Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Visão do Peão

Visão do Peão

Sub-20: Portugal cai nos penaltys e não chega às meias do Mundial

Francisco Chaveiro Reis
04
Jun17

transferir.jpg

Nem o golão de Diogo Gonçalves (Benfica) salvou Portugal. A equipa de Peixe perdeu nas grandes penalidades e não passou dos quartos de final, numa altura em que estava a jogar bom futebol, tendo em Gonçalves, Xande (Guimarães), Xadas (Braga), Dalot (FCP) e Pêpê (Benfica) os seus expoentes maiores. Fica uma boa imagem, de bom futebol. 

25 anos depois

Francisco Chaveiro Reis
30
Jun16

cristiano-ronaldo-386-portugal-under-20-world-cup-

Faz hoje 25 anos que a seleção portuguesa  se sagrou bicampeã do mundo em juniores. A caminhada começou nas Antas, com um 2-0 à Irlanda. João Pinto e Nuno Capucho fizeram os golos. Luís Figo ainda falhou um penalty. Em Lisboa, o segundo jogo ante da Argentina (Esnaider, Pochettino, Pellegrini ou Bassedas). Deu goleada. Gil, Paulo Torres e Toni fizeram os golos do 3-0. Ao terceiro jogo, terceira vitória. 1-0 à Coreia do Sul com golo de Paulo Torres (num livre dentro da grande área com 11 coreanos em cima da linha de baliza). Nos quartos, 2-1 ao México. Torres voltou a marcar mas Mendonza empatou. Aos 101 minutos, Toni fez o 2-1 final. Nas meias, 1-0 à Austrália, com golo de Rui Costa. Na final, a 30 de junho de 1991, 0-0 contra o Brasil (Paulo Nunes, Élber ou Roberto Carlos)  Nos penalties, 4-2 e glória mundial. Peixe (Sporting) foi eleito o melhor jogador da competição. Cherbakov, na altura a jogar na Ucrânia e que depois viria para o Sporting, foi o melhor marcador da prova com cinco golos.

Um Argentina sem Tango

JFD
10
Jul14

A Holanda de Robben não foi fantástica mas foi sendo sólida ao longo da prova. O clima era adverso, já sabíamos, mas ainda assim os da "laranja" souberam honrar as camisolas ainda que sem a arte de gerações de outrora, apresentando contudo um futebol bem ensaiado, com os seus processos bem definidos (mais uma lição para Paulo Bento - o futebol treina-se) e com Robben e Sneijder como desequilibradores. A Argentina por seu turno tem sido uma seleção de serviços mínimos, muito longe do perfume desejado, com um Messi como laterna intermitente e com um Di Maria a assumir as despesas da equipa. Num tango lento a Argentina chega a final, não por ser fantástica mas por ser das menos más da prova. Para trás ficou um Brasil humilhado e entregue ao funeral do seu futebol ultrapassado e nostálgico e uma Holanda moderna mas a quem faltou a sorte e um pouco de entrega para chegar à final. No Maracanã estarão Messi e Di Maria contra uma verdadeira equipa de futebol. Quem vencerá: o futebol arte ou o futebol moderno?

Uma Seleção por mares já dantes navegados

JFD
23
Jun14

Este mundial tem sido a prova de que há muito o futebol não é só arte, é também perícia, engenho, determinação, ciência. O apuramento da Costa Rica ou as boas prestações do México, ou mesmo o Irão, liderado por Carlos Queirós, que conta com apenas um golo sofrio e uma derrota (fruto de uma grande penalidade por assinalar a seu favor)  são prova disso mesmo. A Seleção Portuguesa junta-se ao lote das grandes desilusões. Longe de ser apenas o clima, as prestações de Portugal diante da Alemanha e dos EUA (empate a dois golos) deixaram a nu a fragilidade sempre mais ou menos latente. Ao caso do jogo de ontem, que praticamente ditou a afastamento luso da prova, ficou mostrado que não há na equipa das "quinas" um fio de jogo, uma coerência de processos, um sentido posicional, uma noção de pressão sobre a bola, uma ideia de fechamento de espaços ou de transição de jogo. Uma sucessão de maus passes, uns lances aos repelões, uns cruzamentos por acaso, e é isto o futebol da seleção nacional. Na defesa há uma total descoordenação, uma ausência absoluta de posicionamento, no meio-campo não há criatividade, pressão ou noção de espaços a ocupar/explorar, com um Meireles sem qualidade para o lugar, com um Moutinho muito abaixo dos tempos do Sporting e acima de tudo do FCP, e com um talentoso William Carvalho no banco para deixar bem claro que os convocados e o onze é feito de lugares-cativos. Na frente de ataque um Postiga há muito lesionado - como alertou o departamento médico da Lázio - a queimar uma substituição a fim de agradar aos poderes instituídos. É pois este um dos principais problemas da seleção: os poderes instituídos. Não é por acaso que Paulo Bento está no lugar que está com o salário milionário que aufere - assentir com a cabeça, convocar os que lhe mandam e tentar conduzir um grupo o melhor possível. O problema é que Bento é como António José Seguro: são boas pessoas, são gente simples, mas não reúnem os predicados para a função. Nota-se perfeitamente que não há qualquer trabalho diário, que não há processos nem lances estudados. É um profundo absoluto de nada que faz parecer um grupo de amigos que se juntam para dar uns pontapés na bola. A diferença é que este grupo ganha para fazer isso. 

