O Sporting está em plena guerra civil. Outra vez. Este tem sido cenário usual nos últimos trinta anos o que ajuda não sendo causa única) a explicar a escassez de títulos. Prevejo que a presidência de Bruno esteja a chegar ao fim e que as próximas semanas sejam feias e sujas. Por isso mesmo, é importante lembrar que Bruno deixa obra feita. Trouxe estabilidade financeira ao clube (que se saiba), construiu o pavilhão, vendeu jogadores por valores a que o Sporting não estava habituado, bateu-se pelo uso das novas tecnologias e começou uma guerra contra a corrupção que não acabará (oxalá alguém lhe siga as pisadas). Bruno esteve no caminho certo e parecia estar a caminho de muitos e gloriosos anos à frente do Sporting. Mas falhou. Começou por não conseguir conquistar o campeonato em cinco tentativas, sendo três delas com Jorge Jesus, o mais caro treinador em Portugal e com um bom e caro plantel. Acabou por comprar guerras inúteis com toda a gente, degladiando-se até com os media ou adeptos, que poderiam ser vitais na sua estratégia. Depois da exibição (péssima, sem dúvida e merecedora de puxão de orelhas mas interno) de Madrid, criticou os jogadores em público. Deu até dicas de como os profissionais pagos a peso de ouro deveriam rematar à baliza. Caiu-lhes mal e o calmo e adorado Patrício liderou o motim. Bruno ameaçou suspender todos mas não foi avante. Esteve mal em todas as etapas. Continua a estar mal, cada vez mais sozinho e com Jaime Marta Soares a tentar dar-lhe uma saída airosa. Não tenho dívidas de que será deposto. Dará muita luta. Ontem viu-se que as bancadas o abandonaram. É pena mas o homem que tudo tinha para guiar o Sporting, perdeu-se. Ter-se-á deslumbrado com o poder ou terá sido abatido pelo tamanho da tarefa. Os sportinguistas devem agradecer os bons momentos, esperar que os maus passem e pensar na sucessão. Um dia teremos paz e voltaremos à glória, afinal, um clube que nada vence e que está em mais uma crise, levou 40 mil ao estádio.