É bonito ver Frank Lampard regressar ao Chelsea. Como jogador, fez 648 jogos pelo clube, marcou 211 golos e ajudou a conquistar 13 títulos, incluindo uma Liga dos Campeões e três campeonatos ingleses. Como treinador, fez uma época ao comando do Derby County e começa agora uma aventura no banco do seu clube de sempre. Começou a ser goleado pelo United e a ser derrotado nas grandes penalidades pelo Liverpool, mas tendo uma equipa jovem, há que ter calma.
Mas olhemos para os outros técnicos da Premier League, vários deles antigos jogadores e alguns, jogadores de topo. Desde logo Solskajer. O norueguês passou dez anos no United, sempre como arma pouco secreta vinda do banco. Fez 126 golos em 266 jogos e ajudou a vencer 16 títulos. Também em Manchester, mora um antigo jogador de topo e o melhor treinador da atualidade (provavelmente). Guardiola nunca jogou em Inglaterra, mas adaptou-se cedo ao banco. Pep foi estrela do Barcelona, tendo feito depois uma perninha em Itália e no México.
Em Liverpool, o caso é bem diferente. Klopp foi um médio banal, que jogou sobretudo pelo Mainz. Marco Silva foi também jogador banal (defesa), distinguindo-se no Estoril. Klopp, como técnico, há muito que deixou a banalidade e Silva, também não se tem dado mal na vida.
Regressando a Londres, onde começamos, é inevitável pensar em Pochettino. O antigo internacional argentino teve uma carreira sólida e mesmo não tendo chegado a nenhum gigante europeu, passou com sucesso por Espanhol e PSG. Venceu apenas duas Taças do Rei e uma Taça Intertoto. O Arsenal, é treinado pelo basco Unay Emeri que teve carreira muitíssimo discreto. Das camadas jovens da Real Sociedad passou pelo Toledo, Leganés, Ferrol ou Lorca. O chileno Pellegrini passou a vida na Univerdad Chile, vencendo apenas uma Taça do Chile. Tem sido bem mais feliz como treinador ainda que, pelo West Ham, não se lhe adivinhem grandes alegrias. No Watford, treina Javi Gracia. Tem dado nas vistas. Na carreira como futebolista, nem por isso. Ainda assim, passou por Real Sociedad e Villareal. Para acabar Londres, vamos até ao Crystal Palace. Roy Hodgson, um senhor do futebol inglês, treina desde os anos 70. Antes, teve uma carreira muito discreta, passada em clubes sem grande expressão como Gravesend & Northfleet, Maidstone United, Ashford Town, Berea Park ou Carshalton Athletic.
Vamos ao Burnley. Sean Dyche tem trabalhado bem no banco. Como defesa, não passou de clubes como Chesterfield, Bristol City, Luton Town ou Millwall. No Brighton, mora Graham Potter, que teve longa carreira como defesa. Passou Boston United, York City ou WBA. Nada que impressione. Por falar em defesas, também Chris Wild, timoneiro do Sheffield United, o foi, no clube que agora treina, bem como no Walsall, Charlton ou Notts. Mais um clube – Bournemouth, mais um defesa – Eddie Howe. Passou a vida quase toda no clube que agora treina. Brendan Rodgers, treinador do Leicester, ganhou também a vida de jogador, a defender. Se como treinador tem passagens por Liverpool e Celtic, a carreira como jogador foi bem mais modesta: Ballymena United, Reading, Newport, Witney Town e Newbury Town.
Ainda mais á defesa jogava Nuno, técnico no surpreendente Wolves. Para além de ser o primeiro jogador transferido pelo superagente Jorge Mendes, Nuno teve carreira de algum sucesso, especialmente entre Porto e Galiza.
Tal como no banco do próprio United, no banco do Newcastle, mora um histórico dos Red Devils. Steve Bruce, central à inglesa, fez 309 jogos e marcou 36 golos (incluindo aquele que deu um título) pelo United. De regresso à Premier League, o Aston Villa é orientado por Dean Smith, defesa (o que mais?) que passou por Walsall, Hereford United ou Leyton Orient. Daniel Farke, alemão, subiu o Norwich e foi avançado (aleluia!) mas calma, andou por clubes desconhecidos - SV Lippstadt 08, SV Wilhelmshaven ou Bonner SC – e pouca marca deixou. Sou falta o Southampton. É treinado pelo austríaco Ralph Hasenhüttl. Ainda passou pelo Bayern de Munique B, mas foi no seu pais que mais deu nas vistas. Passou por Red Bull Salzsburg e Austria Wien.