Sousa Cintra, empresário de sucesso e conhecido por ter um estilo único, regressa ao seu adorado Sporting para, 29 anos depois, voltar a arrumar a casa. Não permanecerá depois de setembro mas encontra o mesmo clube sem fundos ou esperança que encontrou em 1989, antes de o pacificar e devolver a fé. Conseguirá fazer o mesmo, com menos tempo e mais idade?
José de Sousa Cintra, nascido em Vila do Bispo em 1944, é um homem que construiu o seu destino. Trabalhou no seu Algarve natal antes de se mudar para Lisboa onde foi ascensorista do Hotel Tivoli e onde se alistou na Marinha. Foi como intermediário na compra e venda de pequenos terrenos no Algarve e Alentejo que começou a fazer algum dinheiro. Com cerca de trinta anos tornar-se presidente da AIP e alcança sucesso imobiliário – e o primeiro milhão de contos – no Brasil. Aos 40, compra Vidago Melgaço, Pedras Salgadas (VMPS) que venderia à Jerónimo Martins, dez anos depois. Dedica-se à Cintra, a sua cerveja e volta a ter muito sucesso no Brasil, abrindo uma fábrica em Santarém, na qual investe 75 milhões. Criou uma fundação com o seu nome em 2010 e anos depois, o seu nome vem a público, quando a sua Portfuel consegue luz verde do Governo para avançar na pesquisa de petróleo no Algarve.
Chegou ao Sporting em 1989, ficando até 1995, cumprindo três mandatos de dois anos. Fica conhecido por uma série de partes gagas, mas conquista a simpatia dos sportinguistas pela sua personalidade única. Ainda assim, despediu Bobby Robson (no avião, após uma derrota por 0-3 em Salzburgo, numa altura em que o Sporting estava em primeiro, pela primeira vez em 15 anos). A despedida do inglês, que iniciaria um percurso de sucesso no FCP, teve ainda o efeito colateral do acidente de Cherbakov, depois da festa de despedida.
Nunca ganhou nada no clube. Apesar de ter sido presidente quase toda a época, o cargo já era de Santana Lopes na Final da Taça de 1995, vencida contra o Marítimo com bis de Iordanov, numa equipa que contava com Figo, Balakov ou Amunike. Voltemos atrás. Quando chegou, o Sporting sofria grande crise e até Figo e Peixe, estrelas dos juniores, estiveram quase a ir para o Benfica. Com muito do seu dinheiro, Sousa Cintra arrumou a casa e apostou forte. Contratou Marinho Peres que levou a equipa às meias da Taça UEFA. Foi ainda responsável pela contratação do Professor Carlos Queiroz. Tal como Bruno, vencer, só fora do futebol. Venceu títulos internacionais no hóquei em patins e no atletismo e o tricampeonato de voleibol.
Uma coisa, Sousa Cintra fez bem. Contratar jogadores. Basta lembrar os nomes de Balakov, Iordanov, Amunike, Ivkovic, Juskowiak ou Valckx. “Roubou” ainda Paulo Sousa e Pacheco ao Benfica, algo que ainda está presente na mentalidade do clube.
Perguntas para Sousa Cintra:
Mantem Mihajlovic? Contrata outra opção ou aposta em Inácio, por enquanto?
Quem o ajudará no futebol? Mantém Inácio? Conta com Futre?
Consegue reverter a rescisão de algum jogador? Pelo menos para fazer algum encaixe?
Consegue contratar jogadores de qualidade que aninem os adeptos? Como se pagam?