Começa hoje a jogar-se, no Egito, mais uma edição do Campeonato Africano das Nações, naquela que será, pela primeira vez, uma prova com 34 equipas (há várias estreias) e joga-se em junho e julho em vez de janeiro e fevereiro. Tal como nas últimas quatro edições, o país organizador não é a primeira escolha. Os Camarões não conseguiram dar garantias e a edição de 2019 passou para o Egito.
O CAN 2019 abre com um jogo entre a equipa da casa, liderada pelo campeão europeu, Mo Salah e o modesto Zimbabué, uma equipa sem nomes reconhecíveis, mesmo que cinco dos jogadores atuem na Europa. Já o Egito enfrenta este Grupo A com ambição e tem todas as condições de o vencer e de vencer a competição, no seu todo, algo que já fez 7 vezes, mais do que qualquer outra equipa do continente. Javier Aguirre conta, para além de Salah, com Hegazy (WBA), Elmohamady (Aston Villa), Trezeguet (Kasimpasa) ou El-Neny (Arsenal). Al Ghazy (Feirense) e Hassan (Olympiacos) e Warda (Atromitos), com passagens por Portugal também integram o grupo. Uganda e R.D. Congo fecham o grupo. A República Democrática do Congo (2 títulos do CAN) conta com alguns jogadores bastante interessantes – Bakambu (B. Guan), Bolasie (Anderlecht), Bolingi (Antuérpia), Assombalonga (Middlesbrough), Mpoku (Liége) ou o portista Mbemba – e é séria candidata a segunda classificada do Grupo A. Por fim, o Uganda, composto por jogadores desconhecidos, tal como o Zimbabué.
No Grupo B, mora a poderosa Nigéria, vencedora de três CAN, a última em 2013. Musa (Al Nassr), Iwobi (Arsenal), Osimhen (Brugge), Kalu (Bordeús), Onyekuru (Galatasary) ou Chukwueze (Villareal) serão setas apontadas às balizas adversárias. Mas o meio campo – Mikel (Middlesbrough), Ndidi (Leicester) ou Etebo (Stoke) – e a defesa – Troost-Ekong (Udinese), Balogon (Brighton) ou Omeruo (Leganés), garantem solidez. Burundi, Guiné Conacri e Madagáscar não parecem ser adversários à altura. O Burundi conta com Berahino, que se pensava ser uma estrela em ascensão do futebol inglês, mas que aos 25 anos não cumpriu as suas promessas e com Nduwarugira, médio do Amora. Madagáscar, terra de nomes grandes e impronunciáveis (Razakanantenaina, Andrianarimanana, Rakotoharimalala, Nomenjanahary ou Andriatsima) terá pouco a dizer na conversa futebolística. A Guiné Conacri será o adversário mais difícil para a Nigéria, uma vez que conta com Naby Keita (Liverpool), Kamano (Bordéus), Ibrahima Traoré (Borussia Mochengladbach), Ibrahima Cissé (Fulham), Amadou Diawara (Nápoles) ou Falette (Frankfurt).
No Grupo C, habita a Argélia (um título) de Slimani (Fenerbahce), Brahimi (FC Porto), Feghouli (Galatasary), Mahrez (Manchester City) e Ounas (Napóles). Halliche, do Moreirense, também fez a viagem. O Senegal de Sadio Mané (Liverpool), Mbaye Diagne (Galatasary), Keita Baldé (Inter), M’Baye Niang (Rennes) ou Gana Gueye (Everton) promete ser a segunda melhor equipa do grupo. O Quénia de Wanyama (Tottenham) e a Tanzânia do goleador Samatta (Genk) fecham o grupo.
No D, a Costa de Marfim (vencedora duas vezes), já não tem Drogba, nem os irmãos Touré mas tem a nova estrela Nicolas Pépé (Lille) a liderar uma equipa que mistura jovens – Cornet (Lyon), Sangaré (Toulouse), Kessie (Milan) ou Gbamin (Mainz) – com jogadores experientes – Gradel (Toulouse), Seri (Fulham), Aurier (Tottenham) ou Zaha (Crystal Palace). O grande perigo será Marrocos. Os magrebinos contam com Boufal (Celta), Belhanda (Galatasary), Saiss (Wolves) ou Ziyech (Ajax). Manuel da Costa (filho de pai português) volta a estar na lista, depois de ter estado no Mundial. África do Sul e Namíbia pouco devem acrescentar.
No Grupo E, a Tunísia é cabeça de cartaz. Vencedora da prova em 2004, conta com Sliti (Dijon) e com um coletivo forte e experiente. O Mali de Diaby (Sporting), Marega (FC Porto) e Sacko (Guimarães). Kiki Kouyaté, que já passou por Alvalade também está na lista. Angola, com Wilson Eduardo (Braga), Mateus (Boavista), Evandro Brandão (Leixões), Dala (Rio Ave) ou Bruno Gaspar (Sporting) já estão no Egito. A Mauritânia, sem grande história, fecha o grupo.
Por fim, o grupo dos Camarões. Se por um lado, são os campeões em título e a segunda melhor equipa da história da CAN (5 títulos), por outro, uma série de confusões financeiros adiam a partida da comitiva para o Egito. Caso aterrem na CAN, os Camarões pós-Eto´o, são uma das equipas favoritas e contam com Onana (Ajax), Zambo (Fulham), Njie (Marselha), Tagueau (Marítimo) ou Bassogog (Henan Jianye). O Gana (vencedor por quatro anos), conta com Asamoah Gyan (Kayserispor), Andre Ayew (Fenerbahce), Jordan Ayew (Palace), Thomas Partey (Atlético) ou Atsu (Newcastle). Num grupo onde todos os países têm bandeiras com cores verdes, vermelhas e amarelas, a Guiné Bissau tem uma comitiva com 12 jogadores que atuam em Portugal e o Benin tem em Mounié, do Huddersfield Town, a sua estrela maior.