Faz hoje onze anos que me levantei de madrugada para apanhar um autocarro rumo a Lisboa. Cheguei por volta das 11h00 e depois de almoço, encontrei-me no Estádio de Alvalade com milhares de sportinguistas, ansiosos e curiosos como eu. Fiquei numa bancada B atrás da baliza e assisti, maravilhado, ao espetáculo que contou com a projeção da história do clube nuns panos gigantes que cobriam todo o relvado. Ouviu-se depois, pela voz de Dulce Pontes, o hino do estádio "Alvalade XXI".
O prato forte veio depois na forma de um Sporting 3 Manchester United 1. Cristiano Ronaldo fez uma fantástica exibição e mudou-se para Old Trafford. Coube a Luís Filipe, que depois até passou pelo Benfica, fazer o primeiro golo da história do estádio. João Pinto fez os outros dois. O Sporting atuou de início com: Ricardo; Miguel Garcia, Hugo, Beto e Rui Jorge; Luís Filipe, Rochemback, Custódio e João Pinto; Silva e Cristiano Ronaldo. Jogaram ainda: Tello, Lourenço, Polga, Tonito e Mário Sérgio.
O novo Alvalade nunca assistiu à festa de campeão mas já presenciou momentos interessantes como a festa da conquista da Taça de Portugal e, sobretudo as boas prestações em Ligas Europa, nomeadamente em 2005, quando foi à final, no seu estádio, mas não conseguiu superar o CSKA. Mais recentemente, assistiu a um jogo das meias-finais com o Bilbao, já o City de Aguero, Nasri ou Balotelli tinha ficado pelo caminho. Lembro-me de outros momentos marcantes como o golo de Ronaldo ao Sporting, pelo qual pediu desculpa às bancadas ou o golão de Marco Caneira ao Inter, em jogo da Champions.
Momentos negativos, também os há. O primeiro é a falta de títulos conquistados nos últimos onze anos, algo que não vai de encontro á história do clube. Outros são jogos embaraçosos, como a goleada aos pés do Bayern ou as muitas péssimas exibições da era Godinho. Outros revoltam: golo validado a Rony, após ter encostado para a baliza com a mão. O Paços venceu e o Sporting foi segundo, a um ponto do FC Porto.
Em termos arquitetónicos, o novo estádio é bonito mas tem cores a mais. Aos poucos vai ficando mais verde e de encontro ao gosto dos adeptos. O fosso será, a seu tempo, tapado e fica a mágoa, de Moniz Pereira e de muitos de nós, da falta da pista de atletismo. Por isso, mas sobretudo, por significar tempos de glória constante e algo distante, o velho estádio deixa saudades. Essa saudade será esquecida quando o Sporting voltar a ter uma equipa dominadora.
O apoio, esse, não tem faltado. A média de espetadores anda à volta dos 35 mil por partida o que me incluí quase sempre.