfica de Luanda, 1.º Agosto, Futebol Benfica e mais dez (!!!!) clubes. Oportunidades não faltaram, mas Fábio Paim nunca as aproveitou, admitindo a sua culpa, em diversas entrevistas. O seu papel no mundo do futebol é o de exemplo a não seguir.

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