O meu onze para domingo

Francisco Chaveiro Reis
20
Jun14

 

 

Não há muito a perder. Portugal tem que dar um safanão no jogo e, quanto a mim, Bento deveria apostar num onze alternativo. Sem Patrício, Coentrão, Pepe e Hugo Almeida e após más exibições de Nani ou Moutinho, apostaria nestes: Beto, Pereira, Neto, Alves e Almeida; Amorim, William e Veloso; Vieirinha, Ronaldo e Rafa.

Portugal x Alemanha: um resultado (des)esperado

JFD
17
Jun14

PORTUGAL NÃO TEVE CABEÇA PARA LIDAR COM O JOGO

 

Só quem não conhece a qualidade do exército alemão e as fragilidades da nossa tripulação pode ficar surpreendido com a derrota em Salvador. É facto que o árbitro facilitou as coisas à poderosa armada germânica e que Pepe voltou a revelar falta de profissionalismo e espírito frio para lidar com as adversidades. Tudo isso é óbvio mas por si só não chega para retratar o que se passou na antiga capital brasileira. A estratégica alemã de treinar à hora do jogo, enfretando as condições atmosféricas, revelaram-se eficazes, e Portugal deveria ter vergonha de até nesse capítulo ter sido ultrapassado.

Com um esquema de jogo móvel, com Muller como falso nove alternando com Gotze, a Alemanha não revelou desacerto com as adaptações de Howedes e Boateng às laterais e o novo trinco Lahm traz já as rotinas do Bayern de Guardiola. Low revelou a sua inteligência ao não estragar o trabalho feito por Pep, tirando proveito das rotinas do colosso bávaro. Portugal, por seu turno, comandado por um Paulo Bento adepto do status quo e dos lugares-cativos dos lóbis nacionais, deixou o robusto William Carvalho no banco, abdicando da sua capacidade box-to-box, e fazendo alinhar o eterno falhado Hugo Almeida na frente de ataque, deixando a ponta do vértice ofensivo nacional órfão de qualidade. Sem rodeios: Almeida é um jogador de baixíssima qualidade, sem competência na finalização, no cabeceamento e que não sabe tirar proveito da sua força física. A excelente oportunidade que dispôs e que resultou num passe para Neuer é apenas um exemplo - longe dos piores - de um carreira feita de absurdos desperdícios. Na baliza temos um Rui Patrício que não sendo um jogador fraco não é também um guarda-redes de topo, sendo amplamente fraco com os pés, razão pelo qual ainda não foi transferido para um clube maior. Beto, terceira opção na lógica da antiguidade como posto, justifica bem mais a titularidade mas não a irá ter, tal como Vieirinha, Varela ou Neto.

Os lugares-cativos que marcam a identidade da seleção, a insistência na utilização de um ponta-de-lança fixo quando nenhum tem qualidade para tal colocam a seleção portuguesa num eterno estado de fragilidade. Se Meireles nos clubes tem sido um jogador de boa carreira, na seleção não é merecedor da titularidade. Arriscaria dizer que Adrien Silva ou Paulo Machado, a título de exemplo, poderiam muito bem desempenhar a função. E, já agora, as razões invocadas para que Quaresma não fosse convocado - a indisciplina - nunca foram entrave às chamadas de Pepe. 

Portugal jamais poderá ultrapassar a barreira do quase porque existem demasiados interesses, pressões e poderes instalados que impedem que os mais aptos joguem e que as movimentações táticas imperem. Quando olho para as opções de Paulo Bento lembro-me de Roy Hodgson - demasiado banais e  antiquados para arriscarem e saberem ler um jogo. Resultado: goleada clara.

 

Dia #1 do Mundial

JFD
13
Jun14

O país do Carnaval, do espetáculo sem fim, das mil cores, das mil festividades de todas as origens culturais ficou aquém das expetativas na cerimónia de abertura. Poucos figurantes para que se fizesse uma moldura dinâmica apelativa e com uma componente musical desajustada, sabendo que se há país cheio de grandes compositores e interpretes é o Brasil. No constante ao jogo, este foi exatamente como previsto: com alguma cautela inicial própria de quem abre as hostes do Campeonato do Mundo, com uma Croácia sem medos assente num meio-campo de luxo com Modric, Rakitic e Kovacic, e um Brasil anfitrião mas sem uma frente de ataque como nos seus melhores anos, altamente dependente das arrancadas de Neymar. Foi pois este que ditou o resultado, com um promissor "bis" que contou com a incrível ajuda da equipa de arbitragem (penalty fantasma envolvendo Fred), que nestas coisas o todo-poderoso "escrete" não pode não vencer a copa em sua própria casa. Uma pena para a verdade desportiva até porque o Brasil não precisa de ajudas de custos. Está aberta a prova dos sonhos!