Derrota
O Sporting perdeu em casa ante de um bem organizado Rio Ave e deixou para trás uma liderança, que à terceira jornada, não passava de simbólica, mas lá está, é melhor ser líder do que não ser.
Parte da culpa da derrota coube a Carlos Carvalhal, que montou uma equipa bem organizada, com Felipe Augusto a dominar o meio campo e com a estrela iraniana, Taremi, a conseguir sacar três grandes penalidades, uma semana depois de conseguir marcar três golos ao Aves. Em dois jogos, promete muito. Para além de Carvalhal, regressou Carlos Mané a Alvalade. Foi aplaudido ao entrar e mais bonito ainda, não festejou os golos da sua equipa. Mané não tem (concordo) lugar no plantel, mas merece o respeito de todos os sportinguistas, seus pares. Já Carvalhal, merece respeito, até pelo seu discurso e futebol positivos, mas não acho, como ouvi, que o seu regresso seria boa opção.
Os três golos do Rio Ave foram de penalty. Os três cometidos por Coates. Com todo o respeito, sempre tive a ideia de que Coates era bom jogador, mas que dava, pelo menos, uma “casa” por jogo. Desta vez superou-se. Além disso, o uruguaio falha muitos golos. A meu ver, é preciso mais no centro da defesa. A culpa não foi só sua, clara. Os centrais ficam mais facilmente expostos quando os laterais não colaboram e quando não se tem um seis de qualidade. Doumbia é mais oito do que outra coisa e Wendel é mais ofensivo. Um seis era muito bem-vindo.
Por último, o início. Marcel Keizer não serve para o banco do Sporting. É conservador, medroso e não lê bem o jogo. O Sporting joga de forma apática e a maioria dos jogadores parece não saber o que faz em campo. Não fossem rasgos individuais e o panorama seria ainda pior. Keizer chegou sem currículo e parte com duas taças. Agradecerá a oportunidade ao Sporting e nós a ele, a sua parte nesses sucessos, mas já chega. Um treinador holandês que não joga ao ataque, nem sequer em casa e que apesar do seu percurso, não aposta nos jovens, não nos serve. Muito menos com um discurso chato e repetitivo. Keizer também terá razões de queixa e o plantel não será o desejado, mas treinar um Sporting em reconstrução é isso mesmo: conseguir resultados na adversidade. Não é para todos.