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Visão do Peão

Visão do Peão

A queda do futebol italiano - Uma visão

Francisco Chaveiro Reis
14
Nov17

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Cannavaro levanta a taça de Campeão do Mundo em 2006.

A não ida de Itália ao Mundial 2018 é uma boa oportunidade para refletir sobre a queda do futebol transalpino. É verdade que a Juventus conseguiu chegar, na época passada, à final da Liga dos Campeões e que a seleção, no meio de um escândalo de corrupção que atirou essa mesma Juventus para a Série B, conseguiu ser campeã do Mundo em 2006, com o justo endeusamento do defesa Cannavaro, mostrando a importância dos defesas no futebol italiano. Mas também é verdade que a Série A deixou de ser a primeira ou sequer segunda opção para os melhores jogadores do mundo.

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Goleada do Milan ao Barcelona, em Atenas, na final da Liga dos Campeões de 1992

 

A liga italiana sempre foi fortíssima. A Itália foi campeã do Mundo em 1934 e 1938 e os seus clubes dominaram a Europa. Nos anos 50, Milan e Fiorentina só caíram na final da Liga dos Campeões, aos pés do Real Madrid. Nos anos 60, Inter e Milan venceram duas Champions, cada. Nos anos 70, mais duas finais perdidas, para Inter e Juventus. Nos anos 80, um título para a Juventus e dois para Milan e finais perdidas para estes dois clubes. Nos 90, finais perdidas para Sampdória, Milan e Juventus e glória para Juventus e Milan (4-0 ao Barcelona). No início dos anos 2000, final entre Milan e Juventus, com a vitória a sorrir aos rossoneri. Nos anos 2000, o Milan venceria mais um título e perderia dois e o Inter venceria nova Champions League. A Juventus perderia duas finais nas três últimas edições. O Milan, com 7 taças, é a segunda equipa de sempre com mais títulos, atrás dos 12 do Real Madrid.

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Lázio festeja a conquista da Taça das Taças de 1999

Glória também na Taça UEFA. Três vitórias para Juventus e Inter, duas para o Parma e uma para o Nápoles. Na Taça das Taças, 7 títulos: Milan, Fiorentina, Juventus, Lazio, Parma, Sampdoria. Na Supertaça Europeia, 5 títulos para o Milan, 2 para a Juventus e títulos únicos para Parma e Lázio.

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Gullit, Van Basten e Rijkaard, trio holandês de luxo do Milan dos anos 80 e 90

 

A Série A foi instituída em 1929 (até aqui, existiam apenas competições regionais). O vencedor conquista o scudetto, um pequeno escudo que o campeão tem o direito de estampar nas suas camisolas na época seguinte à conquista. A Juventus é a dominadora da prova, com 35 campeonatos ganhos. Seguem-se Milan e Inter, com 18 cada. Génova (9), Torino, Bologna e Pro Vercelli (7), Roma (3), Fiorentina, Lazio e Napoli (2) completam o quadro de vencedores.

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Maradona e Platini, nomes maiores do Calcio dos anos 80

 

Nos anos 80 e 90, Itália era o centro do futebol mundial. Foram 20 anos de grande glória. O Nápoles de Maradona; a Juventus de Boniek e Platini ou o Milan de Van Basten dominaram os anos 80. Nos 90, a classe da Sampdória de Platt e Lombardi; do Milan de Baresi, Boban, Savicevic ou Weah ou a Juventus de Vialli, Ravanelli ou Del Piero, deu cartas. Os anos 2000 viram uma Lázio de luxo com Salas, Crespo, Conceição e Nedved; uma Juventus com Zidane e Trezeguet e um super-Milan com Maldini, Pirlo, Seedorf, Kaká ou Shevechenko. Isto esquecendo equipas como Parma e craques como Chiesa, Mancini, Balbo ou Cafú.

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Arsene Wenger foi essencial no posicionamento da Premier League como líder europeia

 

O que levou então à queda do futebol europeu? A causa principal e mais óbvia passa pelo fortalecimento da Premier League. Desde a chegada de Wenger e da abertura da liga inglesa ao mundo, o dinheiro entra a rodos e o espectro de equipas ricas e com ambição cresceu muito. O Chelsea era, a meio dos anos 90, um clube de meio da tabela, por muito que contasse com bons jogadores e uma história rica. Quase todos os clubes ingleses de hoje em dia conseguem rivalizar com os maiores clubes italianos, podendo assim desviar jogadores de topo. A solução passa por fazer aquilo que o Milan fez este ano: contratar bons jogadores jovens como André Silva e Hakan, que possam crescer na liga italiana mas principalmente por uma aposta forte nos talentos locais, algo que a globalização tem posto em risco. Olhando para a atual seleção italiana, poucos jogadores são de classe mundial. A Itália deve fazer o mesmo que a Alemanha fez após o fracasso no Euro 2000 e voltar a apostar nos seus jovens. 

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Escândalo de corrupção. 

 

A corrupção continua a estar bastante presente no futebol italiano. Escândalos sucedem-se e parece sempre que há mais um para vir. Enquanto o futebol italiano estiver organizado em torno de famílias poderosas e influentes pouco mudará. A solução passa por uma mescla entre os novos investidores e uma nova geração de dirigentes que possam cortar com o passado de tráfico de influências. 

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A nova Dacia Arena, estádio da Udinese

Os estádios italianos, mesmo que, muitas vezes cheios de adeptos fervorosos são velhos e decadentes, o que afasta público, jogadores e espetadores via televisão. Todos querem ver bom futebol e cenários a condizer. Apenas a Juventus e Udinese têm um estádio pensado para os tempos modernos. Urge que Milan, Inter, Roma, Lázio e Nápoles modernizem as suas infraestruturas. Neste momento, os estádios de Inglaterra, Alemanha ou França são mais modernos e apelativos. Pode parecer uma questão secundária, mas não é. Estão já pensadas várias renovações e novas construções. Este será um passo importantíssimo. 

 

 

Itália fora do Mundial

Francisco Chaveiro Reis
14
Nov17

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Sessenta anos depois, a Itália falha a presença na fase final de um Mundial. Os italianos empataram ontem a zero com a Suécia e ficam pelo caminho, após o 1-0 da primeira mão. A Itália dominou a Suécia mas foi sempre incapaz de marcar, pesem embora os esforços de Immobile, Gabbiadini, Candreva, Belotti ou Bernadeschi. Chega ao fim o percurso de Gigi Buffon, um dos melhores jogadores italianos de sempre, na seleção e, provavelemente, o percurso do selecionador Gianpiero Ventura também ficará por aqui. A verdade é que o Mundial 2018 não contará com duas presenças históricas: Holanda e Itália, quatro vezes vencedora do Mundial (1934, 1938, 1982 e 2006). 

 

Bryan regressa ao plantel

Francisco Chaveiro Reis
13
Nov17

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Numa agradável reviravolta, Bryan Ruiz foi integrado nos trabalhos do Sporting. Nunca percebi este afastamento e fico feliz com o regresso. Ruiz dificilmente será titular, com Acuña mas é uma segunda linha de topo. É caro de mais para ficar no banco? Talvez. Mas a treinar à parte ainda mais caro se torna. Não foi decisivo na segunda temporada como foi na primeira? É bem verdade mas nunca saberemos como seria nesta terceira e, enquanto não for vendido, deve ser utilizado. 

Suíça e Croácia no Mundial 2018

Francisco Chaveiro Reis
13
Nov17

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O lote de seleções europeias no Mundial de 2018 é quase todo conhecido. Este fim-de-semana, Dinamarca, Suíça e Croácia carimbaram a sua passagem. Ontem, a Croácia foi a Atenas empatar a zero, valendo a goleada de 4-1,em Zagreb. Os campeões da Europa de 2004, ficam pelo caminho e Zeca, português naturalizado grego não jogará a maior prova de seleções. Horas antes, a Suíça empatara também a zero, em casa, com a Irlanda do Norte e seguiu em frente. Os irlandeses até mostraram mais vontade mas não chegaram ao golo contra uma Suíça apática, mesmo com o apoio do seu público. A estranha exibição de uma das melhores equipas da fase de apuramento, foi, no entanto, suficiente. 

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Ficaram a faltar duas partidas. Na Dinamarca, mais um zero-zero. Fica adiada a solução para amanhã em Dublin. A República da Irlanda quer ser a segunda seleção britânica a estar no Mundial e contará com os seus fanáticos adeptos. Já hoje, em San Siro, a Itália recebe a Suécia. Em Estocolmo, vitória por 1-0 da equipa da casa. A Itália, com muito mais cartel,é a favorita. 

3-0 no Fontelo

Francisco Chaveiro Reis
10
Nov17

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Num jogo em Viseu, com caracter solidário, Portugal venceu a Arábia Saudita por 3-0. Fernando Santos apostou num onze com o estreante Kevin Rodrigues (Real Sociedad) e com o regressado Manuel Fernandes (Lokomotiv Moscovo). Coube ao regressado médio fezer o 1-0. Gonçalo Guedes (coube-lhe a honra de jogar com a camisola 7) e João Mário (acabou o jogo como capitão) fizeram os outros golos. Bruma, Ruben Neves, Bruno Fernandes, Edgar Ié e Ricardo Pereira somaram a primeira internacionalização A. 

Peseiro pode regressar

Francisco Chaveiro Reis
09
Nov17

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José Peseiro é apontado ao Estoril, podendo assim suceder a Pedro Emanuel. A confirmar-se o regresso a Portugal, este será, à partida, um passo atrás na carreira de Peseiro, que já treinou Sporting, Porto e Braga. Peseiro começou a treinar em 1992, aos comandos do União de Santarém, seguindo-se o União de Montemor e Oriental antes de chegar ao Nacional da Madeira, ganhando a primeira experiência na primeira liga.

Em 2003-2004, viveu um conto de fadas e passou a integrar a equipa técnica do Real Madrid. O banco era liderado por Carlos Queiroz e o plantel contava com “monstros” como Raul, Ronaldo, Morientes, Zidane, Guti, Figo, Makelele, Beckham, Roberto Carlos ou Casillas. O Real fez má época e a experiência seria curta.

No ano seguinte, chega ao Sporting naquele que terá sido o ponto alto da carreira. Pôs o Sporting a jogar um futebol eficiente e bonito. Mas, numa semana, tudo correu mal. Perdeu o campeonato (ainda hoje se fala no lance entre Luisão e Ricardo) e a Taça UEFA, contra o CKSA, a jogar no Estádio de Alvalade e depois de ter estado a vencer por 1-0. Ganhou aí o epíteto de “pé-frio”, o homem que falha nos momentos decisivos. Começa a época seguinte no Sporting mas os maus resultados empurram-no.

Emigra de novo e muda-se para o Al Hilal (Arábia Saudita) antes de regressar à Europa e ingressar no histórico Panathinaikos. Não teve sucesso e não teria também na Roménia, com o Rapid de Bucareste. Seguiu-se a seleção da Arábia Saudita que falhou o acesso ao último play-off para o Mundial de 2010, sendo eliminada pelo Bahrein. Em 2012 aterra em Braga e consegue vencer uma Taça da Liga. Apesar disso, fica em quarto lugar, atrás do Paços de Ferreira e deixa o clube.

Volta a emigrar e treina o Al Wahda (EAU) e o Al Ahly (Egito) onde não é bem-vindo mas consegue ser campeão. Sucede a Lopetegui no FC Porto e acaba em terceiro lugar. Chega ao Jamor mas falha a final, perdendo com o Braga. Braga, ao qual voltaria noa ano seguinte, sem sucesso. A paragem seguinte foi o Al Sharjah (EAU). Pode agora regressar a Portugal e ao último classificado da liga.

O calvário de Cazorla

Francisco Chaveiro Reis
07
Nov17

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Santi Cazorla, virtuoso médio do Arsenal, pretende voltar aos treinos em janeiro, após um longo calvário. A 10 de setembro de 2013, num particular entre Espanha e Chile, Cazorla levou uma pancada no tornozelo, que provocou uma fissura no osso. Desde então, o médio passou por oito operação e uma infeção. Correu risco de amputação e quase já não tem o calcanhar do pé direito. Perdeu 8cm de tendão e uma parte da pele do braço, onde havia uma tatuagem com o nome de sua filha, India, foi usada para ser feito um enxerto de tecido na região.